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terça-feira, 11 de junho de 2019

PIRÂMIDES - GRANDES TÚMULOS DO DESERTO

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              Sob pedestais de areia que se erguem no grande deserto , estruturas de alvenaria que não conhecem sombras e nem trovão ou  clarão de raio,mas somente a canícula de um sol abrasador iluminando monumentos milenares: as Pirâmides. Estendem-se desde Abu Roasch, por um percurso de cem quilômetros, até Hauvara e só no território da velha Cairo, contam-se setenta e sete. As pirâmides egípcias são as mais famosas do mundo, mas elas não são as únicas que foram erigidas na antiguidade, pois encontramos monumentos em formato piramidal na Núbia, na Abissínia, na Tailândia, na Grécia, na Etrúria e até na longínqua Oceania. No México e no Peru, elas tinham a função de templo; nos outros países, como no Egito, função sepulcral. 

            Profundamente sensíveis ao problema da vida no além, os Egípcios sentiram agudamente o dualismo da personalidade humana. Eles, na verdade, distinguiram o corpo, em que sobreviveria o espírito protetor ou a força vital, denominado Ka, da alma, a que chamavam de Ba, e o representavam sob forma de um pássaro ou de uma serpente. Após a morte, a alma, conforme a teoria egípcia da reencarnação, desprendia-se do corpo, mas para que lhe fosse possível retornar á vida sob outro aspecto, era necessário que o corpo fosse conservado com todos os possíveis cuidados, posto ao abrigo da profanação. Cada egípcio desde o felá até o faraó, preparava-se, com a própria sepultura, a possibilidade de viver outras vida. Do humilde cesto de vime, enterrado nos umbrais do deserto, ao sarcófago ricamente decorado, sepulcro no sombrio silêncio da pirâmide, o Egito percorreu, na arte do mundo, um longo caminho. As casas egípcias, no lado externo, tinham um assento para hospedes, denominado mastaba (um grande bloco de pedra). Este era também o formato dos túmulos dos ricos, mas feitos com um paralelepípedo de pedra viva. Uma porta abria-se no lado oriental, onde os familiares punham os alimentos, as imagens, tudo quanto recordasse aos mortos sua vida terrena e os fizessem sentir menos solitários no frio vale do silêncio. 
              Também o faraó Soser incumbiu o arquiteto real de construir-lhe uma grande mastaba para o túmulo. Foi um dia feliz quando o construtor teve a ideia de sobrepor á primeira mastaba outras cinco, dispondo-as uma sobre a outra, de maneira a que a construção se fosse afunilando levemente. nasceu assim a primeira pirâmide, assim denominada, pela sua forma de degraus. Era o ano 2700 a.C.  Seriam necessários ainda sessenta anos para que os grandes degraus fossem preenchidos e revestidos de pedra e se obtivessem, assim, quatro faces lisas, triangulares, inclinadas, encontrando-se no vértice: e a pirâmide de Dansur. Mais tarde, Queops, filho de Senfore, encomendaria a maior pirâmide, a maravilha de pedra erigida em Gisé, que ainda hoje, na época dos arranha-céus, do cimento armado, das realizações quase impossíveis, espanta-nos pela sua extraordinária magnificência.
             Na história grega de Heródoto, lemos que aquilo que parecia um trabalho de gigantes foi, ao invés, uma fadiga de escravos.  O edifício está situado sobre um planalto; não havendo ali espaço suficiente, foi necessário aplainar o terreno, para se colocar sua grande base, mais de três vezes maior do que a basílica de São pedro. De um lado, nivela-se o terreno, do outro, com uma grande terraplenagem, enchia-se o vazio. O material procedia da longínqua Troia, era cavado na rocha viva e transportado, em chatas, pelo Nilo. Para arrastar os pesados blocos sobre o móvel terreno de areia, foi preciso abrir uma estrada, da qual ainda hoje permanecem vestígios não de todo apagados. Cem mil escravos , arrancados dos trabalhos dos campos, fustigados pelo lácteo dos vigilantes, avançando em filas ininterruptas, revesando-se cada três meses, empregaram vinte longos anos de trabalho e canseiras para levar a termo a grandiosa obra. Dois milhões e trezentos mil blocos de pedra, do peso aproximado de duas toneladas e meia cada uma, foram transportados unicamente à força de braços. Os escribas assinalavam, em cada bloco, o dia, o mês e o ano da entrega, bem como o nome do grupo que a transportara. O processo de construção é bastante engenhoso; cavados na areia, os alicerces do edifício, e postos aos quatro lados os blocos da altura de um homem, em redor da pirâmide elevava-se uma terraplenagem de areia, comprida, levemente inclinada, para que os blocos ali pudessem ser arratados. A seguir, o plano inclinado era aos poucos alongado, sempre mais fino, para preencher um desnível de 146 metros. Quando os quatro grandes blocos se reuniam no vértice, a Pirâmide estava pronta. restava agora a última tarefa: retirar a já desnecessária terraplenagem que ocultava a vista da silhueta e eis concluída a obra gigantesca. Como conceber um edifício da mais monumental estabilidade, firme em seus alicerces de granito, nas móveis areias do  deserto? As Pirâmides conhecem toda a história do mundo; têm mais de três mil anos, e existirão ainda por muitos séculos. A de Queops tem apenas o vértice quebrado e o revestimento de bela pedra de Mocatam fendido em muitas partes, mas o calcário subjacente é mais resistente do que o mármore. Mas onde estão os reis que as planejaram e mandaram construir com sangue dos escravos e imposições aos povos derrotados? Onde está a múmia do faraó Queops, que dizem ter vendido a filha para poder aguentar com as despesas necessárias à construção da sua pirâmide?
            Fora de qualquer consideração artística, observando-se o fenômeno apenas sob o aspecto humano, a pirâmide surge como fruto de uma grande ambição individual. Quando o povo egípcio adquiriu consciência de sua força, começou a alimentar um ódio terrível contra a segurança quase atrevida das pirâmides, e um ímpeto de revolta animou-lhe a fúria devastadora. A inviolabilidade das pirâmides foi quebrada, ultrajado seu silêncio, perturbado o repouso de seus habitantes. A obra da devastação, inicia-se como uma revolta de povos, e continuou; torna-se um latrocínio sistemático. Se não se construíram mais pirâmides, não se enfraquece, todavia, o interesse que elas continuam despertando em todo o mundo. 
                Todo esse sofrimento foi fruto de uma absurda ambição e, também, motivada por uma crença na vida depois da morte. 
            Ainda hoje, os mistérios das pirâmides estão longe de serem revelados. Infinitas crendices e superstições desenvolveram-se. Como as câmaras dos sepulcros reais ocultavam imensas riquezas (o soberano tinha necessidade de ornamentá-los com lápis-lazúlis, com pedras preciosas, com reluzentes cristais; mesmo morto era sempre o rei) pensou-se que as pirâmides fossem esconderijos de tesouros. Muitos acreditavam que fossem locais de cultos secretos, ou observatórios astronômicos. Mais difusa era a crença de que as pirâmides custodiassem, nas escuras profundezas de suas celas, enorme reservas de trigo; depósitos de alimentos na imensa esterilidade do deserto. 
               Quando principiou a obra de devastação? Ao tempo do faraó Osorkon I, em 900 a.C., algum sepulcros foram adaptados para túmulos de sacerdotes. Mil anos mais tarde, o Vale dos Reis povoa-se com os primeiros anacoretas cristãos; ao esplendor e ao fausto real, substitui uma esquálida pobreza, e a rica mansão do faraó torna-se a cela de um eremita. Estrabão, já em seu tempo, mencionava quarenta túmulos destruídos e vazios; em 1743, o viajante Richard Pococke, sob a orientação de um xeque, pode examinar pessoalmente catorze; agora já se conhecem mais de setenta. 
               Desde o distante dia de julho de 1798, quando Napoleão Bonaparte, com seu exército, chegou diante das pirâmides, depois que Dedon e Champollion conseguiram decifrar alguns escritos egípcios, o  interesse dos estudiosos do mundo todo concentrou-se no antigo Egito e no grande sepulcro do Vale dos Reis.
           As expectativas sucederam-se, em nome da ciência. Como prêmio a tanto labor, ao trabalho enervante, conduzido sob os escaldantes raios solares, o arqueólogo não visava apenas as tapeçarias, as sagradas insígnias e as jóias, mas a múmia de um faraó, joia muito mais preciosa para um estudioso, e o testemunho da mais secreta arte egípcia e de seu culto pelos mortos. Muito tempo passará ainda antes que uma múmia surja à luz do sol. Certamente, grandes terão sido o espanto e as desilusões do arqueólogo inglês "Petrie" quando, após haver derrubado o último trecho do muro que lhe vedava o acesso á câmara sepulcral da Pirâmide de Amenemat II, encontrou o sarcófago vazio. Onde repousarão o benévolo faraó e o poderoso Queops? Também deste último, o sarcófago, duas vezes a altura de um homem, e que deve ter sido murado com pedra, foi encontrado vazio. E assim muitas celas, onde deveriam repousar, no eterno sono, os sagrados touros Ápis, foram encontrados sem conteúdo. 
                O apogeu das descobertas arqueológicas foi atingido quando se verificou o encontro do túmulo do faraó Tutancâmon . Doze invernos durou o empreendimento; doze anos que pareciam infrutíferos. Mas em 27 de novembro de 1922, o mistério do mais rico túmulo egípcio foi desvendado. Surgiram vasos de alabastro, cofre preciosos, um trono de ouro; estranhas cabeças de animais estendiam pelas parede suas sombras retoricas e retorcidas, de um dos cofres erguia-se vibrante, uma serpente  de ouro. A disposição deste último era diferente das demais até então encontradas; os objetos tinham uma importância maior do que a que poderia ter seu valor material. As tapeçarias, baixelas, objetos de uso comum.artigos de luxo, eram documentos de uma civilização; cada um deles representava, para um arqueólogo, uma recompensa valiosíssima. Mas estes tesouros não bastavam a Carter. Ele trabalhava ainda mais dois anos, diante da pirâmide. Um dia, um dos escavadores, espionando por baixo de um dos esquifes do vestíbulo, descobriu um pequeno orifício. A pesquisa tornou-se, então, cruciante. 
              A tarefa era longa e difícil, porque ali havia perigo de que os blocos da abóbada se desprendessem, matando, assim, quem se encontrasse debaixo da porta. Feita a primeira abertura, ofereceu-se aos olhos dos descobridores uma visão que ultrapassava qualquer expectativa. As pedras removidas ocultavam uma grande parede de ouro. "Então - escreve Carter - como que através de um conduto elétrico, pudemos sentir o frêmito da excitação dos espectadores que aguardavam atrás da linha de limite".
             Na câmara sepulcral, brilhantes painéis de maiolica (cerâmica) azul, recobertos de sinais mágicos, havia  um escrínio  de colossais proporções. Até então, os ladrões tinham sempre precedido os arqueólogos, mas desta vez o túmulo estava intacto". 
                 Sob a máscara do soberano adolescente, apareceu, entre os tecidos de linho removidos por mãos febris, o rei. Sobre sua cabeça, a comovedora coroa de flores, oferecida pela jovem viúva, patético elemento humano entre a real magnificência de ouro. 
                Nenhuma outra descoberta teve a repercussão desta. A atenção do mundo foi concentrada no Egito. Corresponderia à verdade a tremenda maldição do faraó?
            A morte viria, deveras, àqueles que tinham ousado penetrar no sagrado recinto? Somente uma desgraça seria de circunstâncias com a morte trágica e repentina de quantos participaram da expedição? E por que, então, graças a que foi privilegiado somente Carter que se salva? A cerca dessas mortes, paira ainda impenetrável mistério. 
               Hoje, um bonde elétrico conduz os visitantes aos pés da Grande Pirâmide, barulhentos drogomanos, condutores de camelos e mulas, sempre em busca de uma gorjeta, substituíram as lamentações fúnebres e os piedosos cortejos aos túmulos. Mas, à noite, quando todo o deserto está tranquilo, quando tudo em redor é silencioso, as Pirâmides, não mais perturbadas por vozes, custodiam ainda por uma série ininterrupta de séculos, a intacta civilização milenar do Egito. 

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               Conta-nos a lenda que o cientista grego "Talete" do século VI a.C. (pouco se sabe sobre este cientista) realizou estudos sobre as pirâmides, para a elaboração de algum dos seus teoremas. Em sua expedição ao Egito, Napoleão Bonaparte deu início á descobertas arqueológicas, voltadas sobretudo para as pirâmides. Nesta campanha, o general francês levou consigo o artista Dominique Vivant Denosn que, chegado á terra dos faraós, começou a desenhar tudo quanto lhe chamava atenção, cheio de entusiasmo e admiração.  Seus desenhos, quando regressou á pátria, forneceram aos estudiosos um interessante material para a ciência que estava prestes a por o mundo em reboliço: a egiptologia. Em 1926, Harvard Carter, que iniciava as pesquisas por conta do Lorde Carnavon, encontrou, no Vale dos reis, a múmia do faraó Tutancâmon, cuja câmara sepulcral estava separada do resto por um muro de ouro. este faraó, de cujo reino sabemos pouco, morreu com apenas dezoito anos e seu corpo mumificado em três sarcófagos, um dentro do outro; o último esquife, em que estava a múmia, era de ouro maciço. O Vale dos reis, grandioso sepulcro dos faraós, foi alvo, durante muitos séculos, dos ladrões de múmias e de objetos preciosos reunidos em grande número nas pirâmides que se encontram por toda parte, nessa grande necrópole. Bem pouco restou em confronto com o que os ladrões de túmulos subtraíram, durante tanto tempo, as pesquisas dos arqueólogos. 


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O meu caro leitor pode estar se perguntando por que incluí a história das pirâmides neste livro. É que as pirâmides representam um célebre exemplo de sofrimento das castas inferiores para satisfazer as fantasias religiosa, as ambições e orgulho dos faraós. Os poderosos, sempre por motivos religiosos, impunham grandes sacrifícios e muito sofrimento aos seus súditos. 
                
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