Total de visualizações de página

terça-feira, 7 de agosto de 2018

A RELIGIÃO DOS ETRUSCOS *

               A religião dos etruscos era eminentemente politeísta; tinham um verdadeiro panteão de deus com forte influência da mitologia grega. As três divindades etreuscas mais importantes eram Uni, Tinia e Menrva.
            Denominados "Tirrenos" pelos gregos e "Tucios" pelos romanos, os Etruscos habitaram a parte da Itália Central compreendida entre as costas do Tirreno e os vales do Tibre e do Armo. Daqui, estenderam sua influência e seu domínio até às costas da Ligúria, à planície padana, à Úmbria, ao Lácio, à Córsega e até à Campânia. A evolução social e civil, a proeminência política, econômica e cultural deste povo tiveram uma notável influência sobre a Península do VIII ao VII séculos a.C.  No Lácio, o domínio dos Etruscos cessou ao fim do século VI, em seguida à derrota sofrida na África por parte dos romanos. 
                Os Etruscos falavam um idioma diferente dos dialetos itálicos (sua estirpe remonta à era das populações mediterrâneas pré-históricas, e desde os tempos mais remotos tiveram notável desenvolvimento, tanto espiritual como religioso. Heródoto narra que eles provieram da Índia, da Ásia Menor.
               Contraposta à serena religião Grega, a religião Etrusca revela um caráter muito primitivo, por vezes hórrido, como se pode verificar em algumas pinturas sepulcrais. 
              Todavia, até hoje não nos tem sido possível resumir, com sistemática precisão, todos os aspecto da religião etrusca e isso pela incerteza das origens e pela dificuldade de se distinguirem genuinamente etrusca daquelas que, ao invés, são consideradas como contribuição de origem estrangeira. Além disso, a incerteza no decifrar algumas particularidades da língua é outro obstáculo de não ligeira importância acerca dos estudos de etruscologia.
                   Tudo quanto sabemos deles foi derivado das pesquisas arqueológicas e dos escritos dos autores clássicos.
                   Segundo a mitologia etrusca, os deuses os tinham numa hierarquia especial, ao cume da qual havia a trindade Tínia-Uni-Menrva . Algumas divindades, mesmo tendo um nome indígena, correspondem àquela do panteão romano: Tínia (Jeová), Uni (Juno), Menrva (Minerva), etc. Em outras, porém, sua correspondência falta de todo. Assim, encontramos Usil (o deus Sol) Cilens e Tecum. 
            Entre outras divindades em relação com o além-túmulo etrusco, encontram-se "Charun" e "Tuchulcha". Charun é afim do Caronte grego, mas entre os Etruscos, cabe-lhe a tarefa confiada às Parcas na mitologia grega, pois ele é, de fato, o senhor da vida dos homens.  Quando acha conveniente, pode pôr fim à existência de qualquer um, com um golpe do seu malho. Com ele está Tuchulcha, dotado de duas grandes asas, com cabeça e os braços cingidos de serpente. Ao lado da ideia da morte, pelo seu caráter guerreiro, se encontram mais dois deuses: Leta e Lar. Entre  as divindades femininas infernais temos Vanth, divindade benéfica, que recebe as almas; Celsu, Parca, dotada de um par de tesouras. Um lugar especial entre os deuses etruscos cabe a "Voltumna", que segundo "Verrão", corresponde a Vertumnus, máxima e antiga divindade etrusca, venerada em um santuário da Etrúria meridional, indicada também sob o nome de Veltume. 
            Mais tarde, foram recebidas algumas divindades do Olimpo grego: Aplu (Apolo),Artume (Artemis) Hercle (Hércules) etc. 
            Os etruscos preocuparam-se, de maneira especial, em estudar os sinais exteriores da vontade dos deuses. A interpretação de tal vontade impeliu-os à prática de atos divinatórios, segundo sistema de origem antiquíssima e consistentes em interpretar os fenômenos naturais (terremotos e cometas), o voo dos pássaros, os nascimentos monstruosos etc. 
               Os atos do culto público eram estabelecidos pelos "libris ritualis" (subdivididos em três partes: livros rituais, livros fatais e livros aquerônticos) e pelo calendário lunar religioso. Estes livros, ainda, continham algumas normas, que se deviam seguir na fundação de alguma cidade, nos regulamentos sociais e militares e para consagrar um templo ou uma ara. 
                   Nos templos, eram colocados sacerdotes, recrutados entre os pertencentes a famílias nobres. Esse sacerdócio, hierarquicamente organizado, era dividido em três categorias, por vezes em colégios, e tinham à sua frente um "sumo sacerdote". Grande era sua importância política, porquanto somente os sacerdotes sabiam interpretar os sinais do céu.
                 As celebrações do culto consistiam em preces, em ofertas incruentas e em sacrifícios cruentos. 
               Nos tribunais, eram colocados móveis, tapetes, roupas, víveres, porque, segundo a concepção religiosa etrusca, o defunto continuava, mesmo no Além, sua vida terrena. 

*********************

Colinas artificiais encerram as necrópoles etrusca do século VII ao VI a.C.  Elas contém, por vezes, várias celas sepulcrais, onde se vai mediante um túnel cavado no monte, nem sempre facilmente  atingível. Além daquela de caera, recordem-se as necrópolis de Tarquínio, "Vei e Vulci", ricas de decorações e importantes pelos móveis e objetos ali encontrados.
Ao século I a.C. pertence o túmulo dos "Volummi", na zona de Perúsia, encontrado intacto na câmara principal. A urna dedicada a Arunte, filho de Aule Velimna, representa-o deitado na cama, tendo na mão a taça do ágape. Na zona inferior, encontram-se duas mulheres, demônios femininos. Pela decisiva individualidade do rosto de Arunte, pode-se pensar em um verdadeiro retrato. 
A escultura da "Vitória Alada" lembra-nos criações análogas gregas. Pertence a um pequeno templo etrusco-itálico dos séculos IV e III a.C. É um tanto "movimentada" na parte inferior, na superior, possui um aspecto meio rude e pesado. 
Várias foram as divindades greco-romanas que os Etruscos adotaram, adaptando-as à própria religião. O "Apolo de Veio", transformando em "Aplu", nada mais tem do deus olímpico. Sorri sim, como as arcaicas estátuas gregas, mas de seu rosto emana um ar de zombaria.  
O templo etrusco passou, sucessivamente, através de várias fases. Na sua mais antiga construção, era inteiramente de madeira, como outrora na Grécia, com paredes, e madeira na na parte superior, conservando, até os IV e III séculos a.C., uma estrutura arcaica. Um tanto baixo e com uma tríplice cela, apresenta a fachada e as orlas extremas do telhado ornadas por uma série de divindades maiores e menores, em terracota vivamente colorida.

************************

CONHEÇA A OBRA LITERÁRIA DO ROMEO 
clique no link abaixo 
http://livrosdoromeo.blogspot.com.br
.
Meus livros estão nas livrarias e, principalmente, no MERCADO LIVRE < clique aqui

Nenhum comentário:

Postar um comentário