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terça-feira, 11 de junho de 2019

AS RELIGIÕES DA ÁSIA OCIDENTAL ANTIGA

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             A Ásia é o berço mas maiores religiões do mundo. As grandes religiões do Extremo Oriente são o Budismo, o Taoísmo e o Xintoísmo; a esse grupo se inclui o Confucionismo. 
            O ocidente asiático compreende dois grandes grupos de populações: um grupo que seguiu a influência da civilização sumeriana (da qual adquiriu a escrita cuneiforme, o idioma e os costumes); um segundo grupo, constituído por populações que desenvolveram uma civilização do tipo "semita", com um idioma particular e um alfabeto. Cada uma dessas populações teve uma fé própria; todavia, podemos afirmar que todas as formas de crenças e de cultos da Ásia Ocidental antiga tiveram concepções religiosas muito semelhantes entre si. 
               Características comuns foram: um politeísmo de inspiração astral, porquanto, em toda parte, os mais importantes dos deuses se identificavam como Sol, com as estrelas e com outros elementos cósmicos; a fé em um Deus considerado "nacional", protetor das tradições e das glórias de cada povo; os desenvolvimentos mitológicos, os ritos religiosos e as cerimônias mágicas. 
             Até ao ano 2.400 a.C, isto é, antes de serem subjugados pelos Semitas, os Sumerianos (que viviam na parte meridional da Babilônia) tiveram como deus supremo e nacional Enlil, rei do céu e da terra, divindade guerreira e forte. Enki, irmão de Enlil, era o deus que conferia a sabedoria aos reis e aos príncipes. 
           Os Sumerianos veneravam muitos deuses; cada aldeia ou cidade elegia um para sua própria proteção. Ente os deuses e os homens, existia uma categoria intermediária: os demônios Sedu ou utuhhu, que podiam ser bons ou maus, benéficos ou desfavoráveis para o homem. 
              Segundo a crença dos Sumerianos, os homens tinham sido criados antes dos animais e das plantas, para fornecerem aos deues os elementos necessários á sua vida. Eles criam que as duas grandes épocas de sua história fossem separadas por um dilúvio. Professavam o culto aos mortos e praticavam cerimônias funerais bastante elaboradas dando sepultura aos mortos ao invés de cremá-los. 
               O deus Enlil habitava o templo de Ékur (Casa da Montanha), na capital Nipur. 

              As festas campestres eram as mais importantes entre os ritos Sumerianos. Durante o Akitu de Ano Novo, que durava três dias, eram celebradas as núpcias do deus  Enlil com a deusa Ninlila; celebrava-os o Sanga, que era o sacerdote adequado a tais funções religiosas. 
              O máximo deus dos Elamitas, Inshushinak (senhor de Susa) era representado com barba, tranças nos ombros e 3 pares de chifres, tendo na mão um arco e um cajado. 

         Da antiguíssima religião dos Elamitas, originários do Elam (região que se estende à esquerda do curso inferior do Tigre antes de sua desembocadura no golfo Pérsico e compreende também a maior parte da planície e oriente da Mesopotâmia), chegou a nós a notícia através de monumentos pré-históricos revelados pelas escavações realizadas por uma missão francesa nas ruínas de Susa e de outras cidades. 
            Em seu início, parece que eles adoravam alguns animais, sobretudo o touro, ovelhas, cavalos e cães. O bode, depois, parecia gozar de grande veneração. Mais tarde, porém, depois de seu primeiro encontro com a civilização sumeriana, que, segundo uma antiga inscrição, remontaria ao ano 2500 a.C., representaram seu deus como uma estrela e com o símbolo "Nab", correspondente ao duplo sinal "An", para significar Deus e céu. O sinal "Na" de fato, na escrita cuneiforme, tem a imagem estilizada de uma estrela. 
             Á testa de seus múltiplos deuses estava o deus nacional Inshushinak", que, em língua sumeriana, significa "Senhor de Susa (Susa era a capital do Elam), criador do universo, era, ele também um deus forte e poderoso, chefe dos deuses e que escolhia, para o bem dos homens, reis e governantes. 
         Disso resulta que os Elamitas juravam pelo nome dos deuses, como em todas as populações do antigo Oriente. 

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              Babilônios e Assírios foram rigorosíssimos, tanto que, em nome da religião, conduziram sanguinolentas guerras contra os infiéis. 
         O deus supremo, fundamento do primitivo monoteísmo, chamou-se Marduk, em Babilônia e em Nínive. Deste dependiam cortes de outros deuses, que formavam um conjunto de várias famílias divinas, com marido e mulher á frente de cada uma delas. Eles moravam em seus palácios (os templos), onde eram servidos por um grande número de ministros, secretários e servos, e ali recebiam os seus fiéis e sua súplicas. Cada fiel era, porém, obrigado a fornecer-lhes alimentos ao mesmo tempo, porque os deuses consumiam quatro refeições diárias, consistentes em pão, frutas, carne e bebidas. Alimentos eram também ofertados aos deuses quando se invocava a ajuda divina. O deus punia os transgressores de seus mandamentos, por isso, quem quisesse afastar de si as consequências dos pecados devia confessar sua culpa, e isso ocorria no templo, com auxílio de um sacerdote.
                 Entre os deuses, eram distintas duas trindades: aquela que personificava a origem do universo, formada por Amu, Baale, Ea. A outra era de caráter astral, composta de Samas (o sol), Sin (a lua), e Isthar, identificada com a estrela Vênus do amor e da guerra. Como deusa da guerra, ela era também representada sentada em um trono ou de pé, armada; como deusa do amor, em atitude maternal. Abaixo dos deuses, em dependência hierárquica, estavam os Igígios e Anunnaki, espécie de divindades inferiores, das quais os deuses se serviam como mensageiros. 

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               Os cananeus, de origem semita, viveram longamente na Palestina e na Síria, desde os fins do terceiro milênio a. C., sem, todavia, conseguir constituir-se em nação unida. Uma de suas tribos, a dos Fenícios, deu lugar, mais tarde, a uma civilização particular, desenvolvendo seu tráfego comercial nas costas orientais do Mediterrâneo. A religião praticada pelos Cananeus e pelos fenícios teve um caráter nitidamente naturalista, consistindo unicamente na adoração das forças da natureza. O deus máximo, chamado simplesmente o Senhor (Baal), era considerado o criador, o conservador, o destruidor do Universo, deus da chuva, da tempestade, do raio e da guerra. 
             Associada a Baal estava a divindade feminina Ashtart, que, no Antigo Testamento, aparece como Ashtart. Filho de Baal era Melcarte, o deus que governa a terra. Outras deidades correspondiam ao Sol, a Lua, às trevas etc. e destas divindades maiores outras dependiam. A variação dos nomes com que nas diversas cidades se adoravam os mesmos deuses, agravou o politeísmo fenício. Os Fenícios conheceram o n"voto", que consistia em uma promessa pessoal e particular à divindade, para serem libertados de algum mal ou protegidos em alguma circunstância. Ritos propiciatórios eram realizados com o sacrifício de ovinos ou de aves e até, em tempo de calamidades, de inocentes crianças.  As cerimônias rituais frequentemente degeneravam em desenfreadas orgias. 
                 A Síria ficava atrás da fenícia, no colo do Líbano, e reunia suas tribos sob o governo da capital que ainda hoje se tem como a mais velha cidade do mundo. Por algum tempo os reis de Damasco dominaram doze pequenos estados vizinhos e com sucesso resistiram aos ataques da Assíria. Seus habitantes eram mercadores semitas, enriquecidos no tráfico das caravanas. 
            As modas, as maneiras e a moral de Damasco equivaliam às da Babilônia. A prostituição religiosa florescia, porque também lá a fertilidade do solo simbolizava-se numa Deusa Mãe, cujo comércio sexual com seu amante era a força propulsora de todos os processos de reprodução da natureza; e o sacrifício da virgindade nos templos não constituía apenas uma oferenda a Astarte, mas uma comunhão com a deusa no seu anual amplexo amoroso; o ato valia como sugestão à terra para desabrochar-se em novas vidas. 
              Pelo tempo do equinócio vernal celebrava-se em Hierápolis a festa de Astarte, igual á Cibele e Frigia, com um fervor próximo da loucura. O rumor dos tambores e flautas misturavam-se às lamentações das mulheres por ter Astarte morto a Adônis; sacerdotes emasculados dançavam selvaticamente, e lanhavam-se com facas; por fim muitos homens, que ali estavam como espectadores, no auge da excitação arrancavam as roupas e também se emasculavam, para ficar a serviço da deusa. Depois, nas trevas da noite, os sacerdotes provocavam uma mística iluminação da cena; abriam o túmulo do jovem deus e triunfantemente anunciavam que Adônis, o Senhor, havia ressuscitado. E, tocando os lábios dos adoradores com bálsamo, murmuravam-lhes a promessa de que também eles, um dia, iriam levantar-se dos túmulos. 
               Os outros deuses da Síria não eram menos sanguissedentos do que Astarte. Verdade é que os sacerdotes aceitavam uma divindade geral, abarcadora de todas as outras, chamada "El" ou "Ilu", como o Eloim dos judeus; mas esta calma abstração não interessava ás pessoas do povo, que davam tudo a Baal. Em regra identificavam esse deus-cidade com o sol., como identificavam Astarte  com a luz; e nas grandes ocasiões ofereciam-lhe em oferenda sua prole, à maneira dos fenícios; os pais vinham à cerimônia festivamente vestidos, e os gritos das crianças queimadas no colo do deus eram abafados pela atoarda dos tambores e trombetas. Normalmente, porém, um sacrifício menos bárbaro bastava; os sacerdotes laceravam-se entre si até que o altar se cobrisse de sangue; ou ofereciam o prepúcio das crianças como resgate de suas vidas; ou condescendiam em aceitar uma quantia em dinheiro para dá-la ao deus em lugar do prepúcio. De qualquer modo, entretanto, o deus tinha de ser apaziguado e satisfeito; porque os seus adoradores o construíram à imagem de si próprios, com a mesma ferocidade e o mesmo desrespeito pela vida humana. 
             Semelhantes costumes, só variando no nome e nos detalhes, eram praticados pelas tribos semitas do sul da Síria, as quais encheram a terra com a sua confusão de línguas. Era proibido aos judeus "fazer seus filhos passarem pelo fogo", mas mesmo assim muitas vezes o faziam. Abraão com o quase sacrifício de Isaac e Agamenon sacrificando sua filha Efigênia, exemplificam a força do velho rito propiciatório. Desde os tempos da Suméria até o dia em que Nabucodonosor conquistou Jerusalém, o vale ensopava-se periodicamente de sangue irmão, e vários Deuses dos Exércitos se rejubilavam. Os moabitas, cananitas, amoritas, edonitas, filisteus e arameanos pouco dram para a herança cultural da humanidade. 
                  Em compensação, profundo foi o culto dos mortos. O corpo devia repousar tranquilo e íntegro, para que ao morto fosse permitido conduzir uma boa vida no Além. Graves penas eram infligidas aos profanadores dos sepulcros. 

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           Grande era a hierarquia sacerdotal, na Babilônia; Baru, o sacerdote adivinho; Asipu, dedicado aos esconjuros e às artes mágicas; Kalu, que acompanhava os cânticos com instrumentos sagrados, durante as cerimônias, e Sanga, que agonizava e ministrava o culto. Entre os fenícios, os templos eram circundados por enormes zonas agrestes. Em uma ampla esplanada, diante da estátua do deus máximo, havia um tanque para as purificações sagradas.  Ornamentavam o recinto figuras de animais sagrados ou divinos, tais como o touro, serpentes e a pomba. Oficiavam os "Kohen (sacerdotes), que adivinhavam o futuro e faziam esconjuros e magias. 

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É entristecedor saber que ainda hoje, com a cultura e a ciência atingindo níveis nunca antes imaginado, sacrifícios como estes ainda são utilizados em muitas seitas pelo mundo todo, especialmente nos países da África. Seitas primitivas ainda se utilizam de sacrifícios sanguinolentos, na maioria de animais, para satisfazer seus deuses. 

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