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domingo, 19 de agosto de 2018

A VIDA DE JESUS SEGUNDO OS EVANGELHOS

             

                 João Batista estava batizando fiéis que ali se concentravam; Jesus aproximou-se para também receber o batismo, então, João o apontou à multidão, proclamando: "este é o cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". Os Evangelhos narram que, quando Jesus recebia o batismo, uma alva pomba voou sobre sua cabeça e a gente ouviu, então, a voz do Padre: "Eis meu filho muito amado em quem ponho minha afeição". (Evangelho de São Mateus, III, 16-17). 
               Logo após o batismo, Jesus retirou-se ao próximo deserto, para preparar-se, com quarenta dias de jejum e de meditações, para agrande missão que estava por iniciar. Seu ministério começou com um ato prodigioso (a água mudada em vinho, nas bodas de Canaã). Ao mesmo tempo, estando próximo á Páscoa, ele foi, com seu pequeno grupo, para Jerusalém, e aqui, com a autoridade que lhe conferia seu mandado divino, expulsou os mercadores das portas do Templo dizendo: "Tirai isto daqui e não façais da casa de meu Pai uma casa de negociantes". (Evangelho de São João,  II,16). 
                Jesus hesita, pois, em revelar-se Filho de Deus, atestando a divindade de seu ministério, e disso dá demonstração com atos miraculosos. Por onde passa, na Galileia ou nas regiões próximas, é precedido pela fama de Taumaturgo (palavra grega que quer dizer milagroso - santo paranormal), de Profeta da caridade, inimigo dos soberbos, dos hipócritas, do avarentos.
                 Isso não podia deixar de levantar suspeitas e preocupação nos maus autorizados doutores da lei e nos fariseus (do hebraico, perushim = aqueles que se distinguem). 
               Realmente, desde o primeiro ano de vida pública de Jesus, estes tentaram aproximações juntos aos partidários de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, no intuito de encontrar um meio para condenar o Nazareno como herege e revolucionário, diziam eles: "Ele ousava afirmar que o Reino (divino) seria tirado dos Judeus". 
               Durante o segundo ano de seu magistério, numa manhã, Jesus, após haver passado a noite em meditação sobre um monte, chamou a si os discípulos e deles escolheu doze, a quem deu o nome de "apóstolos" (do grego apostello = ínvio), a quem mandou pregar nas cidades vizinhas (Evangelho de São Mateus, ). 
               Dai em diante, os apóstolos seguiram-no por toda parte.  A eles Jesus deu especiais ensinamentos, exortou a que , depois de sua morte, que prenunciou próxima, continuassem a pregação do Verbo, e escolheu-os para representar a nova sociedade religiosa, cujo governo confiou a Simão Pedro: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E dar-te-ei as chaves do Reino dos céus..." (Evangelho de São Mateus, XVIII, 13-19). Estava prestes a completar-se segundo ano do ministério público de Jesus, e o ódio da classe dominante tornava-se mais aceso quanto mais a fama do Salvador se ia difundindo por entre o povo, que proclamava Messias e "Filho de Deus". Para aumentar tal fama, muito contribuiu o milagre de Betânia, que Jesus operou na iminência da Páscoa, chamando de novo à vida seu amigo Lázaro, que morrera havia já quatro dias. 
               Algum tempo depois, entrando em Jerusalém, a multidão recebeu-o com fortes manifestações de homenagem: "Hosana" gritava-se, "Hosana ao filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor!"
                  Esse triunfo assinalou-lhe a condenação. Os sumos-sacerdotes e os chefes do povo, após uma reunião no palácio do pontífice Caifás, resolveram apoderar-se do "falso messias" com um engano, e para isso se valeram, como é sabido, da cumplicidade de Judas, um dos doze apóstolos. 
               Teria sido fácil a Jesus subtrair-se á conspiração, mas Ele quis que tudo acontecesse conforme a vontade do Pai. 
              O cumprimento da trágica profecia começou na noite da véspera de Páscoa Judaica, após a Ceia, consumada com os doze apóstolos, na cidade santa, segundo o rito hebraico. Durante aquela ceia, ele partiu o pão e disse: "Tomai e comei, isto é o meu corpo". E levantando o cálice, acrescentou: "Bebei dele todos, porque este é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados".  Depois disse: " Fazei isto em minha memória". Destas palavras, referidas nos sinóticos (os três primeiros Evangelhos) e depois por São Paulo, teve origem a instituição da Eucaristia. 

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Os ritos da igreja católica, principalmente os relativos à missa, sempre repetem essas afirmações que estão nos Evangelhos acima mencionados. 
São Lucas era um médico de Antioquia, Judeu convertido por São Paulo. Escreveu seu Evangelho (considerado o terceiro) em idioma grego, como verdadeiro e escrupuloso historiador, em base nos testemunhos daqueles que tinham conhecido o Mestre.
A frase "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e dar-te-ei as chaves do Reino dos céus..."  não deve ter sido bem entendida por São Mateus; pode também ter ocorrido algum erro de tradução do hebraico ou do grego. À igreja interessava mais o Jesus, filho direto de Deus, e não o Jesus Nazareno que era muito humilde e não tinha nenhuma pretensão de poder ou glória. Todos somos filhos de Deus porque fazemos parte de um todo universal.

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