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sexta-feira, 17 de agosto de 2018

MORAL DA RELIGIÃO HEBRAICA **



                 O conjunto das doutrinas de Moisés e das práticas religiosas dos Hebreus é chamado, mais comumente, Judaísmo. O que dele emerge é uma norma moral, entendida não tanto para orientar o Homem rumo a uma vida futura como para dirigi-lo nesta. 
                  A religião hebraica é, por isso, fortemente centralizada na terra, mas com uma visão constante de Deus, do qual todo o ser depende totalmente. Estabelecer  as relações entre homem e Deus, interpretar-lhe a vontade, em cada ato e em cada circunstância, é tudo quanto  o Hebreu pretende. 
                  Segundo o Judaísmo, o homem não passa de um punhado de pó, no qual, porém, está contida a centelha divina. Ele foi posto no Paraíso terrestre para povoar o mundo de criaturas capazes de corresponder à vontade do Senhor e colaborar para a própria perfeição. Se Deus é justo e bom, também o homem deveria sê-lo, e se a frágil humanidade é obrigada a pecar, ela têm, todavia, a liberdade de escolher entre o bem e o mal, e isso a torna responsável por ações terrenas. "Se preferes aplicar mal os dons que Deus te deu", diz a Bíblia, "e te encontras, a seguir, em terríveis dificuldades, por que atirar a culpa sobre  aquele que te demonstrou a verdade?"
                  Deus deu ao homem alma e corpo. Ambos são precisos para o fim moral a que o Hebreu visa. A lei da saúde e da pureza, contida no Levítico (um dos livros da Bíblia), lembra que, justamente porque criado à semelhança de Deus, o homem deve manter pura esta imagem. Por isso, as normas higiênicas tem grande importância na vida do povo hebraico. Quanto ao significado da alma, ele emerge das palavras da oração matinal: "... a alma que Tu me deste é pura. Tu a criaste e a formaste em mim. Tu a preservas em mim e a retirarás de mim para devolvê-la depois, porque a alma é eterna..."
                 Em persistente exortação e a retidão de viver significam que o Deus dos hebreus é um Deus de esperança, ainda que esta esperança permaneça, sob muitos aspectos, indefinida. Significa, contudo, que o mundo não é, como na concepção hinduísta, um ciclo interminável, mas uma ascensão em cujo cume há uma verdade que se identifica com o próprio Deus. 
               Daí a concepção de que o esforço humano, para aproximar-se ao ideal divino, não pode ser senão gradual no tempo. O Judaísmo considera o Messias não tanto como pessoa, mas quanto uma era vindoura. A profecia fala de uma era em que o mundo poderá ver e compreender, em que as guerras cessarão e os homens estarão repletos do conhecimento de Deus. 

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