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sexta-feira, 7 de junho de 2019

A RELIGIÃO DOS GREGOS

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                A religião grega, que muitos estudiosos nem classificam como religião, muito difere de quase todas as religiões mais conhecidas. Isso se deve à cultura do povo grego que sempre esteve à frente dos demais. Não tiveram escritos sagrados nem grande revelações aos homens desejosos de deuses. Eram frequentes as conversações entre deuses e homens, e nada raro é o mortal queixar-se da divindade por haver faltado à promessa ou mesmo agido incorretamente. 
              Como já se disse, os gregos nem tinham escritos sagrados. Todas as páginas de Homero contém referências aos deuses, mas sua obra não pode ser considerada a bíblia grega. Foi um povo muito avançado culturalmente e, talvez por isso não tinham as superstições e coisas primitivas que, ainda hoje, vemos em países de terceiro mundo, onde as religiões ainda continuam sendo o instrumento político mais importante. A literatura grega está repleta de relatos dos amores entre homens e deuses, e dos deuses com mulheres terrenas. Tudo fica restrito à mitologia e belas fábulas. 
            No  período denominado "pré-histórico", a Grécia era habitada por indivíduos autócnes (nascidos no país) e por tribos baixadas, presumivelmente, do Oriente. Estas populações, que os estudiosos chamam Eteócretos, pré gregos, tinham seu centro mais importante em Creta, de onde dominavam todo o Egeu. Em remota civilização, cujo conhecimento chegou até nós através de documentos arqueológicos, é chamada cretense ou egéia. 
          No início do II milênio a.C., começaram a descer do Norte populações arianas, que invadiram aos poucos a Hélade, estabelecendo ali os primeiros troncos indo-europeus. Estes novos habitantes, denominados Proto-gregos,  deram origem à civilização minoica ou micênia, de que Micenas foi o centro mais importante. Pelos fins do II milênio, começaram as migrações 
internas. Aos Acaios, baixados dos montes balcânicos, para ocupar o Peloponeso, substituíram-se os Dórios e os Jônios. Os vencidos, em fuga, emigraram aos poucos para as ilhas e para as costas orientais da Ásia Menor, dando origem àquela colonização que tanta importância assumiu para a expansão  helênica.
               As crenças místicas surgiram cedo na religião grega. Na maior parte foram importadas dos países circunvizinhos, porém, melhoradas pelos gregos. Os mistérios dionisianos, mitraicos, eleusinianos e órficos eram celebrados em ritos cujas melhores partes foram aproveitadas mais tarde nas cerimônias cristãs.
            Quais tenham sido os elementos trazidos para a religião dos pré-gregos e quais pelos proto-gregos ainda não está positivado. As divindades gregas, de fato, revelam, nitidamente, influência de concepções religiosas a elas pré-existentes. Zeus, por exemplo, já é conhecido, ainda criança, no ambiente cretense; quanto a Hera, sua consorte, nada nos impede que a consideremos como outro aspecto de poderosa senhora, soberana absoluta, na primitiva religião mediterrânea. 
                Zeus é o deus supremo dos gregos, aquele que está acima de todas as coisas. Na Grécia antiga, os poetas chamavam-no "pai dos deuses e dos homens". Dele dependem o bem e o mal individual; quando se enfurece, troveja do alto do Olimpo, do píncaro em que reside, arremessa seus raios e extermina quem pecou. Mas Zeus é sobretudo, um deus benéfico, que proporciona as chuvas, favorece o suceder-se das estações, o alternar do dia e da noite. Sucessivamente, o simbolismo natural (característico da estirpe ariana, de que os Gregos eram um ramo), a imaginação férvida que distinguia os Helenos de todos os demais povos do mundo, e a convicção nascida no período heroico, de que nos tempos mais remotos sua pátria era constituída por personagens dotados de virtude sobrenaturais, levaram os Gregos não só a "deificar" os fenômenos da natureza, mas também as qualidades físicas e morais do homem e a imaginar os deuses em forma humana. Disso derivou uma religião antropomórfica, com um vasto Olimpo agigantado pelas mesmas paixões que alegram e atormentam a humanidade. 
               Entre o oitavo e o sétimo século, a literatura grega enriqueceu-se de uma obra que foi uma primeira tentativa de ordenação teológica do mundo, a Teogonia, mpoema por alguns atribuído a Hesíodo, e, por outros, a Homero. 
             Narra, então, a teogonia que a princípio havia o Caos, e a ele se seguiu Gea, a Terra, vindo depois Eros, o amor, autor e propagador da vida. Do caos nasceram o Dia e a Noite; de Gê, Urano, o Céu. Da informe matéria, teve origem a religiosidade helênica, o Universo, mito de ordem, entendido como separação de contrastes.  Dia-Noite, Sombra-Luz, Caos-Harmonia. 
          Do nascimento dos deuses, através de sucessivas gerações, é também um contínuo caminho rumo à ordem da hierarquia divina. Da união de Urano e Gê, nasce Oceano (o grande rio que circunda a terra), os Titãs, os Ciclopes, e os Gigantes. Mas Urano teme a monstruosa prole e a encerra nas profundezas do Tártaro subterrâneo. Instigado pela mão Gea, Cronos, o último dos Titãs, castiga Urano o toma-lhe o lugar. Da união de Cronos com Réia Cibele, nascem esplêndidos filhos: Deméter, Hera, Poseidon. Mas, como seu pai, também Cronos desconfia dos filhos e por isso os engole a um por um, assim que nascem. Quando nasce Zeus, a mãe resolve escondê-lo, para subtraí-lo à crueldade do pai, ao qual faz engolir, em substituição, uma pedra envolta em faixas. 
             Zeus transcorre sua infância na ilha de Creta. Tornado adulto, decide punir a crueldade paterna. Cronos é derrotado, Zeus situa-se em seu lugar e torna-se o déspota absoluto do Olimpo helênico. Junto a ele está, como vimos, Hera, a consorte fiel e mãe de Hefesto, Ares e Hebe. 
                Hera preside às justas bodas, e é senhora das mulheres casadas; o seu animal sagrado é o pavão. Seguem-se Afrodite, deusa da beleza e do amor, nascida da espuma do mar; Atná, nascida diretamente do cérebro de Zeus, é a virgem dos olhos cintilantes, que preside a guerra e protege a paz; personifica a eterna sabedoria e a prudência; Apolo simboliza o sol resplandescente (Febo) que, com os seus raios, pode causar doenças e epidemias, mas também curar. Porque nada foge ao seu olhar, ele é o deus dos oráculos; Ártemis (de origem minoica) é a deusa das selvas e dos bosques. irmã de Febo, personifica a lua. 
               Também para os Gregos antigos os primitivos locais do culto eram situados ao ar livre: nas matas, perto  das fontes, no cume dos montes ou nas praias. A seguir, foram escolhidos locais apropriados, até que se chegou à construção dos templos. 
             Os sacerdotes não constituíam castas e não tinham poder doutrinal a impor ao povo. Eram os custodes das sagradas tradições, ministros das cerimônias, que conheciam o ritual e os celebravam de maneira apropriada, para serem sempre bem recebidos pelas divindades. As mulheres eram excluídas do sacerdócio e, geralmente, consagradas ao serviço das divindades femininas. 
              O culto doméstico baseava-se no lar (considerado como nume supremo da casa), no qual o fogo ardia sempre.
                Os deuses eram objetos de públicas festas religiosas, de que todo o povo participava. Celebérrimas foram as "Grandes PA - Atenéias" de que temos documentação nas "decorações do Parthenon", na Acrópole de Atenas. 
             Também os Gregos se preocupavam com o problema da sobrevivência. da fé numa segunda vida, cultivada desde os tempos mais remotos, temos testemunhos arqueológicos: restos de holocaustos em sufrágio dos defuntos e móveis e utensílios, necessários na vida ultra terrena, foram, foram descobertos em alguns túmulos da época mycêcia. 
              Segundo a crença homérica, a essência do homem deriva de um sopro vital, que, no instante da morte, o abandonava. 
               Na religião grega, muita importância se atribuía aos "mistérios", cultos secretos, aos quais eram admitidos apenas os iniciados. Durante essas cerimônias, explicavam-se os significados alegóricos em relação com a vida de além-túmulo. Celebravam-se por vezes, também, os antigos ritos agrários. Era severamente vedado ao neófito revelar aquilo que vira e ouvira durante a celebração dos "mistérios". 
                Os Gregos antigos não tinham noção do pecado e não cultivavam virtudes. Admitia-se que os próprios deuses eram escravos das mesmas paixões humanas. 
             Mas esta fraqueza, irreconciliável com o senso do divino, chamou a atenção dos filósofos. Entre os mais conhecidos adversários do antropoformismo das divindades gregas estava Xenofonte, que negou, em nome de um mais alto ideal divino, a concepção homérica dos fatos descritos muito à imagem do homem. Todavia, enquanto de um lado esta crítica serve para nobilitar o conceito moral, de outro lado se presta para demolir as bases de toda crença religiosa, chegando a uma verdadeiro e própria  intolerância. Como reação, o governo de Atenas censura e pune os propagadores das novas idéias, e tal perseguição culmina com a condenação de Sócrates, em 399 a.C. 
              Com o aparecimento de Alexandre Magno, no século IV a.C., a Grécia entra em contato com o Oriente, fundindo elementos míticos próprios com aqueles trazidos das novas religiões. Cultos gregos passaram, assim, para a Ásia e para o Egito, ao passo que divindades egípcias encontravam adoradores na Grécia. Com esta nova forma religiosa, que se denominou Helenismo, os deuses do Olimpo foram conhecidos por outros povos, mas perderam a antiga autoridade, chegando mesmo a um enfraquecimento do culto. 

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              Os gregos dos tempos remotíssimos celebravam o culto ao ar livre. As primeiras construções religiosas inspiravam-se no megaron (o aposento mais espaçoso da casa micênia). Consistiam de uma cela de formato retangular , elevado do solo por uma sapata e coberta por um telhado. Na cela, era conservado o simulacro da divindade. Mais tarde, sugiram templos soberbos, em todos os maiores centros da Grécia. O Parthenon, dedicado à virgem (Parhnos) Palas Atená, foi mandado construir por Péricles, na Acrópole, no ano 440 a.c. Os arquitetos que erigiram esta obra foram Ictino e Calicrates, sob a direção de Fídias. Deste último era a estátua da deusa, em ouro e marfim. Atena foi venerada no Parthenon como protetora da cidade de Atenas; Ártemis, deusa da caça, irmã de Febo, era identificada com a lua; Dionísio, de origem trácia, além de deus das videiras, foi também centro de um culto de caráter orgiástico, a ele tributado pelas mulheres suas custodes, os Mênades, ou Bancante; Hera, a suprema divindade feminina, esposa de Zeus, geralmente tinha um cetro, uma coroa e um globo, atributos de sua sabedoria.

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