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terça-feira, 14 de agosto de 2018

OS HERÉTICOS NOS MOSTRAM NOVOS CAMINHOS



                "Às vezes os sábios zombam dos sacerdotes, como quando Chandogya Upanishad assemelha o clero ortodoxo a uma procissão de cães, um a agarrar a cauda do outro e a dizerem piedosamente, "Om, comamos; Om, bebamos." Outro, o Swasanved Upanishad, anuncia que não há deus, nem céu, nem inferno, nem reencarnação, nem mundo; que os Vedas e Upanishad não passam de coisas de loucos; que suas idéias são ilusões e suas palavras não contém verdade; que o povo, embriagado pelo floreio retórico, agarra-se aos templos, deuses e "homens santos", embora na realidade não haja diferença entre Vixnu e um cão. E conta a história de Virocana, que viveu como discípulo do grande deus Prajapati durante 32 anos, recebeu muita instrução sobre o "Ego livre do mal, imortal, sem idade, sem dores, sem fome, sem sede, cujo desejo é o Real" e subitamente voltou á terra para pregar uma doutrina escandalizadora: "Só podemos ser felizes aqui na terra se pudermos ajudar-nos a nós mesmos. Aquele que se faz feliz aqui na terra e se ajuda a si mesmo conquista os dois mundos, este e o outro." Talvez os bons brâmanes, que nos preservaram a história da Índia, nos tenham enganado a respeito da Unanimidade piedosa e do misticismo desse povo. "
                       
                        Desde a nossa mais tenra idade estamos acostumados a escutar relatos falsificados sobre deus, e há séculos nosso espírito está tão impregnado de preconceitos que acaba protegendo mentiras fantásticas com se fossem um tesouro; a pressão é tanta que  desperta em alguns a busca da "verdade verdadeira" e finalmente toda essa deturpação nos parece não ser digna de crédito. "Conheceis a verdade e ela vos libertará". É essa verdade que pouco-a-pouco está aparecendo diante dos nossos olhos. 
                    Realmente, à proporção que os estudiosos vão desenterrando algumas figuras da filosofia indiana anterior a Buda, um quadro vai tomando forma, no qual, ao lado de santos que meditam em Brahman, encontramos uma variedade de criaturas que desprezam os sacerdotes, duvidam de todos os deuses e não trepidavam em adotar o nome de Nastiks, ou niilistas. Sangaya, o agnóstico, nem admitia nem negava a vida depois da morte; punha em dúvida a possibilidade do conhecimento e limitava a filosofia a fins terrenos - à procura da paz. Pura na Kashyapa recusou-se a aceitar distinções morais e ensinou que a alma é uma escrava do acaso. Maskarin Gosala sustentou que o destino determinava tudo, independentemente dos méritos do homem. Ajita Kasakambalim reduziu o homem a terra, água, fogo, vento e disse: "Os loucos e os sábios, na dissolução do corpo, são igualmente aniquilados, e depois da morte cessam de ser. O autor do Ramayana pinta em Jabali um cético que causa riso a Rama por ter rejeitado um reino a fim de guardar um voto. 
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Jabali, o sábio brâmane e o sofista de palavra hábil, pôs em dúvida a fé, a lei e o dever e falou ao jovem de Ayodhyas: 
"Por que motivo, Rama, teu coração se envolve nas inúteis máximas que enganam a ingênua humanidade? 
Ah, eu lamento os pobres mortais que, tomados por este erro, sacrificam os seus prazeres nesta vida e por fim morrem inutilmente, oferecendo sacrifícios aos deuses e aos padres.
Desperdício de comida! porque nenhum Deus ou Pai recebe nossas pias homenagens!
E poderá alimento compartilhado por um homem nutrir outro? Pode o alimento dado a um brâmane servir a nossos pais? 
Hábeis sacerdotes forjam essas máximas e com egoístico objetivo dizem: "Fazei oferendas e fazei penitências, deixai as riquezas do mundo e orai!"
Não há além Rama; a esperança e a fé dos homens são coisas vãs. 
Procura o prazer do presente, afasta de ti as pobres ilusões."

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                  Quando Buda entrou na virilidade, encontrou as salas, as ruas e até as florestas da Índia ressoantes de disputas filosóficas, com grandes tendências ateístas e materialistas. O último dos Upanishads e os mais velhos livros budistas estão cheios de referências a essas tendências heréticas. Uma grande classe de sofistas itinerantes - os Paribbajaka, ou Viajantes - gastavam parte do ano em ir duma localidade a outra procurando discípulos ou adversários filósofos. Alguns deles ensinavam a lógica como a arte de provar tudo quanto queremos. Outros demonstravam a inexistência de Deus e a inutilidade da virtude. Grandes assistências se reuniam para ouvir essas prelações e debates; grandes salas foram construídas para acomodá-los; e, às vezes, príncipes ofereciam recompensas aos vencedores de tais juntas de intelectuais. Foi uma época de absoluta liberdade de pensamento e de inúmeras experiências no campo filosófico. 
             Pouco nos chegou do pensamento desses céticos; sua memória nos foi preservada  sobretudo pelas diatribes dos seus inimigos. O mais velho de todos era Brihaspati, cujos Sutras niilistas pereceram, salvo um poema denunciando os sacerdotes em linguagem livre de todo o obscurantismo metafísico. Dizia este Sutra: 

"Não existe céu, nem liberação final, 
Nem alma, nem outro mundo, nem ritos de casta...
O tríplice Veda, o tríplice mandamento, 
e todo o pós e todas as cinzas do arrependimento-
Isto só serve de meio de vida para 
Homens vazios de intelecto e varonilidade...
Como pode este corpo, quando reduzido a pó, 
Voltar à terra? E se uma alma fantasma pode passar
Dum mundo para outro, por que as fortes afeições que o
morto deixa neste mundo não fazem seu fantasma voltar?
Os custosos ritos em torno dos que morrem
não passam de meios de vida, inventados
pela habilidade dos sacerdotes - nada mais...
Enquanto perdura a vida, vivamos na folga e no prazer; 
Deixemos que o homem tome emprestado de 
todos os amigos e regale-se em manteiga derretida. 

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                  Dos aforismos de Brihaspati saiu uma escola de materialistas hindus conhecidos pelo nome de um deles, os Charvaskas. Eles riam da ideia de que o Vedas fosse revelação divina; a verdade, diziam, nunca pode ser conhecida, exceto através dos sentidos. Nem na própria razão podemos confiar, porque cada inferência depende, para a sua validade, não só da acurada observação e do correto raciocínio, como também da admissão de que as coisas no futuro se comportarão como no passado; e disto, como iria dizer Hume, não podemos ter certeza. O que não é percebido pelos sentidos, adianta Charvakas, não existe; portanto, é a alma uma ilusão, e Atman uma mistificação. Não observamos, através da experiência ou da história, nenhuma interposição de forças sobrenaturais nos acontecimentos e coisas deste mundo. Todos os fenômenos são naturais; só os ingênuos os relacionam a deuses e demônios. A matéria é a única realidade; o corpo, uma combinação de átomos; o espírito, mera matéria pensante; o corpo, não a alma, sente, vê, ouve e pensa, Quem já viu a alma separada do corpo? Não há imortalidade, não há reencarnação. A religião é uma monstruosidade, uma doença ou uma patifaria; a hipótese de um Deus é inútil para explicação e compreensão do mundo. Julgam os homens a religião necessária porque estando a ela efeitos, sentem um vácuo sempre que o crescer do conhecimento destrói a fé. A moralidade também é natural; é uma convenção social e uma conveniência, nada tem de divino. A natureza é indiferente ao bom ou ao mau, à virtude ou ao vício; o sol brilha indistintamente sobre os ladrões e os santos; se há na natureza alguma qualidade ética, só pode ser a sua transcendente imoralidade. Não é necessário controlar o instinto e a paixão porque disso se encarrega a natureza - são as instruções da natureza ao homem. A virtude é um equívoco; o propósito da vida é viver, e a única sabedoria é a felicidade. 
                Esta  filosofia revolucionária dos Charvakas pôs fim à era dos Vedas e dos Upanishads. Enfraqueceu o poder dos brâmanes sobre a mente da Índia e deixou na sociedade indiana um vácuo propício ao surto dum novo credo. Mas o trabalho dos materialistas fora muito profundo - tão profundo que as duas novas religiões que viriam substituir a védica, por mais estranho que pareça, seriam religiões sem deus, religiões ateístas. Ambas pertencem ou fazem parte do Nastika ou movimento niilista; e ambas originaram-se, não de nenhum brâmane, mas de membros da casta guerreira (xatrias), numa reação contra a teologia e o cerimonialismo sacerdotal. Com o advento da Jainismo e do Budismo, uma nova época iria ter começo na história da Índia. 

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Quando se fala em nome de Deus, os seres humanos sempre se prostram. Sabendo disso os espertos líderes religiosos, políticos e governantes, se aproveitam da ingenuidade dos seguidores para impor-lhes suas ideologias. Isso não era diferente nos tempos antigos, basta vermos a atitude de Augusto, Imperador Romano e mais tarde Constantino, que usou os cristãos para vencer Maxêncio e unificar Roma. 
O grande sábio "Buda", o iluminado, disse: " A morte é a origem de todas as religiões e se não houvesse morte certamente não haveriam deuses."
Buda não rejeitava a crença na vida futura, que tem proporcionado armas tão poderosas para agir sobre os sentimentos religiosos e o comportamento dos homens. Tendo, para tanto, a convicção de que ele sabia que esta vida, tarde ou cedo, há de acabar no nada, não valeria a pena ter tanto trabalho e nem imposto sacrifícios a seus discípulos. 
Somos todos parte de um universo em constante mutação. A terra é um simples organismo vivo, constituída dos mais diversos componentes minerais, químicos e água. O mal que fazemos a qualquer ser, animal, vegetal ou mineral, repercutirá na nossa forma de vida. Isso já está ficando bem evidente com o aquecimento global e suas consequências com secas, enchentes e queimadas.
Quando os governantes perceberam o poder que a religião exercia sobre os fiéis, todos passaram a adotá-las como parte do sistema governamental. É muito triste ter que admitir, mas é isso que acontece ainda hoje, principalmente nos países que não dão a devida importância à educação e cultura para o povo em geral. A cegueira dos povos menos favorecidos, financeira e intelectualmente é de fundamental importância para os políticos e pregadores religiosos desonestos.
A religião egípcia também serviu de exemplo para os judeus criarem o cristianismo primitivo - (dali extraíram e adaptaram lendas e fábulas - principalmente do Egito - que são seguidas como verdade até nossos dias) pouco atendia à moralidade; os sacerdotes ocupavam-se de vender talismãs, fórmulas mágicas e a celebrar ritos; não se preocupavam em ocultar preceitos morais. O próprio "Livro dos Mortos" ensina que os amuletos benzidos pelos padres suprimiam todos os obstáculos deparáveis aos mortos no caminho da "salvação"; e o principal era repetir as orações, não o levar vida perfeita. Os amuletos e rezas propunham-se a absolver uma infinidade de pecados e os assegurar a entrar no paraíso até ao próprio diabo. A cada instante o piedoso egípcio tinha de murmurar estranhas fórmulas espantadoras do mal e atraidoras do bem. 
Os próprios deuses usavam de magia uns contra os outros. A literatura egípcia está cheia de mágicos que secam lagoas com uma só palavra, ou soldam pernas quebradas, ou ressuscitam os mortos. O rei mantinha-os na corte para guiá-lo; e ao próprio rei era atribuído mágico poder sobre as chuvas ou a enchente do rio Nilo. A vida andava cheia de talismãs, encantações, adivinhações; em cada porta ficava um deus para afugentar os maus espíritos e os ataques do azar. Os sacerdotes eram sustentáculos do trono e, ao mesmo tempo, a polícia secreta da ordem social. Eram a indispensável ponte ligadora dos homens aos deuses. Os padres cobravam caro a ajuda aos fiéis na realização de complicados "sacrifícios"; se não viam o dinheiro na mão, recusavam-se a recitar as necessárias fórmulas mágicas; tinham de ser pagos antes dos deuses. Havia regras estabelecidas por eles quanto à remuneração de cada serviço, por exemplo, - quantos cavalos ou vacas, ou quanto ouro (que era a substância mais adequada e que mais agradava aos sacerdotes e aos deuses).   Dessa forma a classe sacerdotal se tornou uma elevada casta, cujo poder era hereditário; esse elevado cargo passava de pais para filhos. A virtude, a ingenuidade a piedade do povo,  além do apoio dos reis, acabou se tornando mais opulenta que a aristocracia feudal e à própria família real. Os sacrifícios oferecidos aos deuses iam diretamente para as mãos dos sacerdotes; os templos lhes garantiam espaçosas moradias e as rendas das terras dos templos e dos serviços eram avultados e sempre isentos da taxas de impostos e seus filhos livres do serviço militar. O grande escritor Heródoto os descreve quase com pavor: 
"São de todos os homens os mais excessivamente atentos a adoração dos deuses, e observam as seguintes cerimônias... Usam trajes de linho, sempre lavados e frescos... São circuncisos, a bem da higiene, achando preferível serem limpos a serem belos. Depilam o corpo inteiro de três em três dias, de modo que nenhum piolho ou impureza se juntassem neles... Lavam-se em água fria duas vezes por dia e três à noite." 

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              As morais, portanto, passaram a ser apoiadas pelas sanções religiosas, porque o mistério e o sobrenatural fornecem um suporte que por si mesmas não possuem as coisas empiricamente conhecidas e geneticamente compreendidas; Os homens são mais facilmente governados pela imaginação do que pela ciência. Mas seria essa utilidade moral a fonte e a origem da religião? A resposta definitiva sobre esta questão só será dada com a universalidade da cultura e da filosofia.
               À época em que Gautama Buda se entregou à vida religiosa, o Bramanismo estava passando por profunda crise, porque os homens mais evoluídos tinham começado a duvidar do poder dos sacerdotes, por estes, na verdade, exercitavam artes mágicas que os faziam parecer mais feiticeiros de tribos primitivas do que expoentes de uma civilização superior; pretendiam saber dobrar à sua vontade os deuses, mas, ao mesmo tempo, nem sempre sabiam responder satisfatoriamente aos grandes interrogatórios sobre o bem e o mal, sobre a existência da alma e sobre a eternidade; duvidas que sempre atormentaram o espírito do homem religioso. Em consequência disso, muitos jovens frequentemente oriundos das melhores famílias, abandonaram a religião oficial, personificada pelos brâmanes, e passaram a seguir algum homem que julgavam mais sábio. Um olhar mais atento nos levará a perceber que isto está acontecendo com os jovens de nossos dias. A ostentação e a exploração financeira promovida pelas religiões está despertando uma nova visão na juventude mais esclarecida.


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                Há dois mil anos, o antigo geógrafo "Estrabão" expressou ideias muito adiantadas a este respeito: disse ele: 
"Ao lidar com a multidão de mulheres, ou com uma massa promíscua, o filósofo não consegue influenciá-las pela razão, exortando-as à reverência, à piedade, à fé; faz-se necessário o medo religioso, e este medo não pode ser criado sem mitos e maravilhas. Porque trovões, escudos, tridentes, archotes, cobras, lanças, tirsos - (armas dos deuses) - são mitos, e isto está em toda a velha mitologia. Mas os fundadores de estados deram sua sanção a essas coisas, como a papões que amedrontam os espíritos simples. E como esta é a natureza da mitologia, e como ela tem seu lugar no plano da vida social bem como na história dos fatos reais, os antigos agarram-se aos seus sistemas de educação de crianças e aplicavam-nos aos homens de idade madura; e por meio da poesia supunham poder satisfatoriamente disciplinar todos os períodos da vida. Mas agora, depois de longo tempo, a escrita da história e da filosofia vieram para frente. A filosofia, entretanto, é coisa para poucos, ao passo que a poesia é própria para as massas."

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Voltaire, o mais conhecido filósofo racionalista disse: 

"E tão grande a fraqueza do gênero humano, tamanha a sua perversidade, que, sem dúvida, lhe vale mais estar subjugado por todas as superstições possíveis - desde que não tenham caráter assassino - do que viver sem religião. O homem sempre teve necessidade de um freio e, por ridículo que fosse sacrificar aos faunos, aos silvanos ou às náiades, era mais razoável e mais útil adorar essas imagens fantásticas da divindade do que entregar-se ao ateísmo. Um ateu que fosse razoador (que faz uso da razão),  violento e poderoso, seria um flagelo tão funesto como um supersticioso sanguinário. 
Quando os homens não dispõem de sãs noções acerca da Divindade, as idéias falsas superam-lhe a falta, tal como nos tempos de desgraça se fazem negócios com moeda falsa quando falta a moeda boa. O pagão, se cometia um crime, temia ser punido pelos seus falsos deuses; o malabar teme ser punido pelo seu pagode. Em todo o lado onde há uma sociedade estabelecida, é necessária uma religião. As leis exercem vigilância sobre os crimes conhecidos, a religião exerce-a sobre os crimes secretos. Mas a partir do momento em que os homens chegam a abraçar uma religião pura e santa, a superstição torna-se não apenas inútil, mas muito perigosa. Não deve tentar alimentar com bolotas aquele que Deus se dignou alimentar com pão. A superstição está para a religião como a astrologia está para a astronomia, a filha louca de uma mão sábia. Essas duas filhas subjugaram, durante muito tempo, a terra toda. 

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Depois da queda de Roma, os sistemas religiosos se tornaram muito poderosos e dificilmente algum novo reformador terá a ousadia de contrapor-se a toda essa organização. Martinho Lutero foi ousado e criou o conhecido "cisma religioso do cristianismo". Porém, seus ensinamentos e orientações, que tinham como principal finalidade a não exploração dos menos favorecidos intelectual e financeiramente, resultou na proliferação de inúmeras formas religiosas rigorosamente contrárias às suas pregações.
O ignorante não sabe ouvir a filosofia, mas adora ouvir fábulas e poesias, e é com elas que se identifica e a elas se submete.
A cultura, a educação e o saber são as únicas armas capazes de, lentamente, mudar todo esse sistema mundialmente estabelecido. Não podemos ignorar que os sistemas religiosos são aliados dos governos. É muito grande o número de políticos que são eleitos com votos da massa popular de religiosos. A democracia, que hoje se estendeu por grande parte do mundo civilizado, é dominada pela massa popular que não sabe votar e, assim,  geram a grande quantidade de corrupção que lesam a todos.

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É interessante observar como as religiões diferem uma das outras. E muitas vezes surgem verdadeiras guerras entre elas, pelo poder e pelo dinheiro. Cada indivíduo, participante de uma religião ou seita, acredita que só a sua é a verdadeira.
Toda a religião é impregnada de política, fábulas e fantasias. Todas buscam formas de capturar o intelecto humano e mantê-lo sob seu domínio.
De onde viemos? Para onde vamos? São perguntas que passaram a existir no imaginário do ser pensante chamado homem quando este descobriu a própria consciência.
O Universo passou uma longa noite, que durou milhões de anos durante os quais as nuvens cósmicas giraram no espaço, até que, ao se condensarem, deram origem às galáxias de estrelas. Numa delas, a Via Láctea, formou-se, então, o sistema solar e, dentro deste, o planeta Terra.
Primeiro foi um mar de fogo e lava - depois vieram as chuvas e, com elas, os oceanos.
Muitas eras se passaram antes que, nesta microscópica porção do Universo, acontecesse o extraordinário fenômeno da vida.
Plantas e animais, espécies primitivas, num processo de permanente adaptação ao ambiente, sofreram transformações lentas, mas constantes, até originar aqueles que conhecemos.
Há pouco mais de um século (1836) Charles Darwin nos deu algumas respostas. Em sua histórica viagem ao redor do mundo, descobriu restos de peixes pré-históricos no alto das montanhas, mostrando assim que grande parte das terras já esteve coberta por mares. Conheceu espécies estranhas, vestígios de animais e plantas extintas e, desta forma, nos revelou a evolução das espécies.
Mas apesar de todo o progresso intelectual e científico, continuamos escravos de nossa própria a imaginação e, assim, dependentes de alguma crença ou religião. O medo do futuro desconhecido e da morte sempre está presente em nossas mentes.  Enquanto isso acontecer as religiões continuarão subjugando e explorando seus fiéis seguidores. 


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