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sexta-feira, 5 de abril de 2019

O CELIBATO CLERICAL E A PEDOFILIA NA IGREJA --

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         O celibato já existia noa século I entre os eremitas e monges. Naquela época era considerado um estilo de vida opcional alternativo. Foram os políticos medievais quem deram origem à disciplina do celibato obrigatório na Igreja Católica. 
              O primeiro celibato obrigatório da Igreja Católica foi decretado pelo Concílio de Elvira (295 - 302). Elvira era uma simples província romana e por isso essa decisão não foi cumprida por toda a igreja. Já o Concílio de Nicéia  (323, do imperador Constantino, decretou que "todos os membros do clero estão proibidos de morar com qualquer mulher, com exceção da mãe, irmã ou tia.
             Foi no ano 313 d.C que o imperador romano Constantino legalizou o cristianismo dentro do império e, dando continuidade a seu plano de poder, construiu muitos templos e também igrejas mais simples por todo o império romano, permitindo assim o seu crescimento em grande escala. Esta tática de Constantino de tão certo que até hoje existem pequenas igrejas católicas em cidades espalhadas pelo mundo; é uma genial forma de controle e poder. 
             Com a legalização, no ano 380 d.C., sob o governo de Teodósio, a igreja primitiva mudou de um grupo de pequenas comunidades perseguidas na fé para um poder mundial. A partir de então, muitas coisas mudaram para os cristãos. Seus líderes deixaram de se esconder e passaram a receber pagamento pelos seus trabalhos eclesiásticos com privilégios especiais na sociedade romana. Esses privilégios atraíram os membros da elite que eram homens treinados na vida pública, (políticos). Foi então que surgiram os primeiros padres sem nenhum embasamento bíblico. Com a elite política usufruindo das benesses da igreja institucional, emergiu uma espécie de imitação do governo romano dentro da igreja católica. Governantes e súditos começaram a substituir as pequenas comunidades embasadas na família, às quais eram servidas por um sacerdócio local casado. Com o passar dos anos os novos padres romanos agiram, nas pequenas comunidades, no sentido de retirar a autoridade dos padres que eram casados a fim de consolidar o poder político ao seu redor. Assim, com a assistência do império romano, a liderança da igreja tornou-se uma hierarquia afastada das origens familiares. Criou-se a mentalidade de que essa classe governante estava acima do povo, e que eram representantes oficiais de Deus na terra. 
             Com o passar dos anos, diversas mudanças aconteceram retirando os direitos do povo em favor dos políticos romanos. Instituiu-se a prática de que somente homens tivesse autoridade institucional. A igreja romana desviou-se dos costumes incentivados pelo senhor Jesus Cristo, que sempre exaltava o papel da mulher na família e na sociedade. Eles tiveram sua condição rebaixada e assim criou-se o celibato clerical. Não demorou para que este passasse a ser defendidos como essencial, uma vez que celibatários eram mais livres e disponíveis. Com o tempo, o novo clero regular foi se destacando em relação ao clero secular familiar. Mas nas "Sagradas Escrituras" não há nenhuma determinação a esse respeito. 
                Ao longo do tempo, para ampliar poderes políticos e econômicos, o celibato adquiriu o status de espiritualidade especial, começando a denegrir a santidade matriarcal e a vida familiar. 
               A antiga prática romana de abster-se das relações conjugais, para conservar energia antes de uma batalha ou de um evento esportivo, encontrou seu caminho na prática litúrgica. Aos padres casados foi ordenado absterem-se de intimidade sexual com suas esposas na véspera da celebração das missas. O celibato tornou-se outra oportunidade política nas mãos dos padres e dos bispos ambiciosos. Os oportunistas, que eram celibatários, usavam sua condição como ferramenta no sentido de diminuir a influência dos padres casados, criando desconfiança sobre suas reais abstinências sexuais. Com essa nova atitude negativa em direção às mulheres, a abstinência sexual começou a emergir na hierarquia, a qual se colocou em árduo contraste à saudável perspectiva pregada por Cristo, que era objetivo central da igreja primitiva. O celibato foi então definitivamente estabelecido como o mais elevado estado de santidade e consequentemente supressão do sacerdócio casado. 
               No ano 366, o Papa Damásio começou a perseguir o sacerdócio casado quando declarou que os padres podiam continuar a casar, porém ficavam proibidos de praticar sexo com suas esposas. Tanto os padres como o povo cristão rejeitaram essa nova lei. No ano 384, o bispo de Roma Sirício, abandonou a própria esposa e os filhos a fim de ascender à posição papal. Ao subir ao poder, imediatamente decretou que nenhum dos padres poderia continuar casado, porém, até hoje não conseguiu obediência à sua lei.
             Essa preocupação desmedida com a sexualidade clerical sempre foi contrária às relações normais do ser humano e fora do andamento natural da vida, conforme recomendado por todas a religiões e seitas como algo estabelecido por Deus. No ano 401, Santo Agostinho escreveu: "Nada tão poderoso para neutralizar o espírito de um homem como a carícia de uma mulher". 
                  A crescente atitude contra a sexualidade e as mulheres foi a odiosa forma encontrada para controlar os aspectos íntimos da vida das pessoas e essa prática prossegue até os nossos dias. 
             Não foi por obediência às "escrituras", mas por conveniência política que a igreja católica se colocou contra o divórcio. A hierarquia da igreja medieval estava em luta com muitas monarquias e famílias reais através da Europa. Com capacidade de controlar os casamentos reais, a igreja percebeu que poderia influenciar as alianças políticas e manipular os assuntos de Estado. Proibiu o divórcio e um segundo casamento, e quem não observasse suas novas ordens seria punido com a privação de sacramentos da instituição. 
               No século XI os ataques contra os padres casados aumentaram de intensidade. Em 1074, o Papa Gregório VII legislou que qualquer homem que fosse ordenado padre deveria, antes, declarar o celibato. Prosseguindo seus ataques contra as mulheres e à sexualidade, Gregório declarou publicamente que "a igreja não pode escapar das garras do laicado, a não ser que os padres escapem das garras de suas esposas". Em 1095 houve uma escalada de violência contra os padres casados e suas famílias. O Papa Urbano II ordenou que os padres casados que ignorassem a lei do celibato fossem aprisionados para o bem de suas almas. Em seguida, ordenou que as esposas e seus filhos fossem vendidos como escravos, que os bens da família fossem desapropriados, e que o dinheiro apurado fosse levado aos cofres da igreja. 
                Os esforços para consolidar o poder na hierarquia medieval com a desapropriação dos bens e das terras das famílias dos padres alcançaram o ápice em 1139. 
          O celibato clerical, tal como é hoje, foi definitivamente oficializado, com legislação específica, no Concílio de Latrão, sob o papado de Inocêncio II. A motivação das leis foi adquirir terras, com desapropriações, em toda a Europa, fortalecendo assim o poder do papado e da igreja. 
              Usando uma linguagem convincente, a lei do celibato falava em pureza e santidade, mas o seu verdadeiro objetivo era consolidar o controle sobre o clero mais baixo e eliminar qualquer confirmação aos objetivos políticos ni hierarquia da igreja medieval. Com isso a respeitável tradição do sacerdócio casado foi virtualmente diluída pelo celibato forçado. 
              A maioria dos atuais problemas em relação à vida sexual dos padres e bispos, casados ou não, tem origem no passado histórico da própria igreja. Nos últimos anos, mais de 100 mil padres católicos, no mundo inteiro, casaram e continuam a praticar discretamente o sacerdócio. Nos Estados Unidos, atualmente, em cada três padres um é casado e esse número continua crescendo. É interessante observar que esses novos padres praticam um sacerdócio com uma compaixão mais profunda pelas pessoas e não se consideram seres inferiores ao clero oficial. Os padres casados entendem as necessidades especiais dos católicos divorciados que desejam contrair um segundo matrimônio com cerimônias cristãs. Principalmente as mulheres se mostram profundamente comovidas pela honestidade e respeito demonstrados por esses padres à suas esposas e pela sensibilidade que demonstram diante dos problemas femininos. 
           Uma pesquisa recente, feita nos Estados Unidos, indicou que 70% dos americanos aprovou o casamento dos padres. Entretanto, o Vaticano continua irreversível. Quando um padre celibatário resolve casar, não lhe é dada opção alguma que não seja a de assinar enorme quantidade de papeis dizendo que não tem vocação para o sacerdócio e que é psicologicamente instável e moralmente fraco. Um verdadeiro retrocesso aos hábitos medievais. 
              Cada lei celibatária é referida como Cânon. O Cânon 290 determina a indissolubilidade do sacerdócio quando diz: "Após ter sido recebida validamente a ordenação, ela jamais poderá ser invalidada". Portanto, para os cristãos, esta lei confirma que os sacramentos dados aos fiéis pelos padres casados são tão válidos como os dos celibatários. 
                O celibato obrigatório é uma lei feita pelo homem medieval que tem trazido enormes problemas, com relação ao sexo, para as igrejas católicas no mundo todo. O corajoso bispo Ulrich de Imola  argumentou que a igreja não tinha o direito de proibir o casamento dos padres e aconselhou os bispos a não abandonarem suas famílias. Ele disse: "Quando o celibato é imposto, os padres cometem pecados muito maiores do que fornicação".  O grande número de prisões de padres e outros religiosos envolvidos em má conduta sexual, principalmente a pedofilia e o abuso sexual de freiras e noviças, tem comprovado o quanto ele estava certo. As evidências criminais comprovam que o celibato obrigatório está diretamente ligado aos diversos abusos cometidos pelos religiosos em toda a hierarquia da igreja católica. 
                As saudáveis origens da família, do amor entre homem e mulher, pregado por Cristo, foram desperdiçados com a supressão do sacerdócio casado, principalmente com a desvalorização das mulheres pela igreja.
            Recentemente o Papa João Paulo II declarou que o celibato não é essencial ao sacerdócio. O movimento começa a ganhar espaço entre os fiéis mais conscientes, e algumas mudanças da igreja têm acontecido através de iniciativas do povo. 
                  Como herdeira natural do poder imperial romano, a igreja cristã ampliou muito seu poder econômico e político, tornando-se uma poderosa organização milenar que congrega fiéis em todo o mundo. Esse poder é bem visível se observarmos que em qualquer comunidade, ou peque cidade, há sempre uma paróquia ao lado de uma igreja católica. 
                 Mas em pleno século XXI, ela não poderá continuar parada no tempo, sob pena de ver seu poder minguar significativamente. A escassez de padres celibatários está causando o fechamento de paróquias e ameaçando a disponibilidade de missas, e dos sacramentos, que são atividades essenciais da comunidade cristã. Os estudos feitos, inclusive pela própria igreja, sobre essa crise - a falta de padres ativos - demonstra claramente que o problema vai piorar nos próximos anos. A maioria dos atuais padres celibatários é idosa e não tem condições de atender ao crescente número de católicos, e,  portanto, está em estado de emergência. 
               O sexo é uma necessidade biológica e um instinto natural de todos os seres vivos. O homem moderno evoluiu muito, mas seus hormônios continuam na era ancestral. 

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A pedofilia na igreja não é algo recente. Alguns historiadores consideram que ela sempre existiu, mas aumentou muito depois que a igreja oficializou o celibato obrigatório. 
Nesse momento a igreja católica está sendo sacudida por uma enorme quantidade de  escândalos envolvendo altos líderes católicos em abusos sexuais contra freiras, noviças e principalmente crianças e adolescentes em todo o mundo.
Nos estados Unidos, em agosto de 2018, um relatório de 844 paginas do grande júri, foi divulgado depois de anos de investigação coordenadas pelo procurador-geral Josh Shapiro. Ele traz  à tona graves denúncias de que a igreja católica, há muitos anos, vem encobrindo a costumeira prática de abuso envolvendo crianças e adolescentes em seis das oito dioceses da Pensilvânia. Somente nesta cidade, segundo o grande Júri, 301 padres abusaram sexualmente de mais de mil crianças e adolescentes. Os casos que vieram à tona se referem à 70 anos de tais práticas e foram encobertos por bispos e outras autoridades da igreja. Assim  se manifestou o Grande Júri: "Sacerdotes estupravam meninos e menias, e os homens da Deus que eram responsáveis por eles não apenas não faziam nada, como esconderam tudo por décadas". Além disso o júri acrescentou que os integrantes da igreja, mencionados no relatório, foram protegidos e alguns até promovidos. O documento alerta que o número real de vítimas é bem maior, chegando à casa dos milhares; muitos documentos sumiram, além disso, grande número de vítimas, por vergonha ou por medo de denunciar os padres, nunca falaram. Possivelmente em breve surgirão novos capítulos dessa trágica história de horror no seio da igreja, uma vez que a partir de então o FBI assumiu as investigações. É bom lembrar que tudo isso aconteceu na Pensilvânia e que a igreja é mundial. 
O relatório do Grande Júri, diz ainda: "O principal objetivo não era ajudar as crianças, mas, evitar o escândalo. Essa não era a nossa palavra, mas deles. Aparece repetidamente nos documentos que recuperamos." 
Os abusadores eram orientados: "Evite o escândalo; use eufemismos; faça perguntas inadequadas; tranque as denúncias em um cofre secreto e, acima de tudo, não conta à polícia."  É como uma manual para esconder a verdade. A ordem da igreja era clara: "Se a conduta de um predador se tornar conhecida da comunidade, não o remova do sacerdócio para garantir que não haja mais crianças vitimadas. Em vez disso, transfira-o para um novo local onde ninguém saiba que ele é um abusador de crianças." Todas essas informações constam dos documentos que instruem o processo criminal nos Estados Unidos. 
Recentemente, foi anunciado o fechamento de um número considerável de paróquias católicas no Estado de Connecticut, Estados Unidos. Isso é somente parte do problema que está vivendo a igreja na nação americana, especialmente nas dioceses do norte. 
O rápido enfraquecimento da fé cristã na Europa resultou no fechamento de muitas igrejas, que por estarem vazias, tiveram de ser vendidas. Quando os bispos não fecham as paróquias, são as pessoas revoltadas que o fazem. Locais de adoração a Deus se tornaram academias, supermercados, lojas, bares. O grave problema da pedofilia na igreja resultou recentemente no pagamento de 2,2 bilhões de dólares a 100 vítimas apenas nos Estados Unidos. 
O Papa Francisco tem lutado bravamente para modernizar a igreja e salvá-la da catástrofe que se anuncia. Abusos sexuais, anorexia, suicídio acontecem na ordem religiosa em que freiras era escravas sexuais na França. Em fevereiro de 2019 ele reconheceu que padres e bispos cometem abusos sexuais contra religiosas. Ele disse: "Há sacerdotes e bispos que fizeram isso e ainda fazem."  Ainda, segundo o Pontífice, seu antecessor no comando da igreja, Bento XVI, ainda como cardeal Joseph Ratzinger, organizou provas contra cúmplices e as entregou ao Papa João Paulo II. Bento, no entanto, teria lamentado: "O outro lado venceu". 
Em um "livro negro da fraternidade de Saint Jean, realizado pela associação de Ajuda às Vítimas de Desvios de Movimentos Religiosos na Europa, há depoimentos de vítimas de vários clérigos. Segundo a associação, havia um processo de manipulação mental, misturado à religião, para assediar as freiras e culpabilizá-las. Uma ex freira das Irmãs Contemplativas da Saint Jean decidiu expor publicamente as torturas mentais, contadas no livro "O Silêncio da Virgem" 


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