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domingo, 31 de março de 2019

AS CRENÇAS RELIGIOSAS EM NOSSOS DIAS --

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                É nas crenças religiosas que o ser humano, motivado pelo medo e a esperança, mostra suas paixões mais primitivas dos instintos naturais. Esse sentimento o conduz para o caminho que busca a imortalidade e então se aproxima de alguma crença ou religião. O que é importante saber é que toda a crença ou religião sempre se submete à lei que domina o universo. Neste planeta todos são parte de um organismo vivo que chamamos de terra. 
                Morrer e renascer é transformação; portanto, a palavra morte é simbólica porque, na verdade, não existe. O corpo se transforma em outra matéria e a energia vital volta ao espírito universal, o tudo. 
                As primeiras ideias de religião nasceram das preocupações com os acontecimentos da vida e buscava uma solução para os problemas pessoais e da tribo tanto nos relacionamentos como na esperança de imortalidade. Os homens incultos são dominados pelas paixões ordinárias da vida, pelo temos de calamidades, medo da morte, fome e outras necessidades básicas e então buscam soluções em sinais obscuros da divindade. 
            A crença na vida futura, que abre agradáveis perspectivas, é arrebatadora. A superstição aumenta na mesma medida em que o homem vive uma existência governada pelo acaso. Tudo que o enfraquece nas suas disposições interiores, favorece aos interesses supersticiosos. A busca por soluções divinas são mais frequentes naqueles que se sentem impotentes diante dos problemas do dia-a-dia. Assim sendo, o homem passa a frequentar, com mais pontualidade, cultos religiosos nos momentos difíceis e deixa de fazê-lo quando a vida fica mais agradável. O deus criado pela imaginação humana passa a ser visto como protetor particular, onde as soluções estão à disposição daquele que se prostra e pede ajuda. 
              Levado pela fé, o crente imagina que Deus ama a lisonja e, com exagerados elogios, tenta os meios para obter favores. Esses deuses criados são apresentados como seres semelhantes aos humanos, motivados por amor e ódio, susceptíveis às oferendas, súplicas, pregações e sacrifícios. Para facilitar as atenções de Deus, criam os semideuses - santos, em algumas religiões - que são mais familiares à natureza humana, e servem para intermediar os pedidos que lhe dirigem. O sacrifício passa a ser visto como uma virtude em si, onde sofrer torna-se o caminho mais curto para o paraíso; sobe escadas de joelhos, se dá açoites, caminha quilômetros sob sol escaldante, pratica o jejum e outras formas de demonstrar submissão e sacrifício para conseguir o favor divino. Assim ele se sente confortável, com segurança garantida neste mundo e felicidade eterna no outro. 
               Calcula-se que atualmente, no mundo todo existe cerca de 10.000 religiões ativas, podem chegar a 60.000 quando são incluídas as seitas e igrejas menos conhecidas. Cada uma delas está convencida de que sua fé e culto são os legítimos e, portanto, os mais agradáveis à divindade. Isso nos mostra claramente o quanto ainda existe de primitivo nos seres humanos. Diante de uma multiplicidade de seitas e religiões, fica impossível o não surgimento de animosidades que se constituem nas mais furiosas e implacáveis de todas as paixões humanas. 
            O medo é uma poderosa arma de controle das pessoas. A religião surge oferecendo conforto e segurança para o futuro, e quando o crente já está capturado pelas convicções supersticiosas, passa a ser um escravo contribuinte para os desonestos objetivos dos líderes religiosos. Embora a espécie humana seja dotada de inteligência, a razão nem sempre prevalece diante das superstições, e assim ela se torna a maior garantia de prosperidade das religiões e seitas. Elas afundam o espírito humano na submissão e na humilhação mais vil da humanidade. Entretanto, mesmo com todo o caráter dogmático das superstições, a convicção do homem religioso é mais fingida que verdadeira, ostentando uma fé sem reservas, dissimulando entre si mesmos sua incredulidade. Pregam o mais absoluto fanatismo que lhes garante poder e dinheiro. É rotineiro ouvir homens moralmente desqualificados, que se autodenominam bispos, apóstolos, pastores, padres, sacerdotes, pregando a castidade, condenando métodos anticoncepcionais e outras práticas, quando na vida pessoal são os primeiros a ignorar essas superstições absurdas. 
               A conduta  virtuosa é a prática que devemos à sociedade e a nós mesmo. Considerando que agir com integridade é dever de todo o cidadão, a religião deixaria de ser importante e atraente. Em razão disso, elas acabam criando os mais absurdo dogmas. Muitas descambam para o curandeirismo, falando sempre em nome de Deus e atualmente de Jesus Cristo, de quem se dizem representantes na terra. Aos oportunista pouco importa se sob a palavra sonora se oculta a hipocrisia e a mentira. Dessa forma, constituem-se as igrejas em verdadeiros parasitas do homem crente, uma  verdadeira tarântula, através da qual o clero se constitui em uma minoria de privilegiados que vivem sugando e envenenando a vida daqueles que, iludidos por falsas promessas, mantém os olhos fechados para a realidade. Aos poucos, as religiões e seitas vão se tornando um ótimo e cômodo meio de vida para a maioria dos pregadores que sempre se dizem representantes de Deus. Trata-se de um verdadeiro comércio com o qual o povo mais humilde tem sido espoliado através dos tempos. Não é lógico que o homem atual, que já atingiu tão elevado nível de desenvolvimento, que se verifica  em todos os setores do conhecimento, permaneça preso a crenças e deuses, mitos e tabus inexistentes. A realidade objetiva que predomina entre muitos pregadores é a exploração da boa fé dos menos aquinhoados intelectual e economicamente. Quem mais contribui para as campanhas das igrejas são exatamente aqueles que menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas ideias e crenças religiosas. Sua pobreza financeira alinha-se à pobreza intelectual. Nessa condições o mais cômodo, para aqueles deserdados, será esperar pela recompensa das agruras da vida no céu, após a morte. Essas promessas são feitas pelos pastores e sacerdotes, a seu modo, a fim de que os pobres vivam de esperanças e não sintam que os ricos pregadores continuam, impunemente, com as mãos em seus bolso. Esses parasitas são sempre categóricos diante do fiel crente, mostrando-se contudo, reticente em face do conhecimento científico do homem de saber aprimorado. A este falará tudo, mas evitará abordar assuntos referentes à religião ou teologia. O homem simples do povo raramente compreende a finalidade desse tipo de engodo. É a eterna luta do pobre sendo explorado pelo rico. 
            Platão salientou a felicidade que existe na prática da virtude, ensinou a tolerância à injúria e aos maus tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a castidade e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança e o apego aos bens materiais. Sua moral baseou-se na exaltação da alma, do desprezo dos sentidos e na vida contemplativa. Quem conhece sua obra pode perceber alguns traços comuns entre ela e as religiões. Contudo, Platão nunca imaginou que suas palavras fossem utilizadas para a criação de religiões nada divinas. Filon inspirou-se em Platão e, a igreja na obra de Filon, que helenizou o judaísmo. 
          Mesmo já tendo ultrapassado a época do medo, a raça humana não se libertou do sentimento religioso, porquanto existem os que se valem do nome de Deus e das religiões para viverem ociosamente, desfrutando de boa posição social, sem, contudo, dar aos homens qualquer contribuição que lhes aproveite para sua felicidade e bem  estar; apenas a promessa de uma boa vida futura, após a morte. Todavia, até esta lhe será garantida apenas com a condição de suportar, pacientemente, muitos sofrimentos em sua passagem pela terra. 
              Apesar do aprimoramento científico e tecnológico, sempre em expansão, as religiões tão cedo não desaparecerão da face da terra. O poder público apóia a farsa religiosa, e é praticamente controlado por ela. O político que ousar apontar as inverdades, as incoerências e o irracionalismo, nunca mais será eleito. Diante dessa situação, nada impedirá que continuem angariando mais poder, tanto na mídia quando no Congresso. A única esperança é  a educação. 

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CIÊNCIA CRISTÃ - SISTEMA CIENTÍFICO DE CURA --

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               O sistema científico de cura divina foi criado pela senhora Mary Baker Eddy em 1866, quando, "milagrosamente" se restabeleceu de uma grave doença. segundo ela tudo aconteceu pela leitura de um capítulo do Evangelho, segundo São Mateus ( IX, 1-38). A partir daquele dia a expressão "a tua fé te há de curar", tornou-se a estrela guiadora da vida dessa senhora. Nessa data, sem perceber, estava lançado a pedra fundamental de uma nova religião cristã. 
             Mary Eddy é a personagem mais empolgante da história religiosa dos Estados Unidos. Nasceu numa fazenda de Bow New Hapshire em 1821, a última de seis filhos. O nome Mary foi dado por sua avó, pessoa que foi muito importante em sua vida. 
               Criança de saúde delicada, foi também mimada, era predileta de toda a família; falava-se até que iriam estragá-la com tantos mimos dos irmãos e, em especial da avó que sempre fazia suas vontades prevalecer. 
             Segundo sua autobiografia, aos oito anos passou a ouvir uma voz chamando-a pelo nome. Sempre que isso ocorria, procurava a mãe perguntando se a havia chamado, e a resposta era sempre a mesma: não chamei. Até que um dia sua mãe lhe leu, na Bíblia, a história do pequeno Samuel. Então lhe orientou que sempre que fosse chamada fizesse como Samuel: "Dizei, Senhor, pois o teu servo te escuta". Conta ela que depois de ter dado esta resposta uma única vez, aquela voz despareceu para sempre. Este relato foi escrito por Mary Eddy sessenta anos mais tarde. Os estudiosos concluíram que ela devia ter lido esta história quando ainda era criança e que tenha se impressionado tanto que a manteve em sua memória. Evidentemente trata-se de uma fantasia. 
               Na juventude, conta ela, estudou com a orientação do irmão mais velho durante as férias colegiais. "Adquiri a instrução livresca com menos trabalho que o usual. Com apenas dez anos já estava familiarizada com a gramática de Lindley Murray e o catecismo de Westmitner . Recordava as matérias todos os domingos. Meus estudos prediletos eram as ciências físicas, lógica e ciência moral. De meu irmão mais velho, Alberto, recebi lições das línguas antigas, hebraico, grego e latim... depois que descobri a Ciência Cristã, desapareceu-me, como por encanto, tudo o que havia aprendido em livros escolares. 
                 Após curto noivado, em 1843, Mary Baker casou-se com George Washington Glover, cuja cerimônia foi realizada pelo Dr. Corser. O senhor Corser era construtor em Charleston, Carolina do Sul, para onde levou a esposa. Uma de suas primeiras iniciativas foi pedir ao esposo que alforriasse seus escravos, mas não foi atendida. Nesta ocasião ela teve o primeiro contato com a escravidão e seu impacto foi muito forte. 
                Em junho do ano seguinte, numa viagem a Wilmington, Carolina do Norte, morre o marido de febre amarela, após apenas nove dias de moléstia. Sua morte pegou a todos de surpresa e foi um choque para a esposa. Estava grávida e, em setembro nasceu-lhe um filho, mas seu estado de saúde impediu-a de tomar conta da criança. George Glover Júnior era mais do que poderia suportar a mãe e nem pode ficar em casa. A criança foi entregue a uma certa mama, que a levou para outra localidade, distante cerca de quarenta milhas da casa de Mary. 
               Mary nunca fora uma mulher forte para trabalhos pesados. Sua constituição anêmica, desde criança provocara permanentes atenções de parte de sua família. Assim não podia por em prática as diversas ideias engendradas pelo seu irrequieto cérebro. Em muitas ocasiões chegou a passar vários meses na cama. Na maior parte do tempo, tinha de ser carregada de um lugar para outro. 
                Como viúva continuava, mas, aos 32 anos, em 1853, outro homem entrou na sua vida; desta vez, um dentista bastante conhecido, Dr. Peterson... Tratava-se de um homem muito otimista e bem trajado, fluente, de ombros largos e usando barba. Homem muito asseado e sempre caprichoso do trajar, e mesmo que estivesse passeando em lugares poeirentos usava camisa de linho, luvas e uma cartola. 
              Anos mais tarde, Mary escreve: "A ideia dominante das minhas segundas núpcias era a de reaver meu filho, mas, depois do casamento, seu padrasto não o queria em casa comigo. Consumou-se um plano para nos manter separados. A família, a cujos cuidados estava entrega a criança, mudou-se para longe, para uma região já nesse tempo considerada o Far West." 
             Houve um período em que Mary passava a maior parte do seu tempo na companhia de espíritas. Por essa razão muitos dos seus adversários diziam que ela era, na verdade, espírita. Mas os cientistas desmentem categoricamente essa ideia. Ao que tudo indica Mary estava sempre pesquisando informações que poderiam lhe ser importante, especialmente no campo dos fenômenos espirituais. Numa dessas suas jornadas de pesquisa que aconteceu qm 1870, reservou lugar para suas orações na igreja unitária de Lynn. 
              Existem aqueles que se inclinam a datar início da "Christian Science" no ano de 1866, data em que a própria Mary alega havê-lo descoberto, mas, nesse caso precisam explicar o fato de muito posteriormente, em 1872, Mary ter continuado nos louvores ao Dr. Quimby e seu trabalho, permitindo a prática duma espécie de mesmerismo nas curas realizadas pelos seus discípulos dessa época. 
                 O seu primeiro discípulo foi o Sr. Grafts, que era espírita, a quem começou a ensinar em 1886, mas cuja instrução teve de interromper devido aos ciúmes do Sr. Grafts. Todavia ela conseguiu aperfeiçoar seus conhecimento suficientemente, para que pudesse por em prática suas curas mentais. 
                No período de 1872 a 1875 teve muitas dificuldades e morou em diversas casas e pensões. Finalmente, na primavera de 1875 adquiriu uma casa de três andares, situada na rua Broad n° 8, em Lynn. Para ajudar nas despesas sublocou uma parte dela, ficando com o térreo, onde manteve uma sala para dar aulas. Na verdade, as acomodações eram precárias, mas, mesmo assim lhe permitiu bom desenvolvimento para seu trabalho. Teve, como consequência, o aumento do número de alunos e condições para finalmente terminar seu livro. Este livro era a primeira edição de "Science and Health". 
              A aquisição da nova casa lhe trouxe bons frutos. Além de todo o trabalho que teve para concluir e publicar seu livro, conseguiu formar uma grande classe de alunos e pode até aumentar as taxas de instrução de cem para trezentos dólares. 
        Entre seus novos discípulos havia um senhor de Est Boston, cuja atividade era de agenciador de máquinas de costura que estava doente. Mary curou-o e o persuadiu a tornar-se seu discípulo. Sua experiência comercial lhe seria muito útil, pois estava tendo dificuldades com a venda da primeira edição do seu livro "Science and Health".  Muitos estudantes tinham tentado vendê-lo de porta em porta, mas não obtiveram êxito. Retirou, então, a representação que havia dado a um tal de Barry e passou a um Sr. chamado Spoffod. 
              Com estas medidas e ajuda do novo assessor, resolveu a situação de forma satisfatória. Mary e esse agenciador de vendas, Sr. Asa Gilberto, ficaram muito próximos e acabaram se casando. O casamento em 01 de janeiro de 1877, cuja cerimônia matrimonial foi oficiada pelo reverendo S. B. Stewart, ministro da igreja Unitária de Lynn. 
              A princípio a senhora Mary não tinha intenção de fundar uma nova religião. Esperava que a própria igreja cristã lhe acolhesse com sua revolucionária doutrina. Mas depois percebeu que era inútil persistir nessa ideia que, de fato, estava sendo rejeitada. Sem esperança tomou a decisão de estabelecer na cidade de Boston a primeira Igreja Científica Cristã. Esta igreja é hoje um dos monumentos arquitetônicos da Nov Inglaterra. Posteriormente milhares de igrejas foram erguidas pelos cientistas cristãos em todo o mundo.
          Sua doutrina espalhou-se fácil e rapidamente. Quando veio a falecer em 1910, foi aclamada por toda a parte omo uma grande mulher de toda a história universal. 
           Ela ensinou uma fé que atraiu milhares de pessoas infelizes. Deu ao doente e ao defeituoso sua forma que os tornaria sãos. Ela dizia sempre: "Deus é o Pensamento Universal. Afinal o vosso pensamento com o pensamento de Deus e todas as vossas dores serão aliviadas. Sentimos como pensamos. Se não pensardes mal, não haverá mal. Se vos concentrardes somente na saúde, nada mais gozareis senão saúde. Ha duas espécies de mundo - explica ela - o real e o irreal. A vida e a saúde são reais; a doença e a morte irreais. A doença é uma imagem e a morte um sonho. Podeis dispor de vossas miragens e de vossos sonhos focalizando vosso pensamento sobre a realidade do amor de Deus por todas as Suas criaturas. Esta é a única verdade. Se aceitares essa verdade, dizia a senhora Mary Eddy, estareis prontos para entrar no círculo dos eleitos, daqueles que mantém perfeita saúde por meio de perfeita compreensão. E que é a perfeita compreensão? Pode ser reduzida a uma simples regra: Goza melhor a vida quem pensa os mais puros pensamentos. Alimento puro, ar puro, pensamentos puros, são os três requisitos duma mente sã num corpo saudável. Como os antigos relógios do sol, os modernos cientistas cristãos devem dizer a si mesmos: Horas non numero nisi serenas - (Marco somente as horas ensolaradas da vida); 
             Com palavras de apoio aos doentes e necessitados, Mary Baker Eddy, continua aliviando o sofrimento de milhões de pessoas por todo o mundo. 

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SANTO DAIME - A VIAGEM ALÉM DA ALMA

Escultura Romeo 

                 O Santo Daime é uma religião brasileira, fundada no Acre; é uma forma de expressão cultural da floresta. Ela funde fragmentos de crenças e cultura afro-indu-americanas com praticas e hábitos do catolicismo popular. O sincretismo místico dessa religião pode ser constatado pelo uso de símbolos como o sol, as estrelas e o pentagrama - herança da Índia e do Egito; da África encontra-se influências nas danças cadenciadas dos bailados; da religião católica vem os ingredientes das rezas como a ave-maria, as salve-rainhas e a adoração à cruz; da América pré-colombiana herdou o domínio das plantas no ritual. Portanto, seu fundamento está no sistema religioso, onde as pessoas fazem uso sacramental de uma bebida enteógena (do inglês: entheogem ou entheogenic). Enteogênico é o estado xamânico ou induzido pela ingestão de substâncias alteradoras da consciência. A palavra enteógeno significa literalmente "manifestação interior do divino"; e refere-se à comunhão religiosa sob efeito de substâncias visionárias ou ataque de profecia e paixão erótica. 
               O efeito da ayahuasca tem grande variação entre os usuários; varia de acordo com a quantidade, com a própria pessoa, com o ambiente no qual ela estará e, sobretudo, com a motivação. Ao que tudo indica, o uso da bebida ayahuasca, ou Santo Daime, provoca alterações mentais, mas que são canalizadas de forma benéfica dentro do ritual, uma vez que é associada à "harmonia com a natureza e a paz entre os homens". As alterações mentais causadas pela ação do Daime sobre o sistema nervoso central podem variar da mudança nas percepções (cores mais fortes, sons mais intensos), até juízos falhos (interpretação diferente da realidade), ou ainda provocar visões sem objetos. O uso do Daime contribui para a ressocialização dos indivíduos, mas existe o risco de torná-lo um vício, uma dependência - (espécie de muleta); a dependência física não é uma característica do alucinógeno, mas pode-se desenvolver uma necessidade psicológica. 
               O uso da ayahuasca, no Brasil, é fortemente legalizado, mas é vedado o comércio e propaganda do mesmo, que só poderá ser utilizado sem fins lucrativos e em cerimônias religiosas. A bebida chegou a ser proibida em 1985, sendo liberada dois anos depois, e ocorreu uma nova tentativa de proibição nos anos 1990. 
             Segundo adeptos, a doutrina do Santo Daime é uma missão espiritual cristã; o daimista, ao participar dos cultos e ingerir a bebida da seita, incia um processo de autoconhecimento, cujo objetivo é corrigir defeitos e alcançar a perfeição. 
             A poção mágica do Santo Daime, foi descoberta pelos índios da Amazônia há centenas de anos; considerada pelos Incas como o "vinho da alma", ela ultrapassou as fronteiras regionais e se tornou a fascinação de pessoas cultas como ecologistas, executivos, empresários e artistas famosos. 
              Ao redor da bebida ferruginosa, que conduz os inciados a uma "viagem pelo astral" e ao interior de si mesmos, fundou-se uma religião com alguns adeptos da idolatria à natureza; sincretizada com elementos do culto católico com as imagens, a cruz, o rosário, músicas e velas. 
          Orar às divindades e tomar o Daime pode atravessar uma noite inteira. São ocasiões muito especiais para os seguidores da doutrina, que cantam incansavelmente os hinos, ao som do maracás, dos violões e outros instrumentos. Na letra simples das canções estão os ensinamentos da religião. Os cânticos, a mais constante referência para o povo do Santo Daime, são ensinados na escola e cantarolados durante o trabalho. 
             Após bailarem por doze horas, os participantes do culto (entre eles o padrinho em farda de gala), saúdam o amanhecer. Os homens e as mulheres ficam em espaços separados. As garrafas contendo o Daime permanecem no altar  entre os utensílios sagrados como o rosário  e a cruz. Do lado de fora da igreja, o céu estrelado compõe o cenário da floresta e renova a "ligação" dos que tomaram o Daime. Antes de tomarem o chá os fiéis passam por um jejum preparatório; depois vem a concentração. As crianças têm lugar próprio no ritual e entram na fila para ingerir o chá; os hinários ficam sobre o altar, iluminados pelas velas. 
               A preparação da bebida também exige um delicado ritual. Tudo começa com a colheita das folhas e do cipó que existe no interior da floresta amazônica. Às mulheres cabe recolher e limpar as folhas, que são consideradas a porção feminina da bebida; aos homens é destinado o cuidado com o cipó. Depois da colheita da matéria prima para a feitura da "ayhuasca", as mulheres da seita, sentadas em círculo, se dedicam a limpar as folhas. Aos homens, cabe a tarefa de buscar o cipó na floresta, socá-lo em pilões até torná-lo maleável para o cozimento. O cozimento do Daime expele vapores inebriantes, sugerindo um ritual de feitiçaria. Constantemente o "padrinho" - uma espécie de xamã - examina a textura do elixir que será tomando à noite pela comunidade inteira. Tudo acontece como num mutirão astro-ecológico.
              Dentro da doutrina do Santo Daime, da união da força do cipó com a luz da folha, nasce o efeito do chá. É na casa do "feitio", onde é proibida a entrada de mulheres, que o cipó é raspado e socado em grandes pilões, e depois colocado para cozinhar em caldeirões. Uma vez pronto, o Daime é engarrafado e guardado até o momento do consumo. 
            À noite, depois que todos tomaram a poção, o ritual começa. Em meio a mirações - visões provocadas pelo efeito do ayhuasca, desenvolve-se um inebriante bailado, por vezes, quase imperceptível. Do lado de fora da igreja, o céu estrelado compõe o cenário da floresta e renova a ligação dos fiéis e seu Deus. 
               Os seguidores desta espécie de religião trabalham de forma comunitária. Às seis horas da manhã, homens e mulheres já estão em pé. Eles se revezam no trabalhos comunitários que garantem a subsistência de todos. Plantio de hortas, colheita de produtos agrícolas, trabalhos de carpintaria, marcenaria e construções, além do ambulatório médico, da creche e escolinha rural, da preparação de alimentos, etc.  Essa rotina de trabalho, onde não circula dinheiro, é diária e só interrompida durante o período de preparação do Santo Daime. Durante o dia, a vida da comunidade se agita, com mulheres passando as fardas (roupas especiais usadas nas cerimônias), limpando a igreja e arrumando as crianças para a festa. Essas tomam o Daime desde que nascem e participam das festividades ao lado dos adultos; crescem alegres em contato com a natureza, ostentando uma pureza contagiosa, longe dos condicionamentos das grande cidades. 
             O "ayhuasca" segue um calendário preciso, associado às comemorações dos dias dos santos católicos, ou o batismo e aniversário dos padrinhos. Por isso, o momento de festa é aguardado com ansiedade. Para ele, beber o Daime é encontrar-se com as divindades. Mas as crianças que, quando não estão na creche ou na escola, estão jogando bola, mergulhando nos rios do local, vivem felizes e indiferentes. Porém, na hora do bailado e da cantoria dos hinos, elas entram na fila, de forma bem comportadas. Dentro do costume da religião, bastante conservadora, durante as cerimônias, homens e mulheres não devem se falar e tem seus espaços claramente divididos no salão. As moças e rapazes solteiros, assim como as crianças, também têm seus próprios lugares. Uma organização respeitada por todos e que acaba por formar um desenho mágico, que, associado aos lentos e ritmados passos da dança e ao cantar dos hinos, completa a sensação da transe e leveza proporcionada pela ingestão da bebida. 
             Como todas as religiões, o Santo Daime também tem suas seções de cura. Durante esses trabalhos, quando os doentes bebem o Daime e recebem massagens, o ambiente torna-se mais denso. Não há bailados, só a reza e a cantoria dos hinos. E nem todos participam, só os que julgam estar bem para transmitir suas energias aos doentes. Às vezes, o espiritismo toma conta dos trabalhos (realizados numa casa chamada estrela), e o "padrinho" (xamã) incorpora alguma entidade da floresta, sob os olhares assustados dos demais participantes. Em silêncio, todos observam o "padrinho", que parece falar num idioma indígena. Terminada a seção, tudo volta à rotina. Para os participantes de uma comunidade do Santo Daime tudo fa parte dos difíceis caminhos para se chegar a Deus. 
           A diversidade de forma no culto ao ayhuasca parece indicar que o homem moderno continua construindo Deus à sua imagem e semelhança de sua cultura. Enquanto para os índios a bebida continua sendo usada para ajudar na caça, aumentando o poder de percepção, e pelos curandeiros, nas curas espirituais, há centros onde a cultura é associada a rituais de candomblé e umbanda. Até hoje, Mestre Irineu, fundador da religião, é adorado, tanto pelos fiéis quanto pelos que seguem seus sucessores. 


ESPIRITISMO

Escultura Romeo 

               
                O espiritismo moderno surgiu em 1848 na cidade de Hydesville (Nova York), EUA. 
                 Tudo começou com as irmãs Margarida e catarina Fox, filhas do pastor John Fox. 
                 Conta-se que certa noite, quando a família estava falando sobre estranhos fenômenos de assombração, Catarina teria produzido sons com estalos de dedos e todos notaram que houve resposta de um espírito a esses ruídos. Também Margarida produziu estalos e teve resposta do suposto espírito. Então perguntou: "quem está batendo, é homem ou mulher?, mas não obteve resposta. Insistiu perguntando: É espírito? se for bata duas vezes. Então produziram-se duas breves pancadas. Concluíram, então, que um espírito "desencarnado" estava se comunicando com a família. 
                 Conta-se também, que os próprios espíritos indicaram às irmãs, em 1850, uma nova forma de comunicação: determinou que os interessados se colocassem em torno de uma mesa, em cima da qual poriam suas mãos; fizeram as interrogação aos espíritos e a mesa respondia com golpes e movimentos indicativos de letras do alfabeto e de palavras. 
                 Estas histórias fantasiosas contadas pelas irmãs Fox como um fenômeno, brevemente invadiu a América e a Europa. Sempre negado pela ciência, explorado pelos mais diversos charlatões, ridicularizado pelos jornais e anedotizado pelas religiões, condenado pela justiça, tendo contra si poderosas instituições, mas, por tratar-se de um atrativo fenomenal e maravilhoso, acabou vencendo todos. 
              De 1850 a 1860, enquanto as irmãs Fox divulgavam suas "mediunidades" e angariavam dinheiro por toda parte, as sociedades sábias examinavam, os clérigos discutiam, os homens de letras e os advogados agitavam-se, muitos injuriados. A novidade foi se espalhando a tal ponto que o Conselho Legislativo do Alabama votou uma resolução (Resolução Bill) decretando que toda a pessoa disposta a entregar-se às manifestações espirituais seria condenada a pagar uma multa de 500 dólares. Diante de toda aquela excitação o governador do Alabama recusou-se a sancionar a lei. 
                Mais tarde as duas irmãs Fox confessaram que recorreram a truques e fraudes para produzir pancadas e assim assustar a mãe que era muito crédula. As confissões e retratações feitas pelas irmãs Margaret e Kat foram publicadas na imprensa norte-americana no "New York Herald no dia 27 de maio de 1888 e 10 de Setembro de 1888. Também foi publicado no The Word em 22 de outubro de 1888. 
                 Existem adivinhações, curas maravilhosas e as famosas psicografias. 
                 O medo da morte é uma poderosa arma no controle das pessoas. A crença numa vida futura, que abre agradáveis perspectivas, é arrebatadora. As convicções e superstições aumentam na mesma medida em que o homem vive uma existência governada pelo acaso. Embora a espécie humana seja dotada de inteligência, a razão nem sempre prevalece diante de interessantes convicções. 
            A maior atração do Espiritismo são os fenômenos extraordinários mediúnicos. Em certas casas espíritas existem adivinhações, curas maravilhosas e até miraculosas -  (lembremos aqui o internacionalmente conhecido "pseudo espírita" João de Deus de Abadiânia). 
                Uma das principais atrações são as famosas psicografias, onde um médiumda casa se comunica com os espíritos conhecidos das pessoas que estão presentes. As mais famosas psicografias, sem dúvida, foram as do médium Chico Xavier que geraram mais de 400 livros. 
            Esses fenomenais acontecimentos dos anos 1850 chamaram a atenção do estudioso Hippolyte Léon Denizard  Rivali, que viu ali uma oportunidade muito interessante para seus livros e estudos, mais tarde, acabou sendo o principal responsável pela criação do espiritismo sob o pseudônimo de Alan Kardec. Foi importante educador, autor e tradutor Francês. Nasceu em 03/10/1804. Foi discípulo do reformador educacional Johann Heinrich Pestalozzi, um dos pioneiros na pesquisa científica sobre fenômenos paranormais, muito focado na mediunidade. Na época esses assuntos eram considerados tabus totalmente inadequados, e o nome Allan Kardec foi o pseudônimo para seu verdadeiro nome que foi Hippolyte Léon Denizard Rivail. Por razões óbvias, sempre que escrevia sobre espiritismo ele usava o pseudônimo. 
            A família de Allan Kardec, como também ele próprio, era católica com tradição na magistratura e na advocacia. Ele sempre demonstrou propensão à pesquisa e ao estudo de ciências, filosofia e literatura. Gostava muito de escrever e procurou as irmãs Fox para obter mais detalhes sobre a fantástica trajetória delas. 
             Como todas as novas religiões que surgiram nos tempos recentes, também o espiritismo, para se legitimar utiliza-se do cristianismo, e assim pegou carona no nome de Jesus Cristo, a mais poderosa marca de todos os tempos. Entretanto, para os espíritas, Jesus Cristo não foi enviado de Deus à terra como prega o cristianismo; trata-se apenas de um espírito mais evoluído que serve de guia para a humanidade; considera a morte apenas como uma etapa da evolução pessoal e acredita na vida em outros planetas. A morte, por mais dolorosa que seja, não deve ser encarada de forma absolutamente negativa; trata-se apenas do encerramento de uma missão no mundo dos vivos. Segundo os espíritas, vivemos cercados de espíritos diversos, alguns bons outros ruins. 
               Uma questão que sempre surge entre os próprios seguidores do espiritismo é se se trata de uma religião ou doutrina. Para a maioria dos frequentadores, o Espiritismo é uma doutrina revelada pelos espíritos superiores de Allan Kardec, que o codificou em cinco obras: O livro dos espíritos (1857); O livro dos Médiuns (1859); O Evangelho Segundo o Espiritismo (1863); O Céu e o Inferno (1868), lembrando que ele faleceu em 1869. Estes livros realizaram o sonho do escritor Hippolyte, viraram best sellers e até hoje milhões são vendidos em todo o mundo. Seus seguidores fizeram e fazem a mesma coisa e, assim, vendem milhares de livros, muitos de supostas psicografias, outros de estudos sobre a nova religião.
              Ientificado com o cristianismo de "Jesus", o novo credo se alastrou pelo mundo todo, chegando ao Brasil em 1860. Aqui foi logo adotado por muitos intelectuais, estudiosos, advogados, militares e funcionários públicos. Entretanto, como sempre acontece por aqui, foi imediatamente perseguido. Em nosso país, nos primeiros 400 anos, só era permitido o cristianismo e o Código Penal de 1890 classificava o Espiritismo como crime. Contudo, não foi levado a sério, e a nova religião se fortaleceu mostrando seus lados meritórios como fazer o bem e a caridade para as pessoas menos favorecidas das comunidades próximas. 
              Nesta questão lembro, aqui, que também o Marxismo é uma doutrina baseada no livro "O Capital" de Karl Marx, mas não se trata de religião. também a Psicanálise, e outras filosofias são doutrinas. Tudo depende de como se encara a realidade. Quando se explica a realidade social pela realidade transcendente, a visão é religiosa. Partindo desse princípio o Espiritismo é uma religião. 
                Muitos estudiosos acadêmicos do Espiritismo consideram esta religião uma espécie de neocristianismo.  
       O Espiritismo mescla Catolicismo Primitivo com a caridade, o Budismo com as reencarnações e o evolucionismo de Darwin, além de uma grande quantidade de credos esotéricos que estavam em voga nos anos 1800. Esses credos geraram diversas filosofias como o Espiritualismo e Emannuel Swedenbog e a Teosofia de Madame Blavatsky.
               Realmente o iniciador do Espiritismo, mesmo sem ter essa intenção, foi Allan Kardec. Era um homem muito culto e inteligente, pedagogo que fundou, na própria casa, um curso  gratuito de Química, Física, Anatomia e outras ciências que incitaram as mentes curiosas do século XIX e ajudaram preparar o terreno para as revoluções científicas da nossa era. Estava estudando medicina, mas abandonou para se dedicar às suas novas descobertas, escrevendo livros sobre o novo assunto. Pode-se perfeitamente perceber que ele sempre apresentou suas ideias com um vocabulário inspirado nas ciências. Ele mesmo falou: "Apliquei a esta nova ciência, como tinha feito até então, o método de experimentação; nuca elaborei teorias preconcebidas; eu observava atentamente, comparava, deduzia as consequências". Queria firmar o espiritismo como reunião de doutrinas religiosas, científicas e filosóficas para fazer frente às então verdade incontestáveis apresentadas pela igreja católica, sua principal rival que deixava bem claro seu desagrado com a nova religião. Esta sua atitude tinha como principal objetivo livrar o espiritismo de ideias de irracionalidade; lembremos que naquele tempo a razão era um verdadeiro dogma. 
               O fato do espiritismo declarar sua origem como científica e com um discurso que prega a racionalidade, atraiu médico, céticos diplomados e profissionais; tanto que em 1968 fundou-se a Associação dos Médicos Espíritas do Brasil - Amebrasil. 
             São muito polêmicos os casos de cirurgias mediúnicas. O Espiritismo prega o tratamento homeopático e uma espécie de cirurgia psíquica. Mas não se trata de trabalho feito por médico, mas sim por um curandeiro que receita certas ervas. Se for algo grave então se faz necessária a cirurgia. O paciente é quem escolhe o tipo de cirurgia que pode ser visível ou invisível. Se for invisível o cirurgião irá resolver o problema lidando com o espírito. Muitas pessoas só acreditam vendo, então, o paciente é conduzido a uma sala, que pode estar cheia de pessoas assistindo, e ali se faz o procedimento. Usando um bisturi ou uma simples faca, o cirurgião vai cortar o local determinado e retirar alguns pedaços de tecido. Tudo isso acontece supostamente sem dor e nem infecções, apesar de o cirurgião não aplicar anestesia e nem esterilizar as mãos. Em questão de minutos o paciente estará curado. Se isso não ocorrer, segundo eles, é porque Deus ou os espíritos não queriam, geralmente porque o paciente não tem fé. Os próprios cirurgiões costumam alertar que as operações nem sempre dão resultado. Este tipo de procedimento nunca foi objeto de estudo do próprio Allan Kardec e tem sido utilizado por muitos charlatões com fins financeiros. Trata-se de uma espécie de magia na qual se utiliza a "ciência do engano", uma espécie de hipnose coletiva. 
             O pesquisador James Randi, um cético estudioso canadense, diz que durante duas pesquisas para escrever o livro "The Faith Healers"  (Os curandeiros da fé) (ainda sem tradução para o português), em 1987 pesquisou 104 pessoas que diziam ter sido curadas por cirurgiões psíquicos. Descobriu que muitas nunca tiveram doença alguma. Um outro grupo pesquisado realmente tinham a doença, mas não estavam curados. Um terceiro grupo de pessoas não foi encontrado, pois já haviam morrido em decorrência dos problemas dos quais diziam ter sido curados. Muitos que procuram esses cirurgiões são pessoas que já foram desenganados pela medicina tradicional. 
             A fé espírita encontrou terreno fértil no Brasil devido a uma mistura brasileira de crenças católicas populares herdadas de Portugal, adoração aos mortos e religiosidade indígena e negra, que também ajudaram alastrar o alcance da fé. 
              O Espiritismo acredita que todos os espíritos são criados de um determinado ponto onde todos são imperfeitos e para chegar à perfeição precisarão de várias mortes e reencarnações. A cada reencarnação o espírito aprende um pouco mais sobre tolerância, bondade e caridade. Seu futuro depende do "livre arbítrio" (capacidade de cada um construir seu destino). Os espíritos só se tornarão "iluminados" e superiores na medida em que forem eliminando seus hábitos primitivos e aspectos ruins do seu caráter e passarem a praticar o bem. 
              O espíritas consideram o corpo como um invólucro material, e o seu perispírito é o corpo que reveste o espírito. Quando alguém morre, sua alma e seu perispírito libertam-se co corpo e passam a seguir um trajeto rumo à reencarnação. O mesmo espírito terá de reencarnar tanas vezes quantas forem necessárias para atingir a perfeição. A morte (desencarnação) é considerada apenas como mais um estágio da vida espiritual. 
                Quando buscamos, na "história universal", informações sobre reencarnação iremos voltar aos faraós do Egito, às religiões védicas da Índia e também ao judaísmo, com a Bíblia. Sem dúvida foi delas que se tirou as principais informações para a criação e desenvolvimento do Espiritismo. 
               Na teoria egípcia de reencarnação, após a morte a alma despendia-se do corpo, mas para que lhe fosse possível retornar à vida sob outro aspecto, era necessário que o corpo fosse conservado, daí o surgimento de vários tipos de mumificação. De fato, o  que mais caracteriza a religião egípcia era a existência da imortalidade. Se Osíris, o Nilo e toda a vegetação morria e renascia, porque não ser assim também com o homem? A morte e ressurreição de Osíris eram celebrados todos os anos como símbolos da enchente e da vasão do Nilo. Os egípcios não acreditavam somente na imortalidade da alma e na sua vida futura, mas também na ressurreição dos corpos justos. Essa é a crença que os levava a mumificar os corpos. 
           Os sábios hindus refletiam muito sobre a caducidade das coisas terrenas e sobre o perpétuo suceder-se dos fenômenos naturais; concluíram que um análogo suceder-se devesse regular também a vida dos homens, tornando-os sujeitos a nascer, a morrer e a renascer. Como o homem está ligado à roda da reencarnação, o "nirvana" pode ser alcançado através de muitas vidas, mas sempre seguindo a moralidade, concentração e sabedoria. Segundo o princípio do Karma, conceito sagrado referente à reencarnação, cada qual nasce assumindo um estado ou forma mais ou menos nobre, segundo a conduta e as ações praticadas na vida precedente. 
             Buda não rejeitava e crença na vida futura, que tem propiciado armas poderosas para agir sobre os sentimentos religiosos e o comportamento dos homens; tendo para tanto, a convicção de que ele sabia que esta vida, tarde ou cedo, há de acabar. 
             Segundo o judaísmo, o homem não passa de um punhado de pó, no qual, porém, está contida a centelha divina. Ele foi posto no paraíso terrestre para povoar o mundo de criaturas capazes de compreender a vontade do Senhor e colaborar com a perfeição.       
        Também nos primeiros tempos, os romanos, precedentes da região do Danúbio acreditavam fervorosamente na magia e nos espíritos. 
                 Aqui lo que compõe a nossa vida é um mistério padrão de movimentos que não somos capazes de definir nem compreender. Os seres vivos, o universo, o microcosmo e o macrocosmo obedecem universalmente as mesmas leis. 
                 A psique humana, como fonte de todos os fenômenos religiosos e culturais, conserva o conhecimento adquirido pelo homem antes do aparecimento da consciência de si mesmo. Portanto, qualquer que seja o caminho que buscamos é válido e importante para nossa evolução. 
          Tal como em outras religiões, sempre existiram notícias depreciadoras sobre o Espiritismo. Até criminais nas páginas de jornais são motivos para o afastamento de muitos adeptos. Mas é preciso considerar que todo o tipo de organização, seja comercial ou espiritual, sempre houve e sempre haverá charlatões. Faz indispensável "separar o joio do trigo". 
                É importante reconhecer que muitas "casas espíritas" fazem um maravilhoso trabalho. Organizam-se em comunidades para prestar serviços às pessoas necessitadas. Outro fator que deve ser destacado é que não há cobrança de dízimos ou qualquer outro tipo de extorsão dos seguidores. Essas casas sérias mantém suas estruturas e ajudam as comunidades próximas com as doações que recebem como roupas, calçados, livros, etc. que são vendidos e seu produto é revertido para a manutenção da casa e caridade. 
                   Algo muito interessante que se percebe por lá são as pessoas se sentindo protegidas, (abraçadas); conforto extremamente importante para quem, nas horas mais difíceis, ali encontra abrigo e carinho. 
                
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sábado, 30 de março de 2019

IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

Escultura Romeo 

            A 'IURD" foi fundada em 1977 pelo Sr. Edir Macedo Bezerra em sociedade com Romildo Roberto Soares e Roberto Augusto Lopes. 
                 Inicialmente a igreja tria sido dirigida por RR Soares que depois afastou-se e criou outra igreja. As informações a esse respeito são muito contrastantes, talvez pelo desentendimento ocorrido entre seus líderes. 
                 Em meados dos anos 80, a IURD já contava com mais de 195 templos; no final dos anos 1980 já possuía mais de 350 templos em dezoito unidades da federação; sendo que na década de 1990 já estava presente em todos os estados brasileiros e contava com mais de dois milhões de seguidores. 
                Sua expansão pelo mundo começou ainda nos anos 1980. Espalhou-se pela América, Europa, Ásia e África. Não demorou para espalhar-se por mais de 80 países. 
                Um fator muito importante para seu crescimento foi a aquisição da Rede Record de Televisão que, embora não pertença à igreja, pertence a seu fundador Edir Macedo. A rede de TV é controlada por bispos da IURD e tem mais de 20 retransmissoras da TV Universal. Também é proprietário da Rede Aleluia com cerca de 80 emissoras de rádio AM e FM, cobrindo cerca de 75% do território brasileiro. Tem também um portal na internet e mídia impressa que é distribuída em todas as igrejas da rede.
                 Seu espantoso crescimento deve-se principalmente ao uso de técnicas de gestão empresarial; seu culto é basicamente de auto-ajuda com palestras motivacionais e curas milagrosas. 
              Em maio de 1992, o bispo Edir Macedo foi preso no templo de Santo André, onde estava pregando, mas onze dias depois foi solto. As acusações foram curandeirismo, estelionato e charlatanismo,  posteriormente arquivadas e ele inocentado por falta de provas. 
                 Nos anos 1980 já tinha 571 templos, com um crescimento de 2.600%. 
                Segundo informações do IBGE, a IURD é a igreja mais presente nas comunidades pobres, morros e favelas do Brasil. 
                 Em outubro de 2015 a igreja informou possuir 7.157 templos e catedrais no Brasil e 2.662 igrejas no exterior. Informa também que há 112 bispos e 11.504 pastores no Brasil, além de 48 bispos e 3.953 pastores nos demais países. (fonte Wikipédia)
           Um estranho acontecimento foi a comemoração de 40 anos em que os Correios brasileiros registraram com o lançamento de um "selo comemorativo". 
           A construção e inauguração do Templo de Salomão, em São Paulo, teve muita repercussão no Brasil e exterior com publicações dos jornais The Gardian e The New York Times. Na ocasião houve afirmação de que teria custado mais de um bilhão de reais. Já a IURD afirma que custou apenas 400 milhões de reais. (Fonte Wikipédia). 
     

- FILOSOFIA, DEUS E ESPIRITUALIDADE

Escultura de Romeo Zanchett

PALAVRAS FINAIS DO AUTOR

Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? 

              A filosofia nasceu com a intelectualidade do homem no momento em que ele se tornou auto-consciente. A transição do "homo  sentis" para o "homo sapiens" marcou o início da filosofia. 
           A inteligência - Inter (entre) legere (ler - primitivamente apanhar, colher), como a própria palavra diz, é uma faculdade tipicamente humana; embora em grau bem inferior, também existe em outras formas de vida que conhecemos neste planeta. Portanto, podemos defini-la como a faculdade que lê, apanha ou percebe algo entre as coisas individuais, um nexo oculto que os sentidos orgânicos não percebem.  O "Ser" dotado apenas de sentidos orgânicos não percebe coisas individuais, concretas, geralmente chamadas físicas ou materiais. Os sentidos só percebem a multiplicidade das coisas, mas não percebem nenhuma unidade no mundo. O homem, embora perceba também essa mesma pluralidade, objetos dos seus sentidos, concebe através dessa pluralidade periférica a unidade central do cosmos. Em outras palavras: percebe a unidade dentro da multiplicidade. Considerando que a multiplicidade é periférica e aparente e a unidade é central e real, só um ser que percebe a unidade pode perceber a realidade do mundo. Portanto, o homem enxerga a realidade do mundo através das suas aparências. 
               Muito conhecida é a frase atribuída ao sábio Jesus Cristo: " Conheceis a verdade e ela vos libertará". De fato é somente pela verdade que o homem adquire sua liberdade. Quem vive na ignorância, na mentira ou no erro (inverdade, irrealidade) é escravo. Seu castigo será sempre permanecer no atraso espiritual sendo explorado por convicções e superstições religiosas. Acima de tudo, precisamos amar a sabedoria. E na sabedoria estão todos os homens, seres vivos e a matéria (aparentemente inerte), porque são uma parte do "tudo". A renúncia do "eu", com todos os axiomas intelectuais e teorias é um obstáculo no caminho da perfeição. Uma vida egoísta, na esperança de poder enganar a Deus, o "tudo" e crescer espiritualmente, é incompatível com a "realidade". 
               O mundo, que é "algo", não veio do "nada", mas sim do "tudo". É desse pensamento que surgiu a teoria do Big Bang (explosão do "tudo" que estava concentrado num determinado ponto). Todos esses "algos", que chamamos de mundos individuais, emanaram não da infinita vacuidade do "nada", mas sim da infinita plenitude do "tudo" que as religiões chamam de Deus. É desse Deus que emanam constantemente os fenômenos, os mundos, as galáxias, os universos -  e a Ele retornam sem cessar. 
              Não vejo como uma modesta sabedoria humana possa, com precisão, definir o que é Deus. Mas, para melhor entendimento, vamos definir Deus como o Poder Criador do cosmos. Para os hindus (pai Brahma); deus é a sabedoria dirigente da natureza (filho Vishnu); Deus é amor perficiente do Universo (Espírito Santo - Shiva) destruidor e regenerador da energia vital. 
               Todo o universo fenomenal emanou da eterna realidade, Deus, o "tudo" que provocou a Grande Explosão. Embora pareça difícil, é preciso compreender que o universo não emanou de Deus como um líquido emana de um recipiente, mas sim como o pensamento emana da alma. Emanação material implica em separação, afastamento, distanciamento entre aquilo que emana e aquilo do qual emana. Entretanto, não é isso que acontece no mundo da Absoluta realidade. O pensamento, quando emana da alma continua a estar dentro da alma; não há possibilidade de separação entre o pensamento e a alma, pois no mesmo instante em que o pensamento fosse separado da alma deixaria de existir. O pensamento só é real enquanto permanece na alma imanente ao ser. Portanto, é a própria alma enquanto pensa; são inseparavelmente unidos e até certo ponto idênticos. É dessa forma que o universo fenomenal emana de Deus; é, pois, uma permanente manifestação, revelação ou atividade de Deus. 
               Deus não equivale a este ou àquele fenômeno, mas sim à essência eterna de cada um. O íntimo "ser" de cada coisa é Deus, mas não seu "existir" perceptível pelos sentidos ou concebível pelo intelecto. No plano do "ser" nada há e nem pode haver fora de Deus, mas sim no "existir". Uma simples planta que hoje começa a existir como "fenômeno individual", sempre existiu (ou mais corretamente) "é" desde toda a eternidade como "realidade" ou parte inseparável de Deus. Mas é preciso considerar não a matéria, mas sim a sua energia. 
          Uma vez que Deus é a única "realidade", a essência e o íntimo de todas as coisas, podemos concluir que todas essas coisas nunca poderiam "começar" nem "continuar" a sua existência fenomenal sem que a eterna "realidade" lhes desse e conservasse essa existência individual.  Portanto, tudo existe graças à permanente imanência da divindade em todos os seres vivos, materiais e imateriais. Nenhum "ser" vivo pode deixar de "ser", cair no abismo do puro "nada", mas pode deixar de existir como "fenômeno individual" e voltar a fazer parte do "tudo" que é Deus. Em outras palavras, pode deixar de ser "algo individual" e voltar a ser parte da infinita e indestrutível "realidade", Deus, o "tudo". 
        O deísmo do século XVIII considera o mundo como criação de Deus no sentido Transcendente, e não imanente; segundo os deístas, teria Deus, em tempos pretéritos, criado o universo material e depois abandonado a seu destino, retirando-se, em seguida, para seu palácio transcendente e misterioso, para além das fronteiras deste mundo visível. Se fosse  tão simples o mundo teria voltado ao puro "nada", ao caos. 
               A onipresença de Deus não é uma simples coexistência com os fenômenos individuais, como se esses fenômenos existissem e com eles existisse Deus. Nenhum fenômeno existiria individualmente sem a imanente presença de Deus; seriam o puro "nada" no plano fenomenal. Como já disse e volto a enfatizar, Deus é o "tudo". Portanto, quando fazemos mal a qualquer ser individual, seja ele vegetal, animal ou mineral, estamos atingindo o "tudo" do qual fazemos parte como "seres individuais". 
             Nascer e morrer não são princípios nem fins absolutos; são apenas um começar e acabar relativos. Um ser nasce quando emerge do oceano infinito da "realidade absoluta" e universal, e como onda, pequena ou grande, aparece na superfície visível deste imenso abismo invisível que chamamos de universo, a "natureza". Antes de emergir desse abismo o "ser" possui "realidade universal", depois de emergir possui "existência individual", podendo ser objetivo variável por um ou mais dos nossos sentidos. Um ser morre quando abandona a tona perceptível do oceano cósmico e torna a submergir nas imperceptíveis profundezas da "eterna realidade". Portanto, a existência do homem é anterior à sua encarnação, como também será posterior à sua desencarnação.
             Qualquer "ser individual"  que tenha existido na face da terra é algo que sempre existiu no "tudo" universal (a energia). Se não mais voltar à face da terra como ser individual é porque as condições ambientais não lhe são mais favoráveis, no entanto, continua existindo no "tudo" universal. Partindo dessa premissa podemos dizer que os dinossauros continuam existindo no "tudo" universal, embora sejam apenas uma espécie de energia cósmica, mas, pode voltar como "ser individual" em outra forma. Não podem voltar na forma de dinossauros porque as condições ambientais do atual estágio da terra não o permite. A terra está em permanente mudança e, também o homem, algum dia, deixará de existir como "ser individual", mas continuará no "tudo universal" (energia cósmica - Deus). Ligados a essa realidade, exite algo que para nós é um mistério que nossa pequena inteligência ainda não é capaz de entender.
             A "realidade" é, pois, a infinita "atividade criadora", é a "Consciência Universal", da qual todos os seres, materiais ou imateriais, recebem sua parcela de consciência "individual". Não existe nenhum "ser" que não seja de algum modo consciente; mesmo que seja em tão primitivo grau que, visto da altura da nossa autoconsciência humana, nos pareça inconsciente. Do incessante transbordar da infinita plenitude criadora é que vem o "ser humano consciente" para agir com livre arbítrio. É esse livre arbítrio que determina sua história futura. O futuro poderá ser de ascensão ou descensão, dependendo de sua maneira de agir como ser individual. 
            A consciência humana ainda não está suficientemente desenvolvida para captar os fatos emanados da alma (fatos que chamamos de espírito humano), para então tirar suas conclusões. Os nossos sentidos ainda estão muito dirigidos para a matéria rude. Essa matéria é muito atrativa e é nela que muitos sucumbem. Todo o excessivo acumulo de bens materiais é apenas concentração de matéria nas mãos de um único "ser" individual que imagina-se proprietário. Mas qualquer matéria também é parte do "tudo" e não pertence a ninguém. 
           Três grandes lutas têm de sustentar o homem até chegar a uma relativa quitação interior: 1 - a luta entre a matéria e o espírito, que é individual; 2 - a luta entre a liberdade e a autoridade, que é social; 3 - a luta entre o intelecto e a fé, que é metafísica. Esta última atinge às mais profundas raízes do ser humano, lá ocorre a linha divisória entre Deus e o homem, entre o finito e o infinito. 
         Já conhecemos as forças divinas que estão adormecidas no nosso interior e se as aperfeiçoássemos durante o curto período de transição aqui na terra, ao invés de dirigir todas as nossas energias para assuntos terrenos sem importância, evoluiríamos no decorrer do tempo, e nos aproximaríamos mais da perfeição; voltaríamos ao "tudo" como seres espiritualmente amadurecidos. Não procuraríamos essa perfeição pela ignorância que ainda temos sobre as forças secretas da natureza, o "tudo", da qual fazemos parte. A "natureza" é uma força criada, temporal, espiritual, corporal e real; uma imagem do espírito não criado, indestrutível, eterno, tanto visível quanto invisível. Todo o universo consiste em pensamentos do criador, o "tudo"; não "há" nada diferente, não "havia" nada diferente e jamais haverá algo diferente no tempo da eternidade. 
               O homem comum considera a inteligência consciente como o mais perfeito estado do ser humano, o que é, evidentemente, um grande engano, ou então uma filosofia infantil. Há um estado superconsciente mais perfeito do que o estado comumente chamado de consciente. O gênio, nos seus momentos mais fecundos e dinâmicos, não age de um modo plenamente consciente; está "inspirado", isto é, tomado de um espírito criativo que vem do "tudo", de uma força cósmica que não coincide  simplesmente com o "eu" histórico desse indivíduo; é algo que ultrapassa todas as barreiras da sua consciência intelectual. O verdadeiro gênio é antes de tudo "atuado" e não "atuante"; é empolgado e arrebatado por alguma potência superconsciente e, quiçá, ultra personal.  Nesse sentido temos exemplos maravilhosos que comprovam este estado de superconsciência; são muitos os exemplos que poderíamos dar, mas vou citar apenas três casos muito conhecidos: 1 - o pequeno gênio Mozart que começou a compor com apenas cinco anos; 2 - o famoso pintor Van Gogh, que produziu suas mais brilhantes obras em estado de quase loucura; 3 - o gênio Da Vinci que tinha múltiplos talentos e parecia estar vivendo fora do seu tempo. Essa energia extra que esses gênios recebiam do "tudo" (cosmos) já estiveram por aqui dando energia a outras pessoas que evoluíram e quando seu corpo - matéria - já não tinha mais condições de continuar, voltaram para a origem, o "tudo". 
                 Uma das palavras mais felizes e precisas que a língua humana possui é êxtase - (Ec ou Ex) que quer dizer "fora";  "statis" que significa o "ato de estar". De maneira que êxtase diz literalmente o estado de um homem posto fora de si mesmo. Todo o homem em estado superconsciente acha-se "fora de si mesmo", porque seu verdadeiro "eu" ultrapassou o âmbito dos sentidos e do intelecto consciente e entrou numa zona ignota, anônima, vedada a essas faculdades diurnas; entrou numa zona noturna que são o domínio da faculdade do superconsciente. De per si, é essa zona noturna dos sentidos e do intelecto, mas para essas faculdades inferiores ela é noturna - assim como a luminosidade do dia é escuridão para as aves noturnas, ao passo que as trevas lhes parecem luminosas. Isso pode acontecer quando uma pessoa entra numa espécie de transe e escreve, faz ou fala coisas que conscientemente não falaria nem escreveria. Ela está tomada por uma energia que vem do "tudo", mas esta energia não é parte permanente do seu "eu"; ela vem e depois esvanece-se. Quando a pessoa volta ao estado do seu "eu" não consegue lembrar do que falou ou escreveu. 
            A alma ou espírito humano, superando os sentidos e o intelecto, entra no reino da superconsciência. Devido ao caráter misterioso desse estado superconsciente, muitos confundem a superconsciência - como se uma luz excessivamente forte fosse idêntica à treva, pelo simples fato de ultrapassar os limites da penumbra. A nossa atual consciência é comparável à penumbra, ao passo que a superconsciência é luz integral. 
              O ser humano possui vários sentidos em seu estado latente, com os quais pode perceber aparições espirituais que não entende. A intuição, por exemplo, está vagamente presente na maioria dos homens, apesar de dominados pelo intelecto. Ela funciona como que (a exemplo) uma antena ou aparelho receptor dotado de extrema sensibilidade; apanha vibrações que não seria possível com o aparelho rudimentar da consciência puramente intelectiva. Todos os sentidos têm uma inteligência "além da sua inteligência normal", comum. Também a telepatia é um fenômeno que depende do funcionamento da mente. O sistema básico do cérebro para o processamento das informações é o mecanismo empregado na telepatia, na clarividência e na precognição. A informação está constituída na própria estrutura do universo. Nossa mente não passa em uma "pequenina máquina" local, mas existe uma inteligência coerente, de incalculável grandeza, que está por trás de tudo. É difícil saber se esses momentos são conexos com inteligência de algum "ser" que está no "tudo" e consegue, de alguma forma, se manifestar através de um "ser" individual. O que podemos concluir é que existe inteligência por trás de tudo, que os sistemas materiais são influenciados, transformados, e que há forte energia invisível sendo empregada. Poderíamos dizer que somos parte de um sistema de saída e entrada que estabelece comunicação com o sistema universal, o "tudo". Isso nos leva a concluir que nessas "ondas energéticas" existem sistemas de velocidade acima da luz, e que essas inteligências estão em outros espaços e dimensões; são inúmeros universos paralelos, separados pelas suas velocidades e para atravessar de um território para outro é preciso ultrapassar a barreira da velocidade. É a energia e inteligência trabalhando juntas em certo lugar no tempo e no espaço. A alma (espírito humano) existe e é nosso "locus", ela faz parte desse sistema, desta inteligência que permeia o universo. O grande desafio está na alma conhecer a energia que existe nesta galáxia em que estamos vivendo temporariamente e que já foi definida pela física. Quando chegarmos a compreender o sistema físico - a levitação, desmaterialização e rematerialização, além de dominar a energia e a matéria, então teremos terminado o que viemos fazer e seguiremos em frente, rumo a outros mundos mais adiantados, talvez um próximo planeta ou outra galáxia. Dessa forma iremos caminhando e evoluindo, aprendendo a manejar os diferentes aspectos do universo, as diferentes velocidades, espaço e tempo que existem. O mais importante é saber que sempre estamos em transformação, para o bem ou para o mal. 
               Os jovens de nossos dias estão à procura de um "porto seguro" que deveria estar no centro de todos os ensinamentos científicos, filosóficos ou até religiosos. A ciência nos ensina tudo sobre a forma exterior, sua anatomia, sua psicologia, suas relações com o mundo físico. Estes jovens sabem que sua forma exterior morrerá e que o conhecimento sobre a existência limitada do corpo é pequena e sem importância quando comparado ao tesouro do seu ser espiritual "interior". Mas ele procura alguma segurança sobre seu "ser" espiritual, independentemente de sua forma ou aparência exterior. Mas a ciência e a filosofia mantém silêncio sobre esse problema, e isso leva-o a procurar as igrejas que também não sabem o que dizer. São inúmeras as igrejas, seitas e organizações fazendo afirmações contrárias entre si mesmas. Não tem provas desses testemunhos que pregam e muito menos razão para torná-los aceitáveis ou dignos de crença. Mas cada uma dessas comunidades clericais ou seitas, continuam dizendo possuir a verdade e aquele que não acreditar será amaldiçoado eternamente; continuam agindo e pregando como se estivessem na Idade Média. Dessa forma, o jovem continua nas suas dúvidas. Muitos silenciam a voz da razão e da dúvida entregando-se cegamente a convicções e crenças supersticiosas.  Outros, os intelectuais, concluem que nunca terão respostas para suas perguntas e passam a pensar em si próprios, procurando tornar o mais agradável possível, no sentido material, sua estada aqui nesta vida terrena. 
                Pelo fato do homem ter sentimento espiritual, o seu cérebro é facilmente condicionado a aceitar cegamente uma doutrina ou dogma; são levados a crer que determinado sistema (igreja ou seita) é o único que traz a verdade. É isto que vem permitindo a proliferação de falsas igrejas e falsos líderes religiosos, cujos fins são puramente exploratórios e comerciais. 
           Os símbolos dos herméticos da antiguidade foram adotados pelas modernas igrejas cristãs. Muitos desses símbolos já existiam deste tempos antigos, embora os nomes dos princípios que eles representam tivessem sido modificados repetidas vezes. Na igreja católica, a maior do mundo, encontramos símbolos que os egípcios já usavam, como também os antigos brâmanes, e possivelmente até os povos antigos da enigmática Atlântida, cuja história se perde na noite de um passado distante. Sacerdotes e fiéis curvam-se diante desses símbolos porque lhes foi ensinado que são lembranças históricas que estão no sub-consciente de cada um. O mais famoso desses é o de Jesus Cristo que viveu há apenas dois mil anos. Os fiéis das igrejas dos "dissidentes cristãos" continuam falando apenas nos Velhos Testamentos como modelo a ser seguido; falam muito do Templo de Salomão, da Arca da Aliança, da Terra prometida, do Dilúvio, de Moisés e suas Tábuas da Lei, além de outras fábulas ultrapassadas que lhes ajudam no convencimento para manutenção escravagista de seus fiéis. Seus objetivos são sempre os mesmos: poder e dinheiro. 
            As estátuas que representam os deuses gregos e romanos não representavam pessoas, mas sim forças universais da natureza. Encontramos essas mesmas forças no Mahabharata, nos poemas de Homero e em muitos outros livros "inspirados". 
            Quando uma religião entra em decadência, o significado dos símbolos se perde . Isso prova que o "espírito" que deu luz àquela religião desapareceu. Em todas elas o "saber" é substituído pela crença, pelo conceito. A forma exterior de uma religião desse tipo pode sustentar-se por algum tempo, mas no final ela fatalmente desaparecerá. Isso aconteceu com os gregos, com os romanos, com os egípcios, e atualmente parece estar acontecendo com algumas igrejas cristãs. 
           No momento em que nós, dentro de toda a razão, com a nossa inteligência livre de emoções e superstições, estudamos um bom número de sistemas religiosos, comparando seus símbolos e alegorias, seu significado secreto, iremos concluir que todas as religiões, um pouco mais sérias, possuem uma verdade fundamental comum à identidade da "natureza" e o espírito eterno que nela age. Este Deus Universal, o "tudo" é muito mais ilimitado do que qualquer Deus adorado nas igrejas. Ele não precisa de dízimos nem ser chamado, agradecido ou intermediado pelos "santos", sacerdotes, papas ou pastores. Ele é a força energética eterna de todo o universo; é completamente inviolável à lei mais perfeita criada pelos homens. O Deus das religiões é aquele que ora castiga e ameaça, ora perdoa e concede "milagres" e a quem os homens intimamente respeitam porque assim foram ensinados desde sua mais tenra idade. Mas o verdadeiro Deus não é só da humanidade, é do universo. É uma força energética eterna, da qual tudo o que existe participa, querendo ou não, porque cada coisa ou ser vivo é parte de "tudo", (Deus) a sabedoria universal.
            Sendo Deus e as coisas divinas "algo" essencialmente ultra-intelectivo e superconsciente, é natural que essas supremas realidades sejam mais facilmente atingíveis por sua faculdade superconsciente, como é a intuição, do que por uma faculdade consciente como é a inteligência.
               Muitas das leis universais ocultas e forças misteriosas são ignoradas pela humanidade. A consciência humana ainda não se desenvolveu suficientemente para captar esses fatos, mas, por enquanto, basta-nos observar que o nosso pequeno planeta está borbulhando de vida inteligente, cuja beleza ultrapassa nossos sonhos mais ambiciosos. Compreender e respeitar isso é tão importante que disso pode depender a nossa própria existência como seres humanos. 
            Os maus tratos que temos infligido ao sistema natural do planeta, na verdade, não o estão prejudicando em nada, mas apenas transformando-o; ao planeta não interessa qual tipo de ser o habitará. De forma que se o homem transformar profundamente o seu ambiente, certamente não mais poderá viver aqui. Não podemos esquecer que "nada se perde, tudo se transforma". É justamente essa transformação que poderá chegar a tal ponto que inviabilizará certos tipos de vida aqui ainda existentes. A consciência disso é que o próprio homem, que aqui está existindo na forma que conhecemos, será inevitavelmente transformado. Num primeiro momento seu corpo "morrerá" por falta de  ambientação e irá desparecer exatamente como ocorreu com os dinossauros; quanto à sua energia, voltará ao "tudo universal"; num segundo momento sua energia poderá retornar do "tudo universal" e voltar como um determinado "ser" individual, que possa existir nas novas condições de vida deste planeta. 




sexta-feira, 29 de março de 2019

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