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sábado, 11 de agosto de 2018

BUDA - O NASCIMENTO



                A tradição hindu descreve o pai de Buda, Sguddhodhana, como homem mundano, membro do clã Gautama e da orgulhosa tribo Shakya, príncipe ou rei de Kapilavastu, no sopé do Himalaia. Cumpre observar que este período distinguiu-se por uma chuva de estrelas na história dos gênios: Mahavira e Buda na Índia, Lao-tse na China, Jeremias e o segundo Isaías na Judéia, os filósofos pré-socráticos na Grécia, e talvez Zaratustra na Pérsia. Tais simultaneidades de gênios denota muita intercomunicação de idéias entre as antigas culturas. 
           Na verdade nada sabemos, ao certo, sobre Buda; e se temos aqui as histórias reunidas em torno do seu nome, não é que seja história, mas porque formam parte essencial da literatura hindu e da religião asiática. Os estudiosos do assunto colocam o seu nascimento mais ou menos em 563 a.C., e nada mais dizem; e a lenda surge e revela-nos de que estranhas maneiras podem os homens ser concebidos. Por esse tempo, diz um dos livros Jataka, ("Histórias do Nascimento" de Buda, escritos no século 5° da nossa era).
              No livro "Histórias do Nascimento" consta o seguinte: "Na cidade de Kapilavastu  a festa da lua cheia... fora anunciada. A rainha Maia, no sétimo dia antes da lua, celebrou a festa sem bebidas e com abundância de guirlandas e perfumes. Levantando-se cedo no sétimo dia, banhou-s em água perfumada e distribuiu quatrocentos mil moedas em esmolas. Belamente adornada, comeu alimentos escolhidos, fez votos do Uposata, (que significa quatro dias santos do mês: a lua cheia, a lua nova, e o oitavo dia depois de cada uma dessas luas.) entrou em seu aposento adornado e, deitando-se na cama, sonhou um sonho. 
               Quando grandes reis a ergueram com o leito e a levaram para o Himalaia, onde a depuseram no platô de Manosila... Então vieram as rainhas e a levaram para o lago Anotatta, banharam-na para remover a marca humana, vestiram-na de roupas celestes e enfeitaram-na de divinas flores. Não longe dali levantava-se uma montanha de prata, e no alto da montanha uma mansão de ouro. Lá lhe prepararam um leito divino, com a cabeceira para o oriente, e nele a deitaram. Então Badhisattwa (isto é, um determinado ser em Buda, que aqui significa o próprio Buda, o iluminado) tornou-se um elefante branco. Não longe dali estava a montanha de ouro; e indo a ela ele a desceu e passou para a montanha de prata, na direção norte. Na tromba, que era como um calabre de prata, levava um lótus branco. Então, trombeteando, o elefante entrou na mansão de ouro, rodeou três vezes o leito de sua mãe, feriu-lhe o lado direito e como que lhe entrou na madre. E assim recebeu uma nova existência. 
               No dia seguinte a rainha despertou e contou o sonho ao Rei. O Rei convocou 64 proeminentes brâmanes, honrou-os e os satisfez com excelentes refeições e presentes. Então, quando os viu contentes daqueles prazeres, contou-lhes do sonho da rainha e pediu-lhes a significação. Os brâmanes responderam: "Não te aflijas, ó Rei, a rainha conceberá filho macho, não fêmea, e tu terá um filho; e ele morará numa casa e se tornará rei, um monarca universal; se ele deixar sua casa e sair pelo mundo, ele se tornará um Buda, um afastador do véu (de ignorância) do mundo...
            A rainha Maia, trazendo em si, por dez meses o Bodhisattwa como óleo da ânfora, quando chegou o dia do parto desejou ir para a casa dos seus parentes  disse ao Rei Shuddhodhana: "Desejo, ó Rei, ir para Devadaha, a cidade de minha gente. "O Rei aprovou a ideia, e fez aplainarem a entrada de Kapillavastu e Devadaha, e a enfeitaram de pavilhões e banheiras; e, pondo-a num palanque carregado por mil cortesões, mandou-a com grande comitiva. Entre as duas cidades, e pertencendo aos moradores de ambas, havia um agradável bosque de árvores Sal, chamado o Bosque Lumbini. Naquela ocasião, do nível do solo ao topo, as árvores eram só flores... Quando a Rainha viu o bosque, desejou recrear-se nele... Foi para baixo duma grande árvore e desejou deitar mão num ramo. O ramo, como se fora flexível vime, inclinou-se ao seu alcance. A rainha tomou-o e enquanto segurava deu à luz a criança... As outras criaturas quando nascem vem envoltas em matéria impura, mas não foi assim com Bodhisattwa. Como um pregador da Doutrina descendo da sede da Doutrina, como um homem que descesse das estrelas, estirou os braços e pernas, e imune de qualquer impureza, cintilante como uma joia em panos de Benares, saiu de sua mãe.

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              É importante ainda lembrar que durante o nascimento de Buda uma grade luz apareceu no céu; os surdos ouviram; os mudos falaram; os paralíticos se levantaram; os deuses se debruçaram nos céus para contemplá-lo; e de longe vieram saudá-lo os reis. 


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