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quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A RELIGIÃO DOS ROMANOS m


                   Antes da entrada do Cristianismo, com a força do imperador Constantino, os romanos adoravam praticamente todo o Panteão grego; mas é muito difícil, pela quantidade e pela antiguidade, apurar mais detalhadamente a respeito da religião romana primitiva.
                  A associação da religião dos Gregos com aquela dos Romanos surgiu de maneiras espontânea, mas as afinidades entre as duas formas de culto foram muito mais aparentes que reais, enquanto bem diversos foram o espírito e o caráter dos dois povos. 
                O povo romana descendia de um ramo latino dos itálicos, de estirpe indo-europeias, que tinham transposto os Alpes em duas sucessivas migrações.   
                Habitantes do vale do Tibre e da planície foram, povo de agricultores, socialmente organizado e confederado em cidades, a maior das quais, Alba, surgiu nas encostas do Monte Albano, em cujo cimo se erguia o santuário de Jeová, deus de todas as gentes latinas.
            Caminhando na direção do mar, um grupo destes latinos fixou morada firme(entre o X e VIII séculos a.C.), na margem esquerda do Tibre, entre colinas, dando origem à aldeia que mais tarde seria Roma eterna. 
               Gente de pouca fantasia e de espírito prático, os Romanos gostavam de conhecer o poder de seus numes e de invocar-lhe a proteção e a intervenção, para si, para o próprio gado, para a colheita, para qualquer circunstância importante da vida pública ou privada. 
                  A tradição atribui ao legendário rei Numa Pompílio a fundação de uma religião internacional, valendo-se do auxílio da ninfa sagrada Egéria, mas o que se supõe ter sido a vida daquele rei está de tal modo esquecido no tempo que o próprio fato de sua existência é posto em dúvida por numerosos historiadores. Entretanto, o que de fato se sabe é que, nos primeiros tempos os romanos, precedentes da região do Danúbio acreditavam fervorosamente na magia e nos espíritos. Esses espíritos se tornavam gradativamente em deuses, ligados menos a lugares determinados do que a certas ocupações diárias e sazonais do povo. 
              A história da religião oficial romana passa através de várias bases. No período mais antigo, a trindade principal era representada por Júpiter (Jeová), Mars ( Marte), Quirinus, destinados a salvaguardar a cidade de Roma contra os povos vizinhos. Seguia-se Janu (Jano) que protegia a entrada das casas. Em honra de Jano, existia também um templo, cuja porta permanecia fechada em tempo de paz e era aberta em tempo de guerra. Com Numa Pompílio, o soberano mais pacífico da época dos Reis, permanece sempre fechado. Uma divindade importante no panteon romano era Vesta, a deusa do lar, em cuja honra sempre ardia o fogo sagrado, tanto nas casas de família como no templo do Estado, confiado aos cuidados das Virgens Vestais. Graves desgraças teriam atacado Roma se o fogo se extinguisse. A estas divindades oficiais se ajuntavam outras, de caráter agreste, talvez preexistentes no Lácio, como Pomona, Flora, Consus, Saturnus, Faunus e Silvanos. 
               No segundo período, o difundir-se das tradições e dos cultos, de um ponto a outro da península e de um centro a outro do Mediterrâneo, levou Roma a uma fusão de crenças e de cultos, que se manifestou acolhendo no panteon romano divindades helênicas e tributando-lhes as mesmas honrarias. 
               Diana, Minerva, Fortuna, Vênus, assumiram grande importância, e a primitiva trindade foi substituída por outra: Jupiter - Juno - Minerva, que, segundo a concepção grega, era considerada uma família composta de pai, mãe e filha. 
                  À medida que os romanos conquistavam as cidades vizinhas, os deuses destas eram incorporados no Panteão nacional. O fato de a prosperidade de Roma haver-se originado dos numerosos estrangeiros que traziam consigo os deuses próprios, sendo-lhes permitido, à vontade, o culto dos mesmo. 
               Muitas divindades mais importantes encontraram perfeita correspondência com os deuses do Olimpo helênico; estas são: Jeová, (Zeus) Juno (Hera), Minerva Atena), Ceres (Deméter),  Mercúrio (Hermes), Netuno (Poseidon), Vênus (Afrodite), Vulcano (Hefestos), Marte (Ares), Vesta (Hestia). 
               O último período, aquele imperial, é caracterizado pela assimilação de cultos especialmente orientais, como aquele do deus Mitra, de que permaneceram vestígios. 
          O culto dos romanos deve ser considerado sob dois diferentes aspectos: aquele privado, que conservou por longuíssimo tempo a fisionomia da antiga religião, mas com ritos diversos, segundo a região e o ambiente em que se desenvolviam; aquele público, a que correspondia o cerimonial oficial. 
              Assim como entre os Gregos, também entre os Romanos o fogo (aquele doméstico em particular) foi tido como sagrado. O culto do lar e dos ancestrais foi elemento essencial da civilização latina. Ao culto doméstico está ligado aquele dos mortos. O dever principal da família era providenciar a sepultura a quem não podia tê-la, por ter-se extraviado em combate ou em naufrágio, erigia-se um túmulo vazio, chamado "cenotáfio". 
             Também entre os romanos o culto se desenvolveu, a princípio, ao ar livre, em alturas cobertas de árvores ou em plena selva, com uma área central para os sacrifícios; ali, mais tarde, surgiram os primeiros templos, destinados a conservar o simulacro das divindades, mas não para receber os fiéis. Foram depois erigidos também santuários, para os ritos purificadores.
                Os sacerdotes não tiveram nunca uma doutrina para tutelar o difundir; cabia-lhes a tarefa oficial de cumprir  somente a ação sagrada. Apesar disso, conseguiram organizar uma espécie de hierarquia estatal, constituída de colégios: Os Pontífices, os Augures, os Quindecênviros e os Septênviros.
                A estes se acresciam os Flamínios, dedicados a específicas de culto, e as Vestias, sacerdotais consagradas à custódia do fogo sagrado. A estes colégios, em cuja testa ficava o Pontífice Máximo, cabia conservar a tradição religiosa, controlar o culto privado, manter a harmonia entre a população e os deuses. 
               A religião romana possui um decidido caráter utilitarístico; não existe nela impulso nem participação do sentimento. Os deuses são objeto de sacrifícios propiciatórios e de preces, para que, em recompensa, eles concedam seus favores ao povo romano. Além disso, é diferente e independente da religião grega, que é separada da política, aquela romana é intimamente ligada à vida do Estado. Na época imperial, a máxima autoridade do Estado, como Augusto e, antes ainda, César, foi também Pontífice Máximo. 
                Por ocasião de calamidades ou para agradecimento, celebravam-se solenes e públicas cerimônias coletivas, denominadas "súplicas". 
             O voto era um dos meios mais eficazes para agradar aos deuses e obter-lhes o auxílio. Havia votos públicos, formulados pelo magistrado, assistido pelo pontífice, e os votos da cidadãos particulares. 
          Os sacrifícios distinguiam-se em ofertas incruentas (bolos, mel, vinho, primícias) e cruentas (matança de animais). A religião romana mergulhava suas raízes no próprio romano; com suas tradições e seus ritos, amalgamava a união dos pais com os filhos, dos vivos aos mortos. Com seu caráter oficial, ligava estreitamente o indivíduo aos destinos do Estado. Pode-se, pois, compreender qual a danosa influência que exercitou sobre a constituição romana, depois de dois séculos de guerras púnicas, a penetração do pensamento grego em Roma. Disso derivou um individualismo prepotente, que foi cada vez mais sufocando os antigos princípios.  Surgiram novas correntes intelectuais e políticas que, durante a República, conduziram a uma decadência da religião. 
                O Imperador Augusto, compreendendo-lhe a importância política, esforçou-se em restabelecer a antiga religiosidade, coadjuvado pela firme vontade do Senado em custodiar e manter íntegras as tradições romanas. 
               Mas esse período não durou muito. Quando o Imperador Caracala concedeu a cidadania romana a todos os súditos do império, as divindades estrangeiras e o culto helênico retomaram supremacia. O faustoso rito dos mistérios, com seu sabor mágico e a visão de uma vida ultra-terrena, encontrou larga acolhida no povo. As teorias dos neoplatônicos, segundo as quais os deuses não seriam mais do que uma secundária manifestação de uma suprema unidade, acabaram por desorientar as massas. 
               E quando o imperador Constantino, por questões de interesse político, em 313 da nossa era, reconheceu o direito de tolerância para com o Cristianismo, assinalava virtualmente o fim do mundo pagão, os tempos já estavam amadurecidos para o triunfo de uma fé que enriquecia a nova religião de um cálido bafejo de piedade e amor. 
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Entre as divindades romanas, Jeová tinha o primeiro lugar, com o atributo de "pai dos deuses e dos homens"; foi considerado o máximo protetor da cidade de Roma; Marte, do grego Ares, era o deus da guerra e da agricultura, mas venerado, também, como pai de Rômulo e Remo; 
Pomona, antiga divindade lacial, de caráter agreste, protegia as colheitas do outono; Fortuna, que corresponde à Rique grega, volvendo sua cornucópia, decidia quanto aos destinos de Roma.
Na Grécia, dava-se grande importância à resposta do oráculo, que se obtinha em dias designados, principalmente, por uma sacerdotisa, a Pítia; está, sentada sobre uma trípode, entrava em estado de excitação, provocado pelos vapores que saíam de furos do pavimento. Eram vapores de ervas alucinógenas que criavam efeitos sobre quem os aspirasse. 
Os locais do culto dos Romanos, como aqueles dos Gregos, foram, a princípio, ao ar livre. Erigiram-se, depois, templos modestos, que aos poucos se tornaram sempre mais importantes, à imitação dos Gregos, de que foi copiado também o estilo arquitetônico. Alguns templos do Império foram construídos com abóbada redonda, como o Panteão, consagrado ás sete divindades maiores. Este templo, mandado erigir no ano 27 a.C., por Agripa, foi reconstruído, desde os alicerces, pelo Imperador Adriano, no século II da nossa era. Mais tarde, o Cristianismo o dedicou a Santa Maria dos Mártires. Agora, está destinado a recolher os restos mortais dos grandes italianos. 
Uma funerária -no Museu Nacional Romano. Entre outros objetos arquitetônicos, existe uma urna funerária cuja decoração é constituída por enfeites semelhantes àqueles que decoram as pardes internas da "Arca Pacis", alternadas com cabeças de touros, com chifres achatados horizontalmente.
As "préficas",  mulheres pagas para acompanhar o morto com prantos e lamentos, elas abriam o cortejo, enquanto um grupo de homens executava danças especiais, e outras traziam máscaras fúnebres, para representar os ancestrais mais ilustres do falecido.
Os objetos encontrados nos mostram que o imperador Augusto se preocupava em restabelecer a antiga religiosidade, julgando-a, provavelmente, fator indispensável para a integridade e segurança de Roma.
Os "Lares" se dividiam em público e privado. Esses Lares públicos eram afins dos heróis gregos e tinham direito a culto público; os Lares privados eram divindades protetora da família, de grau inferior.
A "Arca Pacis" foi inaugurada por Augusto no ano 9 da nossa era, apresenta, nas decorações de seus painéis, uma espécie de história ideal de Roma. Desde  "Enéas", que sacrifica ao Penates,, à Loba, que amamenta os gêmeos Rômulo e Remo,até a procissão imperial, em que de se destaca a figura de Agripa, genro de Augusto.

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