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sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A REPRESSÃO SEXUAL DA IGREJA



         Desde os primeiros anos do cristianismo ocidental, a mulher é considerada como "impura" e constitui, então, para o homem, um obstáculo no caminho da santidade. Essa visão da "pecadora" não nos foi dada por Cristo; foi proposta por São Paulo, que pregava a nova religião numa sociedade de costumes particularmente corrompidos. 
               Historicamente a Igreja Católica Romana sempre desprezou o sexo. Santo Agostinho, o mais célebre dos Padres da Igreja, considerava incompatíveis com Deus e a Natureza, numa perspectiva sobrenatural. Essa atitude profundamente arraigada torna difícil a adaptação da Igreja à nova sociedade que, após ter reabilitado a sexualidade, a liberta e exalta. 
                A aspiração a uma revisão dos valores, a uma reabilitação dos princípios de prazer, surgiu num Ocidente próspero. Foi engendrada pela própria prosperidade. Entretanto, esse tema ainda é tratado com superficialidade, tanto nas pesquisas como nas discussões, por grande número de pais, professores e responsáveis pela nossa sociedade. 
                  Duas idéias governam os textos bíblicos que tratam da sexualidade: a primeira é que o sexo é um mistério que é preciso cercar de respeito; a segunda é que o casamento é a forma desejada por Deus para as relações sexuais. Entretanto, os judeus das origens do cristianismo aceitavam que os prazeres da vida fossem vividos plenamente. Tanto que, no Antigo Testamento não existe nenhuma proibição às relações sexuais antes do casamento, como também, nenhum trecho da bíblia rebaixa a mulher para exaltar o homem. Foi apenas depois do exílio que o povo judeu desenvolveu a ideia de que os prazeres, particularmente o prazer sexual, deviam ser condenados. 
                 A igreja considera o corpo, especialmente da mulher, como instrumento privilegiado da tentação. A incessante exaltação do celibato por São Paulo, revela seus profundos problemas pessoais em relação à sexualidade. Alguns religiosos, apaixonados por psicanálises, acreditam ver em seus propósitos uma homossexualidade latente e reprimida. São Paulo marca o ponto de transição entre a atitude sadia e positiva para o corpo, que caracterizava o Antigo Testamento e o próprio Jesus, e a atitude dualista e negativa que não parou de se expandir no Ocidente. Ele aconselhava os cristãos preocupados com a saúde a seguirem seu exemplo e não se ligarem a nenhuma mulher. 
              A moral cristã foi, aos poucos, se edificando em volta da convicção de que a sexualidade devia ser evitada como o "mal essencial", à exceção do mínimo necessário para manter viva a raça humana. A prática sexual só foi desculpável na procriação. Com isso a Igreja considerava que tinha encontrado o ponto de equilíbrio declarando que o ato sexual em si não era condenável, que condenável era o prazer que dele tiravam os indivíduos. 
                Os moralistas escolásticos editaram um código que regulamentava, no menor detalhe, a vida sexual dos fiéis. A confissão obrigatória veio facilitar essa odiosa atitude. Dele, em nenhuma estágio, o pecado é totalmente excluído, pois que a paixão necessária para desencadear o ato criador constitui um pecado, mas a gradação do pecado atinge o extremo. Para homens e mulheres casados criou-se camisas especiais que permitiam conceber com um contato reduzido entre os corpos. Entretanto, as poluções noturnas involuntárias são classificadas como pecados. Fazer amor em sonhos, durante o sono, ainda é considerado crime que deve ser declarado no confessionário. É na sombra dos confessionários que os padres escutam as consciências e, como policiais, interrogam aquilo que consideram pecados da carne. O absurdo da confissão ainda é utilizado pelos padres de nossos dias; é a forma mais confortável para saber tudo sobre as fraquezas, hábitos e práticas dos fiéis.
         Historicamente, pode-se provar que a decadência dos povos latinos, geralmente dominados pelo clero, começou logo após a queda do Império Romano, quando a hierarquia eclesiástica se apoderou das consciências humanas através de uma ditadura físico-espiritual. 
               Do século IV até o século XVI a Europa inteira foi dominada pela teologia escravizante da Igreja Católica Romana. 
                  O Catolicismo romano é visceralmente ritualista-sacramental, e não ético-espiritual. O clero inventou uma espécie de moral para seu uso interno. O que ele quer, acima de tudo, é firmar o prestígio social da sua classe, fazer triunfar a sua política e aumentar as suas finanças. 
          Os católicos, ignorantes e obedientes, continuam a crer piamente que seus chefes espirituais fazem de tudo pela maior glória de Deus e salvação de suas almas. 
                Para manter o povo nessa permanente ilusão, cerca-se o clero de todas as medidas de precaução, com as mais diversas formas de ameaças, que sempre são expressadas como ofensa a Deus. O cérebro do fiel é capturado e psicologicamente sugestionado ao bel prazer dos clero.
            Segundo o Evangelho, deve o homem evitar o pecado. Porém, a teologia clerical procurou facilitar o perdão automático dos maiores pecados e crimes através de uma simples confissão e cumprimento de uma sentença, de preferência financeira. 
               O homem é naturalmente adepto da lei do menor esforço. Ora, se uma confissão rápida e fácil o exime da necessidade de uma passagem difícil e prolongada no "purgatório", ele escolhe a primeira opção. E assim, vai a moral do clero criando um perigosíssimo círculo vicioso e imoral onde se pode pecar-confessar, pecar-confessar, pecar-confessar.
                   O Brasil, proclamado como sendo a maior nação católica do mundo, esteve quase 400 anos nas mãos exclusivas do clero romano; por lei, nenhum outro culto público era permitido. E depois do advento da República, a despeito da igualdade de cultos garantida pela Constituição, o clero continua a ser imensamente favorecido pelos poderes e cofres públicos. Esse tipo de legislação fez forçosamente surgir duas classes de cristãos: os exploradores e os explorados. (Aqui não estou falando apenas da Igreja Católica Apostólica Romana, mas de todas as seitas e religiões que se utilizam do nome de Cristo para benefício próprio.)
                  A Igreja, cuja criação foi atribuída ao pobre Nazareno, acabou milionária! Na Idade Média chegou a ser a maior e quase a única potência mundial, nomeando reis, depondo monarcas, marchando á frente de poderosos exércitos e dispondo da alma e dos corpos de todos. Em nossos dias, continua sendo uma potência política e financeira global. O dinheiro flui com grande facilidade das igrejas espalhadas pelo mundo todo; onde existe uma pequena cidade, lá está um pároco local que administra as arrecadações que garantem a boa vida e os luxos de todo o clero.
                  Toda essa organização politica, financeira, diplomática, jurídica e militar, iniciou-se com a fraude do Imperador Constantino quando se disse convertido ao Cristianismo. Desde esse tempo a igreja cristã, livre e respeitada, ganhou imenso poder.
                Entretanto, devemos considerar que os princípios cristãs são realmente de grande valor. Também temos de considerar que existem pregadores sérios, que realmente divulgam, de maneira honesta e sincera os ensinamentos do humilde Nazareno; dessa forma beneficiam seus seguidores com palavras de amor e esperança. Como Jesus diria: "é preciso separar o joio do trigo."

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Muitos cristãos desconhecem que Santa Helena era a mãe do Imperador Constantino (primeiro Papa). Conhecido como o benfeitor do cristianismo - que até certo ponto foi mesmo - na medida em que diminuiu a violência contra os cristãos. 
Entretanto, passados mais de dezesseis seculos, olhamos toda a história dessa religião e fica bem evidente que ele, na verdade foi um desastre incomparavelmente maior do que haviam sido Nero e Diocleciano, porque estes, alimentando a tempestade da perseguição, aumentavam cada vez mais a divina incandescência dos discípulos do Nazareno. Ele era um guerreiro tão sagaz que usou o próprio batismo para fazer política, protelando o quanto pode.
Espero que o meu caro leitor entenda que aqui estou apenas tratando de fatos objetivos, históricos. A meu ver, com suas medidas governamentais, Constantino Magno iniciou a decadência espiritual e moral do Cristianismo. 
       Isso pode facilmente ser percebido já nas primeiras medidas do "Imperador cristão". Realmente concedeu plena liberdade à prática do cristianismo, mas cumulou de honras os chefes espirituais da jovem igreja, confiou-lhes elevados cargos na política e na administração do império, entregou-lhes as chaves para grandes fortunas, e, assim, estava lançado o germe da corrupção interna, não do Cristianismo em si mesmo, que é incorruptível, mas de numerosos cristãos que tinham nas mãos os destinos históricos dos princípios cristãos - aqueles verdadeiramente pregados por Cristo.
Já naqueles tempos, os chefes da igreja trocaram a força do espírito pelos espírito da força. Serviram ao mundo um Cristianismo falsificado, afirmando ser aquilo o Cristianismo puro e integral.
O humilde Nazareno e suas legítimas pregações  em nada tem a ver com a forma que passou a  ser utilizada pelos chefes daquela igreja nascente.
Jesus Cristo foi, de todos os homens, o mais incompatível com o mundo, e, quanto mais cristão é um homem, tanto mais o mundo o considera corpo estranho.




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