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sexta-feira, 19 de abril de 2019

MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS CRISTO

Foto do livro físico 

             Segundo consta nos Velhos  Testamentos, Jesus, tendo atravessado o Cedron com seus discípulos, romou para o Monte das Oliveiras, em um lugar chamado Getsêmani, onde havia um horto. Enquanto Jesus falava com seus companheiros, chegou um grupo de soldados, ministros, chefes, sacerdotes, fariseus, armados de espadas e bastões. Prenderam Jesus e amarraram-no. E todos os seus discípulos, tal como ele predissera, abandonaram-no e fugiram, seguindo-o de longe. 
            Aquele bando levou Jesus à frente de Anás, sogro de Caifás, que era sumo-sacerdote naquele ano. Anás enviou-o, amarrado, a Caifás, em torno do qual, entrementes, reunira-se o Sinédrio (o máximo tribunal hebraico).
               O Sumo-sacerdote perguntou a Jesus: "Em nome de Deus vivo, quero que digas se és o Cristo, o Filho de Deus". Respondeu-lhe Jesus: "Sim, eu sou". Então Caifás rasgou-lhe as vestes e gritou: "Ele blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Então, todos gritaram: "É réu de morte!". 
               Os judeus conduziram Jesus, sempre amarrado, ao pretório, para entregá-lo a Pilatos, diante do qual começaram a formular toda sorte de acusações contra ele: "Ele está sublevando todo o País com a doutrina que ensina, condenado na Galileia e vindo até aqui!" Ao ouvir o nome de Galileia, Pilatos perguntou se ele era Galileu e, ao saber que era da Jurisdição de Herodes Antipas, mandou-o a este. Alegrou-se ao ver Jesus, porque ouvira falar muito a seu respeito. Dirigiu-lhe, por isso, muitas perguntas, às quais Jesus não respondeu. Então, Herodes vilipendiou-o e, mandando recobri-lo, por escárnio, de uma veste branca, devolveu-o a Pilatos. 
              Pilatos sabia muito bem que os chefes dos sacerdotes lhe haviam entregado Jesus por odiá-lo, e por isso procurava pê-lo em liberdade. Disse Pilatos: "Eu não encontro nele nada que mereça a morte. Castigá-lo-ei, portanto, e depois o porei em liberdade". Mas eles gritavam: "Crucifica-o!..." Pilatos pronunciou, então, a sentença de morte e entregou-lhes Jesus, para que o crucificassem. 
          Jesus, carregando sua cruz, dirigiu-se para o local chamado Calvário ou Gólgola. Também dois malfeitores foram levados com ele ao suplício. Chegaram ao Calvário e Jesus foi crucificado. Era chegada a hora, quando espessas trevas se estenderam sobre toda a terra; e, à hora da morte, Jesus murmurou: "Tudo está terminado!" E, exclamando em  voz alta: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!", curvou a cabeça e expirou. 
             Era o dia da Parasceve, isto é, o dia antes de sábado; e os Judeus não queriam que, naquele sábado, permanecessem os corpos na cruz\, porque era dia solene. Ao anoitecer, José de Arimateia, nobre decurião, discípulo de Jesus, apresentou-se a Pilatos, pedindo-lhe o corpo do Nazareno. Retirado da cruz, o corpo foi envolvido, segundo o uso dos judeus, em alvos lenções, impregnados de aromas. Perto do lugar onde fora crucificado Jesus tinha um jardim, com um sepulcro novo. Ele mandara cavá-lo, para si mesmo, na rocha viva. Ali, então, puseram o corpo e, rolando uma enorme pedra, para tapar a abertura do sepulcro, retiraram-se. 
              Os fariseus foram procurar Pilatos e disseram-lhe: "Ordena agora que seja custodiado o sepulcro". Respondeu Pilatos: "Vós tendes guardas; ide e guardai como quiserdes". E eles, sendo sinetado a pedra, puseram guardas diante do túmulo. 
              Maria Madalena, (a Maria mão de Judas Tadeu), e Salomé tinham comprado aromas para embalsamarem Jesus. E no primeiro dia da semana foram ao sepulcro, assim que nasceu o sol, mas viram que a enorme pedra já tinha sido retirada dali. Maria Madalena correu em busca de Simão Pedro e de João e disse-lhes: "Levaram embora a pedra que tapava a entrada do sepulcro do Senhor e não sabemos onde ele está". Pedro e João foram, então, até o sepulcro e acreditaram realmente que Jesus tivesse sido levado embora dali, porque eles ainda não haviam compreendido o que dissera a Escritura: que ele ressuscitaria da morte. 
             Na noite do mesmo dia, os discípulos estavam reunidos, de portas fechadas, por medo dos judeus, e eis que, subitamente, Jesus lhes aparece e diz: "A paz esteja convosco! Não temais. Sou eu". Dito isso, mostrou-lhes as mãos, os pés e as costas... depois acrescentou: "Assim como o pai mandou a mim, assim eu ordeno a vós!" e soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo, serão perdoados todos os pecados daqueles a quem perdoardes e serão mantidos os pecados daquele a quem mantiverdes". Novamente Jesus se manifestou aos seus discípulos, às margens do Lago de Tiberíades, e disse a Simão Pedro: "Apascenta minhas ovelhas". Depois Cristo apareceu, a mais de quinhentas pessoas juntas, e disse a seus discípulos: "Todo poder me foi dado no céu e na terra. Ide, pois, instruí todas as gentes, batizando-as em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-lhes a observar o que vos ordenei. E eis que estarei convosco  todos os dias até o fim do mundo. 
                  Esta é a reconstrução dos fatos dos Evangelhos, redigidos em versões separadas, mas substancialmente concorde em seu conteúdo. 

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São Lucas narra um dos milagres mais tocantes de Jesus. Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, suplicara ao Mestre para que fosse à sua casa, pois uma sua filha estava moribunda. Antes que Jairo terminasse de falar, foram anunciar-lhe que sua filha morrera; seria, portanto, inútil, incomodar o Taumaturgo. Mas Jesus, que tudo ouvira, disse-lhe: "Nada temas, crê somente, e ela será salva".Chegando à casa de Jairo, Jesus tomou a menina pela mão e esta levantou-se (VIII,54) 
O Evangelista João foi chamado o "Discípulo dileto", pelo grande amor que dedicou ao mestre até o último instante de sua vida terrena. Ele escreveu o Evangelho, em grego, durante sua velhice, citando fatos que não estão mencionados nos três primeiros Evangelhos, denominados sinóticos
O último dos milagres de Jesus, a ressurreição de Lázaro, é narrado no Evangelho de João (XI, 40), com riqueza de pormenores, como quem viu e ainda conserva viva a sensação. Jesus  estava ligado por grande afeição a Lázaro , e a "Maria e Maria", irmãs do moço. Todavia, quando o amigo adoeceu Ele não atendeu aos rogos das duas irmãs, que lhe pediam a cura. Somente quatro dias depois da morte de Lázaro, Jesus foi ao sepulcro, realizando o milagre mais grandioso entre todos quantos até então fizera. 
Durante a Última Ceia, Jesus instituiu a Eucaristia. Realizou-se assim, a promessa de um "pão celestial" feito em Cafarnaum, alguns meses antes, após o milagre da multiplicação dos pães. 
O vulto de Simão Pedro giganteia na história das origens do cristianismo. Embora ele fosse um simples pescador, devia possuir tais dotes de poder tranquilizar Jesus quanto ao seu futuro apostolado, que se demonstrou realmente poderoso, férvido até ao martírio. 
NO capítulo IX dos "Atos dos Apóstolos", é narrada a conversa de São Paulo, que, de acirrado perseguidor, se torna o mais ardente dos sustentáculos de Cristo, depois de sua aparição na estrada de Damasco. Suas "Epístolas" estão situadas entre os mais importantes documentos da cristandade. 

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A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA MORAL DE JESUS

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CAPA DO LIVRO FÍSICO 

          O que reforça o valor do testemunho dos Evangelhos é a identidade com que neles é tratada a figura do Mestre. Ele aparece, em cada página, como o protótipo da santidade, da dedicação completa à vontade do Pai, no mais completo abandono em Deus, através da fé.  Ele não busca a glória terrena, as honrarias dos homens, o aplauso das massas; veda que se propague o conhecimento dos seus milagres; deseja, ao invés, que os beneficiados agradeçam ao Pai; humilha-se a ponto de lavar os pés dos seus apóstolos; passa a vida na pobreza, a ponte de poder dizer: "As raposas têm suas tocas e os voláteis do céu seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde pousar a cabeça". Aqui ele nos mostra seu total desprendimento das coisas materiais. 
             A humildade de Jesus Nazareno lhe dá respaldo para falar das coisas mais simples que a natureza nos proporciona. É preciso observar que Jesus nunca fala em vingança, mas compreensão, amor e caridade. Fatos contrários ao Velho Testamento. 
       A esta figura mora se ajunta uma doutrina que está toda resumida no Sermão da Montanha, à qual, como é conhecido, servem de introdução às oito bem-aventuranças. No meio desse sermão, está sintetizada a base daquela perfeição que deve radicar-se completa e profundamente nas almas, segundo uma Justiça superior àquela praticada pelos fariseus, então considerados perfeitos. Jesus, na verdade, fala de uma justiça não exterior, mas interior. 
          O seu ideal religioso transcende o de Moisés. A sua doutrina suprime concessões materiais, como o divórcio, o juramento por coisas sem importância, a pena de talião e outras semelhantes, e impõem como primordial dever uma caridade que ultrapassa as barreiras nacionais e as raciais para tornar-se universal. 
              Para os Hebreus, Javé (Deus) é o senhor do universo, paterno para seu povo, vingando-o dos inimigos deste. Ele assiste aos seus fiéis na melhor sistematização de seus interesses na terra, tanto os espirituais como, e sobretudo, os materiais. 
           Para Jesus, ao invés, todos os homens do mundo são filhos de um só pai e, por isso, irmãos entre si. 
              Os Hebreus tinham configurado o Reino de Deus como a vitória do bem na terra e como o triunfo do povo de Israel sobre os pagãos. Jesus afirma que nem a posse material do povo de Israel pode dar ao homem o privilégio da vitória sobre o mal, mas somente uma fé ativa, praticada por uma sociedade de almas ligadas entre si pelo vínculo da caridade. A instauração do reino de Deus deve ser, portanto, progressiva na ordem social. "O Reino de Deus - são palavras de Jesus - é semelhante a um grão de mostarda, que, quando é semeado na terra, é a menor entre as semente..., mas, depois que é semeado, cresce e torna-se a maior de todas as ervas e produz ramos grandes, de maneira que todas as aves do céu possam abrigar-se à sua sombra". 
            Nesta concepção está contida toda a renovação realmente original e profunda do cristianismo. 
            Quando analisamos, sem paixões, o Jesus histórico, percebemos nitidamente sua simplicidade e humildade, que em nada tem a ver com a forma de viver dos dirigentes do cristianismo. Ele era um homem que só se preocupava com a elevação do espírito de todos os seus seguidores; sua roupa era a mais simples, e nem de longe se assemelha ao luxo dos que hoje se dizem seus representantes na terra. Só por isso Jesus jamais criaria uma religião cheia de mordomias e riquezas; jamais faria guerras para saquear cidades e apoderar-se das vidas e bens de seus moradores, como nas chamadas "guerras santa"; jamais exigiria sacrifício a seus fiéis para construir luxuosos templos; jamais permitiria o abuso sexual de crianças e jovens pelos seus discípulos; jamais pediria bens ou dinheiro para garantir mordomias e meios de vida farta aos seus discípulos. 
                O verdadeiro cristianismo é um exemplo de vida digna e simplicidade, mas nunca de luxo, acumulação de bens e poder. 

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quinta-feira, 18 de abril de 2019

A CRIAÇÃO DO CRISTIANISMO

Capa do Livro Físico. 

            Jesus cristo não criou o cristianismo 

            Apesar do grande desenvolvimento dos estudos bíblicos e da pesquisa científica sobre a origem do cristianismo, ainda pairam muitas dúvidas e incertezas sobre o Jesus histórico e a sua mensagem. Os estudos mostram que ele era um humilde pregador, mas nunca teve a intenção de criar uma nova igreja. Na verdade, pouco sabemos da vida do Jesus histórico. Historiadores, linguistas, arqueólogos e teólogos juntaram evidências de que, em Belém ou em Nazaré, no ano 6 ou 7 a. C. nasceu um menino que recebeu o nome de Yeshua Bem Yossef que, em aramaico, que dizer "Jesus filho de José". 
              Durante muitos séculos Jesus foi pouco conhecido historicamente. A comparação entre o Jesus histórico e o Jesus idealizado pela igreja cristã é muito provocativo e desperta reações de todo o tipo. Por isso é difícil que alguém tenha coragem de dizer o que realmente sabe à respeito. O que se pode constatar é que as pessoas demonstram total desconhecimento sobre o que era a palestina no século I.  Para a maior parte dos estudiosos, o judaico-cristianismo palestino do século I não era uma nova religião; segundo estes mesmos estudiosos, Jesus foi um fiel seguidor da religião judaica. Mas era um pregador muito especial. Seu poder carismático atraía a todos e assim ele podia pregar os ensinamentos que hoje chamamos de "princípios cristãos". Ele foi um incômodo profeta judeu, que lembrou aos homens de que a fé poderia conviver com a compaixão, a criatividade, a aventura e amor à vida. Trouxe uma nova perspectiva para o que era chamado de reino de Deus. A tradição da igreja prega o reino do futuro como sendo de justiça e santidade. Mas Jesus Cristo estava entre aqueles que vivem o aqui e agora. Para ele o reino era a realidade presente. 
           Até o século XIX era praticamente nulo o conhecimento histórico sobre Jesus. O Vaticano, que deve ter muitos documentos, não tem o menor interesse em divulgar a verdade. As únicas fontes conhecidas sobre a vida e os ensinamentos da figura humana central do cristianismo foi o Novo Testamento, em especial os evangelhos de Marcos, Mateus, lucas e João. Na antiguidade, os textos históricos consistiam em crônicas e narrativas. Já na Idade Média, sobre o enorme poder da igreja, eles continuaram com as características desses gêneros, mas passaram a mostrar a história como um mero desdobramento dos planos de "Deus",  Foi nesse contexto que, em meados do século XIX, os estudiosos da religião começaram a admitir que os textos evangélicos, assim como todo o conteúdo da Bíblia, não podiam ser aceitos como trabalhos históricos. Isso mostra que há um descompasso entre o que a igreja conhece por meio das pesquisas e a versão que se cristalizou, ao longo de quase dois mil anos, sobre como surgiu realmente o cristianismo.  Rochus Zuurmod, professor de teologia bíblica da Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda, em seu livro "Procurai o Jesus Histórico"  disse: "existe um abismo cada vez mais alarmante entre os resultados da pesquisa científica em torno da Bíblia e o que dela sabe o cidadão comum, pertencente ou não a alguma igreja".  Ainda, segundo suas informações, as histórias da Bíblias foram contadas com base nos pressupostos de quem as contava e de acordo com a função que queriam dar a elas. 
               A história oficial nos informa que Jesus viveu entre o ano 1 e o ano 33,  quando foi crucificado. Portanto ele viveu algumas décadas antes da Guerra Judaica (66 - 70 d.C.), quando o general romano Vespasiano, depois imperador, sufocou a grande rebelião da Judeia, destruiu o templo de Jerusalém e massacrou os judeus. Ora, os evangelhos foram escritos depois desse conflito, quando diversas facções do judaísmo foram extintas por causa do elevado número de mortes. O judaísmo pós anos 70 d.C. foi reconstruído pela seita dos fariseus. Para eles, mesmo antes desse período, Jesus não era o messias previsto pelos profetas do Antigo Testamento. Já naquela época, os cristãos não cumpriam o ritual da circuncisão e nem as restrições  de alimentos que eram fielmente observados pelos judeus. Por essas e outras razões, os fariseus e os novos seguidores de Jesus foram se tornando duas seitas que acreditavam no mesmo Deus, mas eram antagônicas. Esse antagonismo se refletiu nos evangelhos. Há fortes evidências de que o Evangelho de marcos foi escrito na época da guerra e essa é talvez uma das razões de menos antagonismo entre as duas seitas. Por outro lado, a imagem de Jesus em confronto com os fariseus em discussões sobre religião, é forte indício de que ele teria profundas divergências com essa seita. Mas é preciso considerar que os fariseus valorizavam muito os debates sobre os princípios da religião e só o praticavam com aquele que respeitavam. Isso quer dizer que eles não teriam debatido com Jesus, como mostram os evangelhos, se não  tivessem respeito por ele e, acima de tudo, se, em vez de ser um seguidor do judaísmo, ele tivesse pregado uma outra religião. Por outro lado, é preciso considerar que os debates de Jesus só foram registrados pelos evangelistas após os anos 70 d. C. e, assim, foram descontextualizados. Portanto, os evangelhos devem ser compreendidos à luz de mudanças de contextos históricos. 
               Segundo o que Mateus escreveu, Jesus teria incumbido Pedro de construir um templo religioso e fundar uma nova religião. Mas é preciso considerar que a frase, qualquer que tenha sido, foi dita em aramaico, língua do dia-a-dia falada na Palestina. (o hebraico só era usado em atividades religiosas), mas as versões mais antigas dos textos de mateus estão em grego que, mesmo sob dominação romana, era o idioma oficial. A palavra "igreja", que hoje conhecemos, é a tradução do grego "Eclésia", que então significava comunidade. Portanto, Jesus estava se referindo à criação de uma comunidade e não de uma nova igreja ou religião.  Ele não estava interessado numa revolução política, mas buscava apenas um revolução social que afetaria as profundezas mais perigosas do poder dominador. O ideal comunitário e igualitário de Jesus ia contra os interesses da casa dos saduceus, que abrangia chefes  religiosos e políticos, bem como o clero latifundiário conivente com a realidade imperialista e comunitária da ocupação da Palestina por Roma. Uma das certezas das pesquisas cristológicas é de que somente os saduceus participaram com os romanos do processo que levou Jesus à morte por crucificação. Jesus sempre levou muito a sério o que a religião do seu povo pregava. E foi na sua experiência humana que ele aprendeu isso. As palavras Reino de Deus, mensagem central de Jesus, é o grande enigma que precisa ser desvendado. Para  ele a verdadeira religião era a vida, o modo de se comportar com Deus e seus semelhantes. Tudo o que foi escrito posteriormente são ideias e invenções de diversos escritores com o objetivo de idealizar a igreja com base no cristianismo criado por Saulo de Tarso (São Paulo).   
          As informações sobre a vida de Jesus, o apóstolo Paulo e a elaboração do Novo Testamento foram enriquecidas com o auxílio de fontes independentes do cristianismo, como os judeus Flávio Josefo e Filo de Alexandria, além dos romanos Tácito e Suetônio. 
            A dominação da palestina por Roma a partir de 63 d.C. obrigou os escritores a mudarem a verdadeira história. A participação dos judeus na condenação de Jesus, na forma mostrada pelos textos dos apóstolos, foi um recurso para evitar problemas do cristianismo com Roma. Note-se que, segundo os escritores evangelistas, Pilatos lavou as mãos. Foi a forma encontrada pelos historiadores para isentá-lo da responsabilidade sobre a decidia morte por crucificação. É lógico que aquele apóstolo humilde despertava medo nos poderosos, mas eles precisavam manter a boa imagem diante do povo. Era uma época de intensas perseguições aos judeus. A crucificação era uma pena aplicada apenas aos que eram considerados contrários à ordem estabelecida em Roma. 
              São Paulo, também chamado de Saulo Tarso, Paulo Tarso e Apóstolo Paulo, foi dos mais influentes escritores do cristianismo. Suas Obras compõem parte significativa do Novo Testamento. Ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Cristo na região de Jerusalém. A história contada é de que Saulo tarso, o soldado romano, durante uma perseguição aos discípulos, teve u,ma visão de Jesus envolto em uma grande luz que o cegou. Permaneceu cego durante três dias e ao recuperar visão começou a pregar o cristianismo. Portanto ele foi o principal líder do cristianismo nascente. 
             Jesus Cristo, um humilde apóstolo judeu, queria apenas transmitir sua sabedoria e aliviar o sofrimento dos menos favorecidos. Por suas posições contrárias a muitos interesses acabou crucificado, a mais degradante execução que poderia ser imposta pelo Império Romano, entidade política dominante na região. Para seus seguidores, que a seu lado se mantiveram até aquele momento fatídico, ele era o único homem capaz de restaurar a independência de Israel, tornar-se rei dos judeus e reformar o judaísmo, devolvendo-lhe o caráter distinto das religiões pagãs de todos os outros povos. nenhum dos seus 11 companheiros gozava de algum poder entre seus compatriotas judeus e muito menos no Império Romano. 
                 Ao longo do século XX, cresceu a compreensão da importância do esforço do apóstolo na construção do cristianismo e no seu direcionamento que,m em poucas décadas, o tornou uma religião distinta do judaísmo. 
              A perseguição aos cristãos, imposta pelo imperador romano Diocleciano (245 - 313), que passou para a história como o maior assassino dos cristãos, durou cerca de 10 anos (303 -312). Os mártires atingiram a absurda cifra de 20 milo, o maior massacre daquela época, considerando que a população mundial era relativamente pequena. Com a chegada de Constantino (Flavius Valérius Constantinus) - O Grande, imperador romano (272 - 337), filho de Constâncio, que foi levado ao poder pelo seu exército, o império tomou novo rumo. Conta-se que Constantino teve  a visão de uma cruz com a inscrição em grego "tout a nika" triunfa por meio desta. Disse a todos que sua vitória sobre Maxêncio, nas margens do rio Tibre em 312, foi resultante de intervenção sobrenatural. Converteu-se cristão, mas não há provas de que tenha se batizado. Com a ajuda dos cristãos conseguiu unificar novamente o império. A partir daquele momento estabeleceu um regime de tolerância para a igreja cristã pór meio do Edito de Milão (313). 
               Em 324 tornou-se o único imperador romano e aos poucos foi imbuindo o "espírito cristão" las leis romanas. Suprimindo o sacrifício da cruz, os combates de gladiadores e favoreceu a libertação dos escravos. Intitulou-se o protetor da igreja e defensor da fé ortodoxa. Construiu muitos templos e reuniu o Concílio Ecumênico de Nicéia (325). O "imperador cristão" concedeu ao cristianismo plena liberdade, cumulou de honras os chefes espirituais da jovem igreja, confiou-lhes elevados cargos políticos na administração do império e, dessa forma, entregou-lhes as chaves para grandes fortunas. Estava lançado o germe da corrupção interna, não do cristianismo em si, mas de numerosos cristãos que tinham nas mãos os destinos históricos dos ensinamentos de Cristo. Constantino e seus auxiliares conseguiram, em poucos anos, a paz que nero, Diocleciano e seus comparsas não haviam conseguido em três séculos de guerra. Mas o verdadeiro cristianismo nunca foi compatível com as realidades vividas pela humanidade nestes quase dois mil anos de sua existência. 
              O império romano necessitava dar estabilidade a todo o território conquistado, levando os integrantes de todos os povos dominados a adquirirem um sentimento de romanidade. Somente a força do poder do imperador não se mostravam capazes de criar um Estado estável. Era necessário que as pessoas quisessem pertencer a uma entidade mais ampla que o próprio império. (No passado, mais do que hoje, a identidade das pessoas estava fortemente ligada à religião a que cada um pertencia). O cristianismo era a religião ideal e necessária para o império romano. Tratava-se de uma religião universalista que abolia as diferenças entre as pessoas. Dessa forma, o cristianismo, que tanto sofreu perseguição do império, ajudava na manutenção do poder. Mas também foi beneficiado, num primeiro momento, pelo poder de Roma. 
            Com a queda do Império Romano, a Igreja Católica Apostólica Romana tornou-se a herdeira natural do poder sobre os povos dominados e cristianizados. Constantino foi seu primeiro papa, mas depois dele outros deram continuidade, sempre ampliando o poder e a riqueza. Por ter servido de base ideológica para o mais amplo império daquele tempo, se tornou a primeira religião universal. É a principal religião da Europa, das Américas, da Oceania. Tem fortíssima presença na África e existe em quase todos os países da Ásia. É  fácil compreender porque isso aconteceu. Desde o início, Jesus foi visto pelos fiéis da igreja nascente como a encarnação de Deus na Terra. 
Apesar dos problemas que a atual igreja vem passando, não se pode negar que ela tornou-se a maior força civilizatória que a humanidade conheceu. Não quero aqui entrar em explicações sobre as questões da fé ou de qualquer dado metafísico ou sobrenatural. É um assunto que merece todo o respeito a cada fiel participante. Mas, fatos passados, não desaparecem nem mesmo por milagre. Onde existe poder, existe corrupção e criminalidade.  É ilusão acreditar que os problemas evocados hoje em dia no seio da igreja foram descobertos recentemente. O problema do celibato clerical é fator que incentiva a pedofilia que tanto tem prejudicado a imagem da igreja.  O problema do controle de natalidade, o problema das relações sexuais antes do casamento, o problema da sexualidade fora do casamento foram todos colocados antes da última guerra mundial, mas até hoje a Igreja Católica nada fez para  resolvê-los. Sempre existiram de forma velada, mas, ao que tudo indica, os dirigentes preferem fazer vista grossa em vez de enfrentá-los de frente. Também a inevitável separação da igreja e a ciência causou um grande abalo na autoridade religiosa e na disciplina por ela imposta. Cada vez mais a ciência moderna se coloca com menos boa vontade a serviço da moral que a igreja tenta impor. Na medida em que a educação, a cultura e a ciência avançam a religiosidade diminui. Hoje já existem cerca de um bilhão e cem milhões de pessoas sem religião. 

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O sábio filósofo germânico Keyserling disse: " Os grandes homens da história não são grandes pelos problemas que resolveram nem pelos pensamentos que definiram, mas sim, pelas direções cósmicas que deram, pelas vastas perspectivas que legaram à humanidade de todos os tempos. Se solveram algum problema ou definiram algum pensamento, é isto precisamente o limite da sua grandeza e o princípio da sua pequenez. A sua verdadeira grandeza está nas orientações que deram, porque essas orientações vão para o infinito..."




O CRISTIANISMO - INÍCIO DAS PREGAÇÕES .

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Capa do Livro 

            A mensagem evangélica possui caráter nitidamente universal. Os ensinamentos do "Filho de Deus", referindo-se ao homem em geral e não somente ao povo judaico, tornaram a doutrina da renascença espiritual válida para todos. 
          Já pela metade do século I, o cristianismo dá prova de uma vitalidade tal que é considerada, pelos seguidores, a manifestação mais evidente da sua origem divina.
                Sabemos que a pregação teve início em Jerusalém, por obra de Pedro. Daquela cidade, o apóstolo passou para Antioquia, pelos pagãos, e depois para Roma. Regressou, a seguir, a Jerusalém, a fim de presidir ao primeiro Concílio (reunião) dos apóstolos. Para fugir às perseguições, Pedro volta a Roma, dizem, depois de 60, e ali em 67 ou 68, sofreu o martírio. Por isso Roma ficou sendo o centro da cristandade e sede dos Papas, considerados sucessores de Pedro. 
             A princípio, o ensinamento de Cristo encontrou em redor de si o originário mundo hebraico e, a seguir, aquele mundo greco-romano, materialista e pagão, o qual, tendo, todavia, assimilado a cultura dos filósofos, estava maduro para uma revolução espiritual e moral. Nada melhor do que o Evangelho para responder a essa natural religiosidade, que constituía uma das fundamentais necessidades da alma humana, e isso explica porque o cristianismo teve rápida e larga expansão. Todavia, é também verdade que enormes dificuldades, de ordem social e política, se opunham ao seu triunfo. Para os pagãos, Jesus não era apenas um hebreu, mas também condenado à morte por grave crime. Além disso, a ética cristã, que exigia uma vida casta e pia e a caridade fraterna também para com os humildes, opunha-se decididamente aos maus hábitos de um mundo materialista e corrupto. 
             Entretanto, um pequeno grupo de iletrados, de gente humilde, desprezada por sua origem hebraica, conseguiu difundir aquela semente espiritual de que Cristo falara em suas parábolas, de modo a vencer, em poucos séculos, todo o mundo do Ocidente e, em grande parte, também do Oriente. Logo de início, o cristianismo afirmou-se entre os povos do Mediterrâneo Oriental. É certo que, ainda antes de Trajano (53 - 117), estava já amplamente difundido na Palestina, na Síria, na Ásia Menor, na Macedônia, no Épiro, na Acaia, na Ilíria, no Porto, em Alexandria, no Egito, na Dalmácia e em alguns centros das encostas da Itália Central e Meridional.  Dizem que já havia, também, na Espanha, núcleos de cristãos. Em fins do século II, o cristianismo contava com prosélitos em todo o vasto Império Romano. 
               A maioria dos convertidos, constituída de início por aquela gente pobre e humilde, para quem a palavra de Jesus era especialmente dirigida, ajuntaram-se bem depressa elementos provenientes de classes mais elevadas. De fato, conta-se que, no ano 180, uma enorme multidão de nobres já havia aderido ao cristianismo, que conquistara ferventes discípulos nas fileiras das legiões romanas. Tertuliano, célebre apologista e escritor romano de Cartago, nascido em 160, testemunha que a religião de Cristo invadira os acampamentos, o fórum, o senado e a corte. 
                 Os fatos aqui narrados nos mostram que Pedro foi o principal responsável pela inicial expansão do cristianismo. Por tal razão é, por muitos, considerado o verdadeiros criador da religião cristã. 

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A COMPOSIÇÃO DA BÍBLIA FEITA PELOS JUDEUS -

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Capa do Livro físico.

             A Bíblia foi criada pelos judeus. Eles agiam como profetas para dar ao seu povo uma forma de comunicação com o Deus em pessoa imaginado por eles; ao mesmo tempo criaram leis de Deus que deveriam ser obedecidas por todos. Sabemos que o povo primitivo só cumpria as leis pela força imperial, mas as leis ditas divinas eram facilmente aceitas e cumpridas sem uso da força. 
               Foi sem dúvida o maior fato deles para o futuro do cristianismo. Naquela época o povo judeu estava derivando da adoração a Jeová para a de deuses. Os sacerdotes ponderaram se já não era tempo duma derradeira tentativa de desintegração da fé nacional. Agindo como profetas, os sacerdotes resolveram dar ao povo uma comunicação de Deus em pessoa, em código de leis que revigorasse a vida moral da nação e, ao mesmo tempo, atraísse o apoio dos profetas por meio da incorporação de seus pensamentos menos estremados. 
             Depois de conseguirem o apoio do rei Josias, já no seu 18º ano de governo, o sacerdote Hilkiah anunciou que havia encontrado nos arquivos do templo um maravilhoso rolo de papiro no qual o próprio Moisés teria recebido leis diretamente de Jeová. O suposto achado causou grande sensação; resolvida em definitivo todos os problemas em perpétuo debate.
                Para discussão e apreciação da grande nova, Josias reuniu no templo os senhores mais velhos de Judá e lhes leu o que chamou de Livro da Lei. Conta-se ainda que estavam presentes mil pessoas. Diante de todos, Josias jurou solenemente que a partir de então se submetia incondicionalmente às leis encontradas.  Da mesma forma, fez que todas as ´pessoas ali presentes se conformassem e aceitassem a nova lei. 
             Na verdade, não se sabe ao certo que "livro de lei" era esse; alguns estudiosos dizem que pode ter sido do êxodo ou o Deuteronômio. O livro apenas trazia por escrito decretos, clamores e exortações que durante séculos haviam emanado dos profetas e do Templo. Não há, portanto, razão para inversões. De qualquer maneira, acreditamos hoje que os que possivelmente ouviram a leitura, ou até mesmo os que ouviram falar dela, ficaram profundamente impressionados. 
             Diante dessa nova condição e apoio do povo, Josias aproveitou para destruir todos os altares dos deuses rivais de Jeová existentes no reino. O rei Hilkiah ordenou que tirassem do templo todos os vasos que tinham sido feitos para Baal, suprimiu os sacerdotes idólatras e os que costumavam queimar incenso em louvor a Baal, à lua e aos planetas; profanou a Tophethy... (local onde se praticava sacrifícios humanos, com animais e crianças aos deuses) para que ninguém fizesse seu filho ou sua filha passar pelo fogo de Moloc; e destruiu os altares que Salomão erguera a Chemosh, Milcon e Astart


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HOSTILIDADES E PERSEGUIÇÕES AO CRISTIANISMO -

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            Se levássemos em conta que adorar Júpiter, Capitolino ou a Deusa Roma, significa, para os romanos, reconhecer lealdade à autoridade imperial, pode-se facilmente compreender com que hostilidade era combatido o novo movimento religioso, que minava pela base a religião e o prestígio do Estado. Recusando reconhecer o culto oficial pagão, cometia-se crime político por rebelião ás instituições, o que equivalia à acusação de traidor da Pátria. Por esse fato, foram tomadas severas medidas repressivas contra os cristãos, com prisões, condenações e perseguições, que se tornaram mais ásperas ao tempo de Nero, Domiciano, Trajano, Marco Aurélio e Sétimo Severo. 
           Mas, quanto mais cruenta se tornava a repressão, tanto mais o número dos convertidos aumentava. Isso levou a considerar que o cristianismo era um verdadeiro perigo nacional, que se devia reprimir e, para restaurar a tradição romana, foram tomadas sangrentas e ferozes medidas de caráter geral, antes de Décio (249), depois de Valeriano (257) e, finalmente, por Diocleciano e seus sucessores (302 - 310, mais ou menos). 
        Este último período, no qual se tentou aniquilar pelas raízes o cristianismo, passou à História como a "era do  mártires". 
          O número de mártires, nos últimos séculos, foi elevadíssimo. Os historiadores acham-se concordes em celebrar a excepcional força espiritual e consciente serenidade demonstrada pelos cristãos, que enfrentavam o martírio. Foi o exemplo desses mártires que contribuiu para a confirmação do sobrenatural, constante da fé cristã, e a suscitar nos corações uma nova esperança e um novo credo. 

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quarta-feira, 17 de abril de 2019

A PAIXÃO DE CRISTO E SUAS ICONOGRAFIAS -

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              Ao longo dos séculos, motivados por sentimentos religiosos e até culpa, o homem tem reconstituído o suplício, a morte e a ressurreição de Cristo através de pinturas, esculturas, teatro e, mais recentemente pelo cinema e televisão. 
               Todas as reconstituições da Paixão de Cristo baseiam-se nos Evangelhos. 
        Este mistério do drama de Cristo sempre exerceu extraordinário fascínio sobre a humanidade. Provas históricas e científicas têm sido procuradas para dar fundamento aos escritos dos evangelhos, mas, ainda hoje, a igreja não conseguiu comprovar documentalmente os fatos narrados nas escrituras. A própria Biblioteca do Vaticano guarda documentos de autores que teriam sido contemporâneos de Jesus, mas nenhum deles faz referência aos fatos narrados. Em 1955, o Papa Pio XII, falando sobre Jesus Cristo para um Congresso Internacional de História, em Rome, disse: "Para os cristão, o problema da real existência de Jesus Cristo concerne à fé e não à história". 
           A história de como ocorreu a morte de Jesus sofreu modificações no decorrer dos séculos.  Passados mais de dois mil anos, muitos pontos obscuros continuam sendo objeto de discussão entre os estudiosos. 
            A crucificação era um suplício romano, de origem persa, que foi criado para que o condenado não maculasse a terra com seu sangue impuro, ao ser executado. Este enorme suplício costumava ser aplicado a escravos que fugiam ou se revoltavam contra seus donos e também a ladrões. Pela história contada nos evangelhos, nenhum desses crimes seria o motivo pela qual Jesus foi crucificado. Então, uma das perguntas que até hoje se faz é: Porque Cristo foi condenado a morrer na cruz?
             A narrativa de todas as etapas da crucificação é um dos episódios em que os quatro evangelhos coincidem, apenas com algumas divergências de menor importância.
             As três principais etapas da paixão são: Cristo carregando a cruz, os preparativos do suplício e a crucificação no Calvário. 
            A crucificação aparece em duas versões nos evangelhos.  Segundo Mateus, Marcos e Lucas, um homem chamado Simão, o Cireneu, foi intimado pelos soldados a ajudar Cristo carregar a cruz. Mas, segundo o evangelho de São João, Cristo carregou a cruz sozinho até o local da crucificação. 
               A personagem da mulher  enxugando o rosto suado e sangrento de Cristo, com seu véu, só aparece na história no final do século XV. O nome Verônica foi dado àquela mulher porque, segundo a história, é o rosto de Cristo que ficou gravado no véu e quer dizer verdadeira imagem (vero icona). 
             O caminho da paixão surgiu na fim da Idade Média, e é um dos fatos mais significativos da iconografia. É quando surge uma nova devoção instituída de propaganda pelos padres franciscanos que, segundo consta, haviam recebido a guarda e custódia dos lugares santos. Foram denominados "Os Passos de Cristo", com suas 14 estações. 
        Os caminhos de Cristo, a dolorosa ascensão ao calvário, foram reconstituídos pela imaginação criativa  de alguns místicos, como São Boaventura e Santa Brígida da Suécia, como se tivessem sido testemunhos oculares da\quelas cenas. 
            Os preparativos da crucificação falam de Cristo sentado sobre um  rochedo, despojado de suas roupas, coroado de espinhos, mãos atadas por cordas, enquanto espera a caminhada para a execução. 
             Havia um tradicional costume judeu onde oferecia-se um vinho fortemente aromático aos condenados á morte. O objetivo era aturdi-los ou anestesiá-los. Segundo São Mateus, os soldados lhe deram uma mistura de vinho com fel para beber. Já São marcos fala em mirra. No entanto, Cristo recusou a bebida, imagina-se que talvez desejasse chegar às morte em plena consciência. 
                A crucificação começa com Cristo sendo levado à cruz, colocado em cima da madeira e nela pregado, para só então ser levantado. Entretanto, existem outras versões, como a de alguns místicos medievais, segundo a qual a parte vertical da cruz já se achava erguida e Cristo é cravado primeiro nos braços transversais e patíbulo e só depois é erguido e pregado nos pés.
               Os evangelhos nada dizem, com precisão, sobre a forma da cruz.
             Ao que tudo indica, nas primeiras representações do calvário, Cristo achava-se suspenso numa espécie de poste. 
          Nos primeiros séculos do cristianismo a crucificação só era invocada indiretamente através de símbolos. A igreja apenas esboçava alguns traços da crucificação, embora sempre tenha sido um tema essencial. É somente no século VI que, através da iconografia, Cristo aparece na cruz sob forma humana. Então o suplício perde seu caráter infame, só aplicável a escravos e ladrões. O mais antigo documento desta iconografia é um baixo-relevo em marfim, de origem siríaca, do ano 586, que se encontra no British Museum de Londres. 
         Nas primeira imagens da crucificação, Cristo é apresentado em duas posições: na primeira Ele é um jovem imberbe e está envolto numa túnica. Aparece com os braços levantados, em atitude de oração e seus pés pousavam no chão e não tinham cravos. Na segunda, que foi aprovada pelo Concílio de Trento, sua posição aparece como as atuais representações. 
              Nas crucificações gregas e orientais, Cristo é representado vivo na cruz, em atitude de triunfante, tendo na cabeça uma coroa real. Os cravos dos pés e das mãos de Cristo são mencionados no Evangelho de São João. Até o século XII a iconografia indicava um cravo em cada mão e um cravo em cada pé. A partir de então aparecem com mais frequência apenas três cravos, um em cada mão e o terceiro atravessando os pés cruzados. Também na arte brasileira, até o século XVII, os pés estão separados e a partir de então passam a ser cruzados e com um único cravo. 
            A tradição evangélica falava em braços estendidos pregados num lenho, correspondendo à cruz do suplício dos escravos, composta de dois elementos fixados num ângulo reto. Para esta finalidade, o nome "stauros" e o latino "cruz" se adaptavam melhor à tradição. Então foi imediatamente adotado, uma vez que oferecia aos fiéis a imagem simbólica de quem está orando. Mais tarde, nas catacumbas, converteu-se no símbolo da prece. 
            Além de Jesus, os principais protagonistas da crucificação foram osa dois ladrões, o porta lança, os soldados, a Virgem Maria e São João. Desde o início a iconografia cristã procurou diferenciar o bom do mau ladrão, denominados respectivamente de Dimas e Gestas. O bom ladrão sempre foi colocado à direita de Cristo e o mau ladrão à esquerda. O bom ladrão sempre pintado como jovem bondoso, imberbe e belo, que correspondia ao ideal da beleza grega. Já o mau ladrão é um homem feio, barbudo e sempre aparece com a cabeça baixa, mostrando-se envergonhado. Em algumas representações artísticas medievais, um anjo aparece acolhendo a alma de Dimas, a quem Jesus prometera o paraíso, - Lucas 23/ 43. Já o mau ladrão aparece sendo levado pelo demônio para o inferno. O soldado porta-lança,que golpeou o flanco de Cristo, foi adotado pela igreja como santo, por ter reconhecido sua divindade ao curar a cegueira com o sangue do crucificado. A lança, (do grego "longke", lança) converteu-se numa das mais importantes relíquias do Vaticano. 
             Na Idade Média, o porta -esponja também passou a ser alvo de interesse da igreja. O soldado, a quem se deu o nome de Stephaton, aparece como um bom feitor que ofereceu fel ao cristo agonizante. Nas lendas bizantinas ele aparece convertido e sendo batizado, e então passa a ser o símbolo dos gentios convertidos.
              Em todas as representações da crucificação, anteriores ao século XII, a Virgem Maria e São João, que eram a mãe e o discípulo preferido, aparecem cada um ao lado da cruz. Somente a partir do século XIV é que se introduziu o costume de agrupá-los de um só lado. A partir dessa época a Virgem, às vezes até desmaiada, aparece amparada por São João. Na Idade Média este motivo dramático foi cada vez mais empregado na medida em que crescia o culto a Maria. Mais tarde, sob a influência dos Jesuítas, surge a devoção das Sete Dores, com sete espadas que simbolicamente atravessam o coração de maria. O final do martírio acontece quando Jesus prova o fel, dado pelo centurião porta-esponja, e diz"está tudo consumado", e morre. 
              Na seqüência, a história conta sobre vários fenômenos climáticos que são narrados pelos evangelistas. Às três e meia da tarde, quando Cristo morre, o sol desaparece, o solo treme, a terra se cobre de trevas e surge a lua. O véu que existia no templo de Salomão rasga-se de alto a baixo, significando o rompimento da igreja com a Sinagoga. 
                A real existência de todos os fatos em relação a Cristo sempre foi posta em dúvida pelos pesquisadores. Sem entrar nessa polêmica, mas apenas como contribuição cultural, cabe-me informar alguns fatos da época de Cristo  para  que você, caro leitor, medite a respeito e tire suas próprias conclusões. 
            Segundo Tácito - historiador romano que viveu de 55 d. C a 120 d. C. , os judeus e egípcios foram expulsos de Roma por formarem uma mística superstição cristã. Essas expulsões ocorreram duas vezes no tempo do Imperador Augusto e a terceira vez no governo de Tibério, no ano 19 de nossa era. Nesta data Cristo ainda estaria vivo e pregando seus ensinamentos. Naquela época o nome de Cristo aplicava-se apenas para denominar a superstição Judaico-egípcia e não se falava o nome de Jesus Cristo. talvez por isso tenhamos poucos documentos históricos. 
               Segundo outros historiadores que, estudando Filon da Alexandria - filósofo judeu do século I - o cristianismo nasceu na Alexandria e não em Roma ou Jerusalém. Foi Filon quem escreveu boa parte do Apocalipse. Ele foi um dos judeus mais ilustres  do seu tempo, e sempre esteve em dia com os acontecimentos da sua época, mas nunca mencionou  o nome de Jesus Cristo em seus escritos. 
                A palavra evangelho, que em grego significa "boa nova", já figurava na Odisseia de Homero, no século XII a.C.  Esta mesma palavra foi também encontrada numa inscrição em Priene, na Jônia, numa frase comemorativa para o endeusamento de augusto, no seu aniversário, significando a "boa nova" no trono.
                 Tudo isso ocorreu muito antes do aparecimento de Jesus Cristo e as escrituras. 
                Marcião, teólogo radical ortodoxo, que viveu entre 90 e 160 d.C. foi contemporâneo de Justiniano. No ano 140 ele trouxe as Epístolas para Roma. Lá elas sofreram rigorosas triagens sendo cortado muitas coisas que não  convinha aos interesses da igreja.  Apresentavam Jesus como um "deus encarnado". Segundo ele, Jesus sofrera o  martírio para resgatar os pecados da humanidade, mas apenas dos ocidentais, pois os orientais nunca tomaram conhecimento da personalidade de Jesus, seus milagres e sua pregação. 
              O Novo testamento, atualmente oficializado, é cópia de um texto grego do século IV. É exatamente o sinótico descoberto em 1859, em um convento do Monte Sinai, onde vem informada a origem grega. os originais estão guardados nos museus do vaticano e de Londres.  Foram publicados com devidas correções feitas por Hesiquis, de Alexandria. 
             Em 1931, no Egito, foi encontrado um papiro que nos apresenta uma ordem cronológica diferente da oficializada pela igreja. Atualmente, as fontes testamentárias aceitáveis são do século II em diante, provinda de Justiniano, Taciano, Atenágoras, Irineu e outros, os quais são considerados por muitos como os verdadeiros criadores do cristianismo. 
          Escavações feitas em Jerusalém desenterraram velhos cemitérios, onde foram encontrados muitas cruzes do século I e mesmo anteriores. Todavia, apesar de já ser usada naquela época, só a partir do século IV é que a igreja iria oficializá-la como seu emblema. Levantamentos arqueológicos posteriores provariam que a cruz já era piedoso emblema usado desde milênios. 
                 O Bispo Eusébio de Cesareia, considerado o pai da igreja, que viveu entre o ano 265 e 339, em "Histórias Eclesiásticas", 4 e 23 disse: "Compus as epístolas conforme a vontade do irmão, mas os apóstolos do diabo taxaram-nas de inverídicas, cortando-lhes certas coisas e acrescentando outras".  Referia-se às adaptações feitas pela igreja sobre seu trabalho. Ele foi um bispo que acreditava apaixonadamente na divindade de Jesus Cristo, mas muito temia o poder que possuía o bispo de Roma. Foi graças a Eusébio e outros iguais a ele que se tornou uma temeridade desacreditar na verdade oficializada pela igreja daqueles tempos.
               Santo Agostinho assim se manifestou sobre os Evangelhos: "Não creria nos evangelhos se a isso não me visse obrigado pela autoridade da igreja. 
              O Papa Leão XX disse: "A fábula de Cristo é de tal modo lucrativa que seria loucura advertir os ignorantes de seu erro". 
             Polêmicas sempre existiram e continuarão existindo. Ao que tudo indica, a história de cristo foi construída passo-a-passo para atender aos interesses da igreja. O que realmente importa é que o nome de Jesus Cristo representa uma mensagem de amor e paz. Essa mensagem do cristianismo tem trazido  muito conforto para as pessoas que, estando desesperadas, buscam na fé a solução de seus problemas. Infeliz\mente transformaram o nome de Jesus Cristo numa mentirosa indústria de fazer dinheiro fácil. Usando a boa fé das pessoas, os moderninhos "pastores, apóstolos, bispos, padres, além de outros exploram como podem as pessoas que buscam alguma forma de ajuda; são dízimos extorsivos, com valores já pré-determinados; até carnês são distribuídos para garantir-lhes pegamentos mensais. São pessoas desprezíveis que se aproveitam do desespero de seus semelhantes prometendo-lhes curas milagrosas e um garantido lugar no céu ao lado de Deus. Aqui quero lembrar as palavras de Cristo quando expulsou os mercenários das portas do templo: "Tirai isto daqui e não façais da casa do meu Pai uma casa de negociantes"; (Evangélio de São João, II, 16). 


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A VITÓRIA DO CRISTIANISMO -

       
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     Para entender o fim das perseguições devemos reportarmos ao ano 305 que foi de grande importância para a nova igreja que sofria. Naquele ano houve a abdicação de Diocleciano e isto fez recrudescer a luta entre aqueles que queriam apoderar-se do supremo poder de Roma. Maxêncio, usurpador do império, em Roma, enfurecia-se contra o cristianismo, na tentativa de abafar-lhe a difusão. Todavia, tendo-se demonstrado inúteis as ferozes repressões, os governantes resolveram apelar  para mais suaves conselhos. Em 311, Galeno Augusto, do Oriente, revogou os decretos de perseguição. 
              Constantino, que, com o título de Augusto, comandava as legiões romanas na Gália, voltou vitorioso à Itália e marchou para Roma, a fim de desembaraçar-se  do usurpador Maxêncio. Chegando à frente de suas milícias, nas proximidades do Tibre, às portas de Roma, Constantino disse ter tido a visão, que ele mesmo, mais tarde narrou, de uma cruz que brilhava no céu, em torno da qual se destacavam as palavras in hoc signo vinces (com este sinal vencerás). Levantando logo um estandarte ornamentado com a Cruz e com aquele mote; Constantino conseguiu derrubar Maxêncio e, entrando triunfante em Roma, dedicaram-lhe o Arco de mármore que ainda hoje se vê, perto do Coliseu. Em seguida, ele adotou nos lábaros de suas legiões a Cruz e as letras X e P (em grego Chi  Ro), Iniciais do nome de Cristo. Foi o mesmo imperador que amanou, no ano 313, o famoso Edito de Milão, que punha termo às perseguições, declarando lícita a liberdade de cultos, restringindo os bens confiscados e permitindo a edificação de novas igrejas, sendo muitas construídas por ele mesmo. Sessenta e sete anos mais tarde, Teodósio I, proclamado Imperador, emanava o edito com que reconhecia o cristianismo como a única religião do Estado. 
          Assim, Roma, embora houvesse perdido politicamente aquela autoridade que lhe valera,por muitos séculos, o título de mestre das gentes, volta a ser o caput mundi, graças à triunfante igreja de Cristo.

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domingo, 14 de abril de 2019

A IGREJA CRISTÃ - ESSÊNCIA E ORGANIZAÇÃO -


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              Qualquer empreendimento depende fundamentalmente de uma organização, de ordem, essência e direcionamento. Este foi, provavelmente, o que permitiu o sucesso e longevidade da igreja cristã. Mesmo com o cisma que sofreu com Martinho Lutero, a igreja cristã conseguiu superar por sua forma hierárquica de organização, aliada à fé e sua essência. 
          O cristianismo fundamenta seu ensinamento e sua organização sobre três bases essenciais: doutrina, sociedade visível de fiéis, forma de vida religiosa. 
                 A "doutrina teológica" estabelece, antes de tudo, as verdades que fogem à experiência humana, tais como a existência divina, a criação, a justiça de Deus. Estabelece,ainda, as verdades que derivam da revelação: 
               1 - A sociedade visível de fiéis, isto é, a igreja de Cristo, à qual Jesus mesmo designou uma hierarquia sacerdotal, dotando-a de poderes sobrenaturais, para que os homens pudessem ser guiados runo à salvação eterna;
                 2 - A forma de vida religiosa, ou seja, uma norma e um ideal místico, que operam nas relações entre os homens e nas relações entre estes e Deus, que distribui os dons do Espírito Santo e a graça santificante, mediante os Sacramentos e a prece. 
                 Segundo a organização, a igreja, como sociedade de fiéis, foi concebida e fundada por Jesus vivo. Ele quis que seus discípulos ficassem em corpo religioso para cuja chefia designou o apóstolo Pedro. Mas, na verdade, Jesus nunca teve a intenção de criar uma igreja. 
            No momento em que Jesus sobre ao Céu, a igreja nascedora contava apenas uma centena de pessoas (incluindo-se a Mãe de Jesus e dos apóstolos: a Judas, substituíra Matias). A vida desta igreja primogênita está narrada nos "atos dos Apóstolos". A ela foram admitidos todos quantos, ao receberem o batismo, se tornavam, com esse ato, cristãos. 
                   São elementos fundamentais e incindíveis da Igreja de Cristo: 
                1 - A unidade, porque Jesus falava sempre de uma só igreja, originada da união dos fiéis com os apóstolos e seus sucessores; 
                2 - A santidade, que provém da doutrina e dos meios de santificação, com os quais a igreja guia o homem até seu último fim; 
                   3 - A catolicidade, ou universidade, porque abre os braços a todos os crentes; 
                  4 - A apostolicidade, porque doutrina e hierarquia descendem ininterruptamente dos apóstolos. 
                  À frente da "Igreja Católica Apostólica Romana", acha-se o Papa, Vigário de Cristo, pois é sucessos de São Pedro, bispo de Roma, Sumo Pontífice da Igreja Católica, soberano do Estado na Cidade do vaticano. Como chefe da igreja, o Papa é infalível quando, da cátedra de Pedro, define aquilo que concerne à fé e à moral. 
         No governo da igreja o Papa é assistido pelo Colégio de Cardeais. Os Cardeais representam os continuadores dos presbíteros e dos diáconos, isto é, dos ministros do culto, nos primeiríssimos séculos, estava encardinalados, isto é, designados estavelmente ao serviço de uma determinada igreja. De fato, não mais bastando, então, a igreja do bispo para receber o grande número de fiéis, foram instituídas, cerca do século V, igreja locais (paróquias) das quais estavam incumbidos sacerdotes a quem era permitido exercer a cura das almas e ministrar os Sacramentos. Segundo o Beato Belarmino, os primeiros cardeais foram os párocos e os diáconos das mais antigas igrejas de Roma. Em 1179, ao cardeais foi reservada a tarefa de eleger os Papas. à morte do Pontífice, elas se reúnem em Conclave, como ainda hoje acontece, para proceder à eleição do novo chefe da Igreja,. Do Papa, depende todo o clero. 
             Quanto ás origens do clero cristão, está escrito nos "Atos dos Apóstolos" que, crescendo o número do adeptos, os apóstolos elegeram  sete diáconos, para que os auxiliassem. Mas somente no fim da era apostólica que se delineia, na igreja, uma verdadeira e própria hierarquia. Santo Inácio de Antioquia atesta que, no século II, o clero era nitidamente dividido em "diáconos", "presbíteros" (padres) e "episcopados" (bispos). 
          Hoje o clero está constituído por quatro "ordens inferiores" (hostiários, leitores, exorcistas e acólitos) e por quatro "ordens superiores" (subdiaconato, diaconato, presbíteros, episcopado). A ordenação sacerdotal, e parte dos bispos "Ordinário", é reservada aos clérigos que tenham completado os prescritos estudos de filosofia e teologia. As ordens inferiores têm, praticamente, perdido seu valor simbólico e são, por isso, conferidas aos clérigos, todos juntos, com a "tensura". Das ordens superiores, a primeira, "subdiaconato", comporta o voto de castidade perpétua; o o diaconato confere poderes para pregar, assistir ao celebrante à missa solene, batizar, distribuir a Eucaristia. O presbiterado, ou sacerdócio, que requer o cumprimento dos estudos teológicos, confere as faculdades próprias dos padres ordinários. O "episcopado", constituído pelo conjunto dos bispos Ordinários, divide-se, por sua vez, em várias ordens: no alto, os "patriarcas", que, na hierarquia, vem logo depois do Papa; a seguir, os "primazes", cuja autoridade se estende a toda uma nação; em seguida, os "arcebispos", chefes de uma inteira província eclesiástica formada por mais dioceses; por último, os "bispos", que têm o governo de uma diocese. 
                 As ordens religiosas, geralmente de origem muito antiga, recebem em seu seio aqueles que, com profissão de votos públicos solenes, abraçam a regra da vida religiosa própria da Ordem. Entre as Ordens e as Congregações religiosas, recordemos: os Beneditinos, os Barnabitas, os Brasilianos (monges orientais), os Dominicanos, os Franciscanos (divididos em Menores, Menores conventuais, Menores Capuchinhos, e terciários) além de muitas outras.
   

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Os cristãos primitivos estavam ligados ás catacumbas, galerias subterrâneas profundamente escavadas no subsolo para fins funerais. Durante as perseguições, os cristãos ali se reuniam para celebrarem secretamente os ritos religiosos. Depois do "edito de Constantino" até o século IX, foram utilizados para o culto e para venerar os despojos dos mártires ali encerrados. 
No século XIII, uma grande figura iluminou o mundo da cristandade: Francisco de Assis, que fundou a ordem dos Frades Menores e tornou sublime, com as obras e a pregação, o conceito de pobreza e de irmandade. 
A primeira ordem religiosa foi fundada por Benedicto de Nórcia, assim chamada por causa da cidade em que nasceu, em 480. Ainda adolescente, ele se refugiou em uma gruta, perto de Subiaco, para dedicar-se à meditação e à prece. Depois de vários anos passados em solidão, alguns monges, residentes em Vicovaro, pediram-lhe para tornar-se seu superior, tendo-lhe morrido o abade. Mas, por causa da má conduta e indisciplina desses monges, Benedicto abandonou-os e retornou à vida anterior.Foram alguns pastores que difundiram a fama e sua virtude. Mutas pessoas, mesmo nobres, pediram-lhe que as deixasse viver com ele. O Santo acolheu-as e deu-lhes um regulamento, baseado na prece e no trabalho, fundando a ordem dos Beneditinos. Entre seus mosteiros, célebre é o de Monte Cassino. 

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sábado, 13 de abril de 2019

O ESTADO DO VATICANO --


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             O território do Estado do vaticano mede menos de meio quilômetro quadrado (0,44 K². É 140 vezes menor que a menor república do mundo, a de San Marino. Apenas como uma comparação para facilitar o entendimento do leitor, a superfície da Basílica tem 15 mil m²; a do Palácio Apostólico é de 55 mil m². A largura máxima do território chega somente a 1.045 metros; tem 20 pátios e cerca de mil habitantes de umas 15 nacionalidades diferentes; há  1.400 moradores e cerca de 200 automóveis levam a chapa SCV (Stato dela Cittá del Vaticano). 
             O Vaticano, sede oficial da igreja católica, é o menor Estado independente do mundo; um estado dentro de uma cidade, Roma. 
              A primeira Basílica - seu centro espiritual - foi construída no século IV, por ordem do Imperador Constantino, que se dizia convertido ao cristianismo. 
            Houve uma época em que o Vaticano ficou todo abandonado - os papas residiam em Avinhão, na França (período da peste Negra). A sede do Papado voltou ao seu local de origem só em 1377, com Gregório XI, quando se inicia a sua ampliação e se enriquecem suas dependências com obras de artistas famosos. 
               No século XV, a basílica construída por Constantino ameaça ruir e o Papa Nicolau V manda construir uma nova, a de São Pedro, abrangendo, além da antiga catedral, a de um circo que o imperador Calígula fizera construir nos primeiros anos da era cristã. Esta construção milionária deu origem às famosas vendas de indulgências com a finalidade de viabilizar o caríssimo empreendimento.
          Em 1515, para pagar a construção da igreja de São Pedro, o papa organiza, especialmente na Alemanha, a venda de indulgências plenárias que asseguravam aos compradores o perdão de seus pecados e das penas temporárias por esses pecados. Este foi o principal fato que causou a revolta de Martinho Lutero (1483 - 1546), criador da reforma do cristianismo, dando origem à igreja que leva seu nome e o protestantismo que congrega diversas seitas de cristãos. 
                  Com a queda do Império Romano a Igreja Católica Apostólica Romana passou a ser a herdeira natural de muitos bens e poderes que eram exercidos pelos imperadores. 
               Na Idade Média, o Papa governava não apenas o Vaticano, mas toda a cidade de Roma - da qual o Vaticano já fazia parte - e também boa porção da Itália que chamou-se a região dos estados Pontifícios. Nos tempos modernos houve disputa entre o poder da igreja e o do estado. Em 1871 a Itália completava sua unificação política, uma lei suspendeu o direito papal sobre os territórios além do Vaticano. Na ocasião a igreja não aceitou essa imposição e o Papa passou a considerar-se como "prisioneiro do Vaticano". A questão só seria resolvida em 1929, pelo Tratado de Latrão, segundo o qual se firmou o "status" político, a inviolabilidade territorial do vaticano e a neutralidade política militar do Papa; este exerce poderes absolutos em seu estado, sendo que deixa o executivo ao governo civil. 
              O poder da igreja tem diminuído muito, mas o cristianismo continua sendo a crena mais praticada em todo o mundo. 


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