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quarta-feira, 22 de agosto de 2018

PALAVRAS FINAIS DO AUTOR

FILOSOFIA - DEUS E ESPIRITUALIDADE
Quem somos? De onde viemos? para onde vamos? 

                 A filosofia nasceu com a intelectualidade do homem no momento em que ele se tornou auto-consciente . A transição do "homo sentis" para o "homo sapiens" marca o início da filosofia. 
                A inteligência - inter (entre) legere (ler, ou primitivamente, apanhar, colher). como a própria palavra diz, é uma faculdade tipicamente humana embora em grau bem inferior, também existe em outras formas de vida que conhecemos neste planeta. Portanto, podemos defini-la como a faculdade que lê, apanha ou percebe algo entre as coisas individuais, um nexo oculto que os sentidos orgânicos não percebem. O ser dotado apenas de sentidos orgânicos não percebe senão coisas individuais, concretas, geralmente chamadas físicas ou materiais. Os sentidos só percebem a multiplicidade das coisas, mas não percebem nenhuma unidade no mundo. O homem, embora perceba também essa mesma pluralidade, objetos dos seus sentidos, concebe através dessa pluralidade periférica a unidade central do cosmos. Em poucas palavras: percebe a unidade através da multiplicidade.  Considerando que a multiplicidade é periférica e aparente e a unidade é central e real, só um ser que percebe a unidade pode perceber a realidade do mundo. Portanto, o homem enxerga a realidade do mundo através das suas aparências.  
                Muito conhecida é a frase atribuída a Jesus Cristo: "Conheceis a verdade e ela vos libertará". De fato é somente pela verdade que o homem adquire sua liberdade. Quem vive na ignorância ou no erro (inverdade, irrealidade) é escravo. Seu castigo será sempre manter-se no atraso espiritual e continuar sendo explorado por superstições religiosas. Acima de tudo, precisamos amar a sabedoria. E na sabedoria estão todos os homens, seres vivos e a matéria (aparentemente inerte), porque são uma parte do "tudo". A renúncia do "eu", com todos os axiomas intelectuais e teorias é um obstáculo no caminho da perfeição. Uma vida egoísta, na esperança de poder enganar a Deus e crescer espiritualmente, é incompatível com a "realidade". Existe um juiz divinal dentro de cada "ser" inteligente que não pode ser enganado; ele faz parte dos pensamentos mais secretos e no final sempre saberá julgar com absoluta justiça. Portanto, quando alguém rouba, engana seus semelhantes, maltrata indefesos animais, está construindo sua própria decadência espiritual. Ele pode imaginar que, por ninguém mais saber, não será punido. Mas não percebe que sua própria inteligência se encarregará desta tarefa, porque seu juiz interior (a consciência) sempre sabe tudo e um dia julgará. 
                 O mundo, que é "algo", não veio do "nada", mas sim do "tudo". É desse pensamento que surgiu a teoria do Big-Bang (explosão do "tudo" que estava concentrado num determinado ponto. Todos esses "algos", que chamamos mundos, emanaram não da infinita vacuidade do "nada", mas da infinita plenitude do "tudo". É esse "tudo" que as religiões chamam de "Deus". É desse deus que emanam constantemente, os fenômenos, os mundos, os universos - e a Ele retornam sem cessar. 
                 Não vejo como uma modesta sabedoria humana possa, com precisão, definir o que é Deus. Mas, para melhor entendermos, vamos definir Deus como o Poder criador do cosmos. Para os Indus (Pai Brahma); Deus é a Sabedoria Dirigente da Natureza (Filho Vishnu); Deus é amor Perficiente do Universo (Shiva) Destruidor e regenerador da energia vital.
                Todo o universo fenomenal emanou da eterna realidade, Deus, "o tudo" que provocou a Grande explosão. Embora pareça difícil, é preciso compreender que o universo não emanou de Deus como um líquido que emana da um recipiente, mas sim como o pensamento emana da alma. Emanação material implica em separação, afastamento, distanciamento entre aquilo que emana e aquilo do qual emana. Entretanto, não é isto que acontece no mundo da Absoluta Realidade. O pensamento, quando emana da "alma" continua a estar dentro da "alma"; não há possibilidade de separação entre o pensamento e a alma, pois no mesmo instante em que o pensamento fosse separado da "alma" deixaria de existir. O pensamento só é real enquanto permanece na "alma", imanente ao ser. Portanto é a própria "alma" enquanto esta pensa; são inseparavelmente unidos e até certo ponto idênticos. Pois é dessa forma  que o universo fenomenal emana de Deus; é, pois, uma permanente manifestação, revelação ou atividade de Deus. 
                 Deus não equivale a este ou àquele fenômeno, mas sim à essência eterna de cada um.  O íntimo ser de cada coisa é Deus, mas não o seu "existir" perceptível pelos sentidos ou concebível pelo intelecto. No plano do "ser" nada há e nem pode haver fora de Deus, mas, sim no "existir". Uma simples planta que hoje começa a existir como este fenômeno individual, já "era" (ou, mais corretamente),"é" desde toda a eternidade com "realidade", ou parte inseparável de Deus. 
                Uma vez que Deus é a única "realidade", a essência e o íntimo de todas as coisas, podemos concluir que todas essas coisas nunca poderiam "começar" nem "continuar" a sua existência fenomenal sem que a eterna "realidade" lhes desse e conservasse essa existência individual. Portanto, tudo existe graças a permanente imanência da divindade cósmica em todos os seres vivos, materiais e imateriais. Nenhum ser individual pode deixar de "ser", cair no abismo do puro "nada", mas pode deixar de existir como fenômeno individual e voltar a fazer parte do "tudo". Em outras palavras, pode deixar de ser "algo" individual e voltar a ser parte da infinita e indestrutível "realidade", Deus, o "tudo". 
         O Deísmo do século 18 considerava o mundo como criação de Deus no sentido transcendente, e não imanente; segundo os deístas, teria Deus, em tempos pretéritos, criado o universo material e depois abandonado a seu destino, retirando-se, em seguida, para seu palácio transcendente e misterioso, para além das fronteiras deste mundo visível. Se fosse tão simples assim o mundo teria voltado ao puro "nada". 
                A onipresença de Deus não é uma simples coexistência com os fenômenos individuais, como se esses fenômenos existissem e com eles existe Deus. Nenhum fenômeno existiria individualmente sem a imanente presença de Deus; seriam o puro "nada" no plano fenomenal. Como já disse e volto a enfatizar, Deus é o "tudo". Portanto, quando fazemos mal a qualquer ser individual, seja ele vegetal, animal ou mineral, estamos atingindo o "tudo" do qual fazemos parte como seres individuais.
                 Nascer e morrer não são princípios nem fins absolutos; são apenas um começar e acabar relativos. Um ser nasce quando emerge do oceano infinito da "realidade" absoluta e universal, e como onda, pequena ou grande, aparece na superfície visível deste imenso abismo invisível que chamamos de universo, "natureza". Antes de emergir desse abismo o "ser" possui "realidade" universal, depois de emergir possui existência individual, podendo ser objetivo variável por um ou mais dos nosso sentidos. Um ser morre quando abandona a tona perceptível do oceano cósmico (ser individual) e torna a submergir nas imperceptíveis profundezas da eterna "realidade". Portanto, a existência o homem é anterior à sua encarnação, como também será posterior à sua desencarnação.     
               Qualquer "ser" que tenha existido na face da terra é algo que sempre existiu no "tudo" universal (a energia). Se não mais voltou à face da terra como ser individual é porque as condições ambientais não lhe são mais favoráveis, no entanto, continua existindo no "tudo"universal. Partindo dessa premissa podemos dizer que os dinossauros continuam existindo no "tudo" universal, embora sejam apenas uma espécie de energia cósmica, mas pode voltar como "ser" individual em outra forma. Também o homem, algum dia, deixará de existir como "ser" individual, mas continuará no "tudo" universal (energia cósmica - Deus). Ligados a essa realidade, existe algo que para nos é um mistério que nossa pequena inteligência ainda não é capaz de entender. 
                 A "realidade" é pois, a infinita "atividade criadora" é a "Consciência Universal", da qual todos os seres, matriais ou imateriais, recebem sua parcela de consciência individual. Não existe nenhum "ser" que não seja de algum modo consciente; mesmo que seja em tão primitivo grau que, visto da altura da nossa autoconsciência humana, nos pareça inconsciente. Do incessante transbordar da infinita plenitude criadora é que vem o "ser humano"consciente para agir com livre arbítrio. É esse livre arbítrio que determina sua história futura. O futuro poderá ser de ascensão ou descensão, dependendo de sua maneira de agir como "ser"individual. 
                 A consciência humana ainda não está suficientemente desenvolvida para captar os fatos emanados da alma (fatos que chamamos de espírito humano), para então tirar suas conclusões. Os nossos sentidos ainda estão muito dirigidos para a matéria rude. Essa matéria é muito atrativa e é nela que muitos sucumbem. Todo o excessivo acumulo de bens materiais é apenas concentração de matéria nas mãos de um "ser" individual que imagina-se seu proprietário. Mas qualquer matéria também é parte do "tudo" e não pertence a ninguém. 
                    Quando um ser consciente acumula bens desnecessários para sua existência, está tirando dos seres que estão carentes dela. O julgamento e punição serão feitos pela consciência - juiz universal de cada um. A nossa consciência tudo vê, tudo sabe, e dela ninguém escapa. 
                 Três grandes lutas tem de sustentar o homem até chegar a uma relativa quietação interior: 1 - a luta entre a matéria e o espírito, que é individual; 2 - a luta entre a liberdade e a autoridade, que é social; 3 - a luta entre o intelecto e a fé, que é metafísica. Esta última atinge às mais profundas raízes do ser humano, lá onde ocorre a linha divisória entre Deus e o homem, entre o finito e o infinito. 
                   Se já conhecemos as forças divinas que estão adormecidas no nosso interior e se as aperfeiçoássemos durante o curto período de transição aqui na terra, ao invés de dirigir nossa energia para assuntos terrenos sem importância, evoluiríamos, no decorrer do tempo, e nos aproximaríamos mais da perfeição. Voltaríamos ao "tudo" como seres espiritualmente amadurecidos. Não procuramos essa perfeição pela ignorância que ainda temos sobre as forças secretas da natureza - o "tudo"-, da qual fazemos parte. A "natureza" é uma força criada, temporal, espiritual, corporal e real.. Uma imagem do espírito não criado, interminável, eterno, tanto visível quanto invisível. Todo o universo consiste em "pensamentos materializados" do criador, o "tudo". Não há nada diferente, não havia nada diferente e jamais haverá algo diferente no tempo da eternidade. 
               O homem comum considera a inteligência consciente como o mais perfeito estado do ser humano, o que é, certamente, um grande erro, ou então uma filosofia infantil. Há um estado superconsciente mais perfeito do que o estado comumente chamado consciente. O gênio, nos seus momentos mais fecundos e dinâmicos, não age de um modo plenamente consciente; está "inspirado", isto é, tomado de um espírito criativo que vem do todo, de uma força cósmica que não coincide simplesmente com o "eu" histórico desse indivíduo; é algo que ultrapassa todas as barreiras da sua consciência intelectual. O verdadeiro gênio é, antes de tudo, "atuado" e não "atuante"; é empolgado e arrebatado por alguma potência superconsciente e, quiçá, ultra-personal. Neste sentido, temos exemplos maravilhosos que comprovam este estado de superconsciência; são muitos os exemplos que poderia dar, mas vou citar apenas três casos muito conhecidos: o pequeno gênio Mozart que começou a compor com apenas cinco anos; o famoso pintor Van Gogh, que produzia suas mais brilhantes obras em estado de quase loucura; e também o gênio Da Vinci que tinha múltiplos talentos e parecia estar vivendo fora do seu tempo. 
                Uma das palavras mais felizes e precisas que a língua humana possui é "êxtase". "Ec" ou "Ex" que quer dizer "fora"; "statis" significa o "ato de estar". De maneira que êxtase diz literalmente o estado de um homem posto fora de si mesmo. Todo o homem superconsciente acha-se "fora de si mesmo", porque seu verdadeiro "eu" ultrapassou o âmbito dos sentidos e do intelecto consciente, e entrou numa zona ignota, anônima, vedada a essas faculdades diurnas; entrou na zona noturna que são o domínio da faculdade superconsciente. De per si, é essa zona noturna dos sentidos e do intelecto, mas para estas faculdades inferiores ela é noturna - assim como a luminosidade do dia é escuridão para as aves noturnas, ao passo que as trevas lhes parecem luminosas. Isso pode acontecer quando uma pessoa entra numa espécie de "transe" e escreve ou fala coisas que conscientemente não escreveria. Ela está tomada por uma energia que vem do "tudo", mas esta energia não é parte permanente do seu "eu"; ela vem e depois esvanece-se. Quando a pessoa volta ao estado do seu "eu" não consegue lembrar do que falou ou escreveu. 
                 A alma ou espírito humano, superando os sentidos e o intelecto, entra no reino da superconsciência. Devido ao caráter misterioso desse estado superconsciente, muitos confundem a subconsciência - como se uma luz excessivamente forte fosse idêntica à treva, pelo simples fato de ultrapassar os limites da penumbra. A nossa atual consciência é comparável à penumbra, ao passo que a superconsciência é luz integral. 
               O homem possui vários sentidos em seu estado latente, com os quais pode perceber aparições espirituais que não entende. A intuição, por exemplo, está vagamente presente na maioria dos homens, apesar de dominada pelo intelecto. Ela funciona como que (a exemplo) uma antena ou aparelho receptor dotado de extrema sensibilidade; apanha vibrações que não seria possível com o aparelho rudimentar da consciência puramente intelectiva. Todos os sentidos tem uma inteligência além da sua inteligência normal comum. Também a telepatia é um fenômeno que depende do funcionamento da mente. O sistema básico do cérebro para o processamento das informações é o mecanismo empregado na telepatia, na clarividência e na precognição. A informação está construída na própria estrutura do universo. Nossa mente não passa de uma pequenina máquina local, mas existe uma inteligência coerente, de incalculável grandeza, que está por trás de tudo. É difícil saber se esses momentos são conexões com com inteligência de algum "ser" que está no "tudo" e consegue, de alguma forma, se manifestar através de um "ser" individual. O que podemos concluir é que existe inteligência por trás de tudo, que os sistemas materiais são influenciados, transformados, deformados, e que há forte energia invisível sendo empregada.  Poderíamos dizer que somos parte de um sistema de saída e entrada que estabelece comunicação com o sistema universal, o "tudo". Isso nos leva a concluir que nessas ondas energéticas existem sistemas de velocidade acima da luz, e que essas inteligências estão em outros espaços e dimensões; são inúmeros universos paralelos, separados pelas suas velocidades e para atravessar de um território para outro é preciso ultrapassar a barreira da velocidade. É a energia e inteligência trabalhando juntas em certo lugar no tempo e no espaço. A alma existe e é nosso "locus", ela faz parte desse sistema, desta inteligência que permeia o universo. O grande desafio está na alma conhecer a energia que existe nesta galáxia em que estamos vivendo temporariamente e que já foi definida pela física. Quando chegarmos a compreender o sistema físico - a levitação, e desmaterialização, a rematerialização e dominar a energia e a matéria, então teremos terminado o que viemos fazer e seguiremos em frente, rumo a outros mundos; talvez um próximo planeta ou uma outra galáxia. Dessa forma iremos caminhando, aprendendo a manejar os diferentes aspectos do universo, as diferentes velocidades, espaços e tempos que existem. 
                Os jovens de nossos dias estão à procura de um "porto seguro" que deveria estar no centro de todos os ensinamentos científicos, filosóficos ou religiosos. A ciência nos ensina tudo sobre a forma exterior, sua anatomia, sua psicologia, suas relações com o mundo físico. Estes jovens sabem que sua forma exterior morrerá e que o conhecimento sobre a existência limitada do corpo é pequena e sem importância quando comparado ao tesouro do seu ser espiritual "interior". Mas ele procura alguma segurança sobre seu "ser" espiritual, independentemente de sua forma e aparência exterior. Mas a ciência e a filosofia mantém silêncio sobre esse problema e isso leva-o a procurar as igrejas que também não sabem o que dizer.  São inúmeras igrejas, seitas e organizações fazendo afirmações contrárias entre si mesmas. Não tem provas desses testemunhos que pregam e muito menos razão para torná-los aceitáveis ou dignos de crença. Mas, cada uma dessas comunidades clericais ou seitas continuam dizendo possuir a verdade e aquele que não acreditar será "amaldiçoado" eternamente. Continuam agindo como se estivessem na Idade Média.  Dessa forma, o jovem continua perdido nas suas dúvidas. Muitos silenciam a voz da razão e da dúvida entregando-se cegamente a uma crença ou até às drogas. Outros, os intelectuais, concluem que nunca terão respostas para suas perguntas e passam a pensar apenas em si próprios, procurando tornar o mais agradável possível, no sentido material, sua estada aqui nesta vida terrena. 
                Pelo fato do homem ser um "ser" espiritual, o seu cérebro é facilmente condicionado a aceitar cegamente uma doutrina ou dogmas; são levados a crer que determinado sistema -(igreja) - é o único que traz a verdade. É isto que tem permitido a proliferação de diferentes igrejas com fins exploratórios e puramente comerciais. 
               Os símbolos dos herméticos da antiguidade foram adotados pelas modernas igrejas cristãs. Muitos desses símbolos já existiam desde tempos mais antigos, embora os nomes dos princípios que eles representam tivessem sido modificado repetidas vezes. Na Igreja Católica, a maior do mundo, encontramos símbolos que os egípcios já usavam, como também os antigos brâmanes, e, possivelmente até os povos antigos da enigmática Atlântida, cuja história se perde no noite de um passado distante. Sacerdotes e fiéis curvam-se diante desses símbolos porque lhes foi ensinado que são lembranças históricas da morte de Jesus de Nazaré que viveu a apenas dois mil anos. 
                  As estátuas que representam os deuses gregos e romanos não representavam pessoas, mas sim forças universais da natureza. Encontramos essas mesmas forças no Mahabharata, nos poemas de Homero e em muitos outros livros inspirados. 
                  Quando uma religião entra em decadência, o significado dos símbolos se perde. Isso prova que o "espírito" que deu luz àquela religião, desapareceu. Em todas elas o "saber" é substituído pela crença, pelo conceito. A forma exterior de uma religião desse tipo pode sustentar-se por algum tempo, mas no final ela também desaparecerá. Isso aconteceu com os gregos, com os romanos, com os egípcios, com os hindus e atualmente parece estar acontecendo com as igrejas cristãs. 
                 No momento em que nós, dentro de toda a razão, com a nossa inteligência livre de emoções, estudamos um bom número de sistemas religiosos, comparando seus símbolos e alegorias, seu significado secreto, iremos concluir que todas as religiões sérias possuem uma verdade fundamental comum à identidade da "natureza" e o espírito eterno  que nela age. Este Deus universal, o "tudo" é muito mais ilimitado do que o Deus adorado nas igrejas. Ele não precisa de dízimo e nem  ser chamado, agradecido ou intermediado pelos santos, sacerdotes ou pastores. Ele é a força energética eterna de todo o universo; é tão inviolável quanto à lei mais perfeita. O Deus das religiões é aquele que ora castiga e ameaça, ora perdoa e concede "milagres", ora exige sacrifícios e recompensas, e a quem os homens intimamente respeitam. Mas o verdadeiro Deus não é só da humanidade; é do universo. É uma força eterna, da qual tudo o que existe participa, querendo ou não, porque cada coisa ou ser vivo é parte do "tudo", a sabedoria universal. 
            Sendo Deus e as coisas divinas "algo essencialmente ultra-intelectivo e superconsciente", é natural que essas supremas realidades sejam mais facilmente atingíveis por uma faculdade superconsciente, como é a intuição, do que por uma faculdade consciente, como é a inteligência. 
                Muitas das leis universais ocultas e forças misteriosas são ignoradas pela humanidade. A consciência humana ainda não se desenvolveu suficientemente para captar esses fatos, mas, por enquanto, basta-nos observar que o nosso pequeno planeta está borbulhando de vida inteligente, cuja beleza ultrapassa nossos sonhos mais ambiciosos. Compreender e respeitar isso é tão importante que disso pode depender a nossa própria existência como "seres" humanos. 
                Os maus tratos que os seres humanos tem infligido ao sistema natural do planeta, na verdade, não o estão prejudicando, mas apenas transformando; exatamente como tudo se transforma. Entretanto, essa transformação pode chegar a um tal nível que inviabilizará a existência de certos tipos de vida aqui existentes; isto já está acontecendo. A consequência disso é que o próprio homem, que aqui está existindo na forma que conhecemos, será inevitavelmente transformado. Num primeiro momento (morrerá) irá desaparecer (exatamente como ocorreu com os dinossauros), voltando ao "tudo universal"; num segundo momento, poderá retornar do "tudo universal" e voltar como um determinado "ser" individual, que possa existir nas novas condições de vida deste planeta. 
                 A conclusão final é que Deus é a soma de tudo o que existe no universo, e nós somos apenas uma pequena fagulha desse "tudo".

                 



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