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terça-feira, 21 de agosto de 2018

ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CRISTÃ

         

                 Qualquer empreendimento  depende fundamentalmente de uma organização, de ordem, essência e direcionamento. Esse foi, provavelmente o que permitiu o sucesso e longevidade da igreja cristã.  Embora tenha sofrido um cisma com o Martinho Lutero, a igreja cristã conseguiu superar, justamente por sua forma hierárquica de organização, aliada à fé e sua essência. 
              O Cristianismo fundamenta seu ensinamento e sua organização sobre três pilares essenciais: doutrina teológica, sociedade visível de fiéis e forma de vida religiosa. 
                 A doutrina teológica estabelece, antes de tudo as verdades que fogem à experiência humana, Tais como a existência divina, a criação, a justiça de Deus; estabelece, ainda, as verdades que derivam da revelação: 
  1. A sociedade visível de fiéis, isto é, a igreja de Cristo, à qual, segundo os Evangelhos - Atos dos Apóstolos, Jesus mesmo designou uma hierarquia sacerdotal, dotando-a de poderes sobrenaturais, para que os homens pudessem ser guiados rumo á salvação eterna. Embora hoje saibamos que não foi Cristo quem criou a igreja cristã, esses fundamentos continuam sendo de essencial importância para sua manutenção. 
  2. A forma de vida religiosa, ou seja, uma norma moral e um ideal místico, que operam nas relações entre os homens e nas relações entre estes e Deus, que distribui os dons do Espírito Santo e a graça santificante, mediante os Sacramentos e a prece. 
                  Segundo informações dos "Atos dos Apóstolos", a igreja, como sociedade visível de fiéis, foi concebida e fundada por Jesus quando ainda vivo. Ali se diz que Ele pediu a seus discípulos que ficassem unidos em um corpo religioso para cuja chefia designou o apóstolo Pedro. 
                  Sobre a criação do Cristianismo já falei a respeito ¨Jesus nunca teve intenção de criar uma igreja". As informações aqui contidas são dos "Atos dos Apóstolos" e não necessariamente estão de acordo com a realidade  histórica e atual do Cristianismo. 
                 No momento em que Jesus "subiu ao Céu", a igreja nascedora contava apenas com uma centena de pessoas (incluindo-se a Mãe de Jesus e dos doze apóstolos. A vida desta igreja nascente está narrada nos "Atos dos Apóstolos", (embora com algumas informações imaginárias que não condizem com o Jesus histórico). A ela foram admitidos todos quantos, ao receberem o batismo, se tornavam Cristãos.  
                São elementos fundamentais e incindíveis da Igreja de Cristo: 

  1.  A unidade, porque fala sempre de uma só igreja, originada da união dos fiéis com os apóstolos e seus sucessores; 
  2.  A santidade, que provém da doutrina e dos meios de santificado, com os quais a igreja guia o homem até seu último fim; 
  3. A catolicidade, ou universidade, porque abre os braços a todos os crentes; 
  4.  A apostolicidade, porque doutrina e hierarquia descendem ininterruptamente dos apóstolos. 
                 À frente da "Igreja Católica Apostólica Romana, acha-se o Papa, também chamado  Vigário de Cristo, pois é considerado sucessor de São Pedro, Sumo Pontífice da Igreja Universal, soberano do Estado do Vaticano. Como chefe da Igreja, o Papa é considerado infalível quando, da cátedra de Pedro, define oque concerne à fé e à moral. 
              No governo da igreja, o Papa é assistido pelo colegiado de cardeais. Os cardeais representam os continuadores dos presbíteros e dos diáconos, isto é, dos ministros do culto, nos primeiríssimos séculos, estavam designados estavelmente ao serviço de uma determinada igreja. De fato, não mais bastando, então, o bispo da igreja para receber o grande número de fiéis, foram instituídas, cerca do seculo V, igrejas locais, conhecidas como paróquias, das quais estavam incumbidos sacerdotes a quem era permitido exercer a cura das almas e ministrar os "Sacramentos". Segundo o Beato Belarmino, os primeiros cardeais foram os párocos e os diáconos das mais antigas igrejas de Roma. Em 1179, aos cardeais foi reservada a tarefa de eleger os Papas. Com a morte do Pontífice, eles se reuniram um Conclave, como ainda hoje acontece, para proceder à eleição do novo chefe da igreja. Do Papa, depende todo o clero. 
                Quanto às origens do clero cristão, está escrito nos "Atos dos Apóstolos" que, crescendo o número dos adeptos, os apóstolos elegeram sete diáconos, para que os auxiliassem. Mas somente no fim da era apostólica que se delineia, na igreja, uma verdadeira e própria hierarquia. Santo Inácio de Antioquia atesta que, no início do século II, o clero era nitidamente dividido em "diáconos", "presbíteros" (padres) e "epíscopos" (bispos).
                Hoje o clero está constituído por quatro "ordens inferiores" (hostiários, leitores, exorcistas e acólitos) e por quatro "ordens superiores" (subdiaconato, diaconato, presbíteros e episcopado). A ordenação sacerdotal, de parte do bispo "Ordinário", é reservada aos clérigos  que já tenham completado os prescritos estudos de filosofia e teologia. As ordens inferiores têm, praticamente, perdido seu valor simbólico e são, por isso, conferidas aos clérigos, todos juntos. Das ordens superiores, a primeira, "subdiaconato", comporta o voto de castidade perpétua; o diaconato confere poderes para pregar, assistir ao celebrante à missa solene, batizar, distribuir a Eucaristia. O presbiterato, ou sacerdócio, que requer o cumprimento dos estudos teológicos, confere as faculdades próprias dos padres ordinários. O "episcopado", constituído pelo conjunto dos bispos Ordinários, divide-se, por sua vez, em várias ordens: no alto, os "patriarcas", que, na hierarquia, vem logo depois do Papa; a seguir, os "primazes", cuja autoridade se estende a toda uma nação; em seguida, os "arcebispos", chefes de uma inteira província eclesiástica formada por mais dioceses; por último, os "bispos", que têm o governo de uma diocese. 
                    As ordens religiosas, geralmente de origem muito antiga, recebem em seu seio aqueles que, com a profissão de votos públicos solenes, abraçam a regra da vida religiosa própria da Ordem. Entre as Ordens e as Congregações religiosas, recordemos: os Beneditinos, os Jesuítas, os Barnabitas, os Salesianos, os Brasilianos (monges orientais), os Dominicanos, os Franciscanos (divididos em Menores, Menores conventuais, Menores capuchinhos, e Terciários) além de muitas outras. 

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Os cristãos primitivos estavam ligados as Catacumbas, galerias subterrâneas profundamente escavadas no subsolo, para fins funerários.  Durante as perseguições, os Cristãos ali se reuniam para celebrarem secretamente os ritos religiosos. Depois do "edito de Constantino" e até o século IX, foram utilizadas para o culto e para venerar os despojos dos mártires ali enterrados. 
     No século XIII, uma grande figura iluminou o mundo da Cristandade: Francisco de Assis, que fundou a ordem dos Frades Menores e tornou sublime, com as obras e a pregação, o conceito de pobreza e de irmandade. 
A primeira ordem religiosa foi fundada por Benedito de Nórcia, assim chamado por causa da cidade em que nasceu, em 480. Ainda adolescente, ele se refugiou em uma gruta, perto de Subiaco (Italia), para dedicar-se à meditação e à prece. Depois de vários anos passados em solidão, alguns monges, residentes em Vicovaro (Itália), pediram-lhe para tornar-se seu superior, tendo-lhe morrido o abade. Mas, por causa da má conduta e indisciplina desses monges, Benedito abandonou-os e voltou à vida anterior. Foram alguns pastores que difundiram a fama de sua virtude. Muitas pessoas, mesmo nobres e ricas, pediram-lhe para que as deixasse viver com ele. O Santo acolheu-as e deu-lhes um regulamento, baseado na prece e no trabalho, fundando a ordem dos Beneditinos. Entre seus mosteiros, célebre é o de Monte Cassino. 
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