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quarta-feira, 29 de maio de 2019

JERUSALÉM - SUA MORTE E RESSURREIÇÃO --

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            Quando o faraó Necho, a caminho da síria, tentou passar pela palestina, Josias, confiante em Jeová, enfrentou-lhe no antigo campo de batalha de Megido, onde foi derrotado e morto. Mas alguns anos mais tarde chegava ali Nabucodonosor; em Carchemish enfrentou e matou o faraó Necho fazendo de Judá uma dependência da babilônia. Mas os sucessores de josias tramaram a libertação com a ajuda do Egito. Entretanto o poderoso Nabucodonosor não se intimidou e, com seu exército invencível esmagou os revoltosos e capturou Jerusalém, depôs o rei Jehoiakim e colocou Zedekiah no trono de Judá; levou consigo dez mil prisioneiros como reféns. 
             Passado algum tempo, Zedekiah, que também amava a liberdade de Jerusalém, rebelou-se contra Nabucodonosor. Este retorna, com toda a sua ferocidade, disposto a por fim ao caso. Retoma Jerusalém, queima todos os alicerces, destrói o Templo de salomão, mata os filhos de Zedekiah diante dos olhos do pai e a este fura os olhos e leva praticamente toda a população prisioneira como escravos para a Babilônia. 
             Durante toda aquela crise, Jeremias, o mais eloquente dos profetas, fala sobre a babilônia como um flagelo nas mãos de Deus; denunciou os governantes de Judá como loucos teimosos e aconselhou a completa submissão a Nabucodonosor, a ponto de, ainda hoje, muitos suspeitaram que Jeremias era agente pago pela Babilônia. Em nome de seu Deus, disse ele: "Eu fiz a terra, o homem e os animais, e agora entreguei todas estas nas mãos do meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia... E todas as nações o servirão. A nação ou reino que não servir a Nabucodonosor, rei da Babilônia, e não submeter o pescoço ao seu jugo, a essa nação eu punirei, "diz o Senhor", com a espada, com a fome e com a peste, até que a tenha sido consumida pelas mãos dele." 
               Como se pode perceber, Jeremias apresenta-se como traidor, mas seu livro de profecias, tomadas pelo discípulo Beruc, é não só dos mais eloquentes escritos de todas as literaturas, como vem marcado duma sinceridade que acaba na dúvida sobre toda a vida humana. Aqui temos uma passagem que Jeremias se redime perante seu povo dizendo: "Ai de mim, minha mãe, porque me deu à luz homem de rixas e homem de contendas para a terra toda! Nunca lhes dei dinheiro à usura, nem os homens deram a mim em usura; entretanto, todos me amaldiçoam... Maldito seja o dia em que nasci; não seja bendito o dia em que me deu à luz minha mãe."
              Na verdade, a revolta de jeremias era contra os padres, os profetas, e membros do povo, e é bem demonstrada nas suas palavras de indignação, quando diz que estes são tão mentirosos e corruptos como os negociantes. Era aquilo um sumário da história humana, insuportável á consciência de jeremias. 
                 Contra esses abusos, o profeta pregou com fúria. Jeremias amaldiçoou historicamente os judeus e parecia sentir deleite em representar a ruína dos que não lhe davam atenção. 
                Diz a tradição que, na velhice, Jeremias escreveu as "Lamentações", o mais eloquente livro do Velho Testamento. 
            Naquele tempo, como hoje, a ideia era de que o processo de absorção destruiria a unidade e mesmo a identidade do povo judeu. Eles prosperavam no rico solo da Mesopotâmia, gozavam de considerável liberdade de costumes e culto, aumentavam em número e riqueza em meio à paz forçada que a submissão de nabucodonosor lhes trouxera. Grande parte do povo aceitava os deuses babilônios e o modo de viver epicurista daquela grande metrópole. Com a seguinte geração dos exilados, Jerusalém já estava esquecida. Depois de Isaías, um novo autor tentou completar o livro deste que ficara inacabado. Sua intenção era despertar a religião já evanescente na alma das novas gerações. Nada, porém, sabemos da história desse escritor,que, com licença admitida na época, preferiu falar sobre o nome de Isaías. Podemos ver que escreveu pouco antes de Ciro libertar os judeus. 
               Enquanto na Índia Buda pregava a morte do desejo e na Chima Confúcio formulava sabedoria para uso do povo, este "novo Isaías" ( o autor desconhecido) em prosa majestática, anunciou aos exilados judeus a primeira revelação nitidamente clara do monoteísmo, e ofereceu-lhe um novo Deus infinitamente mais rico em amor e misericórdia do que o amargo Jeová do primeiro Isaías. Em palavras que um futuro Evangelho iria dar como pregação de Jesus, este autor (novo Isaías) anunciava-o como o maior problema de todos os profetas, falando de sua missão, de não mais amaldiçoar o povo pelos seus pecados, mas enchê-lo de esperanças. 
                 "O espírito do Senhor está em mim;porque o Senhor me ungiu para pregar a boa nova entre os pequeninos; enviou-me para soldar os corações partidos, para acenar com a liberdade a todos os cativos, para abrir a prisão a todos os encarcerados."
               Este novo profeta descobriu que Jeová era o Deus da guerra e da vingança, mas um pai amoroso; o achado encheu-o de felicidade e inspirou-lhe cantos magníficos. E fê-lo predizer o advento dum novo deus que viria salvar o povo; assim ele anunciava: "A sua voz grita no deserto: Preparai o caminho do Senhor, abri no deserto um caminho para deus. Cada vale será elevado, e cada montanha e monte será rebaixado; e os tortos se endireitarão, e o áspero será alisado... Atendei, o Senhor Deus virá com a mão forte, e seu braço governará por ele... Ele alimentará o seu rebanho como um pastor, entre seus braços reunirá os cordeirinhos e os levará em seu seio, e bondosamente guiará as ovelhas paridas." 
              Aqui, esse profeta, provavelmente, refere-se ao caminho de Jerusalém à babilônia. Com suas palavras ergue, então, a esperança messiânica ao nível das ideias dirigentes do povo e descreve o "Servo" que redimirá Israel por meio do sacrifício. 
              A Pérsia, prediz esse segundo Isaías, será o instrumento de libertação dos judeus. Ciro é invencível; tomará Babilônia e os libertará. E eles voltarão a Jerusalém e construirão um novo templo, uma nova cidade , um novo paraíso. 
            A entrada de Ciro na Babilônia, como conquistador mundial, foi um momento dramático na história de Israel; finalmente deu liberdade aos judeus. Entretanto, alguns profetas ficaram desapontados com sua superior civilização, não destruindo a cidade, respeitando o povo e mostrando cética obediência aos deuses locais. 
                  Uma das primeiras medidas de Ciro foi restituir aos judeus o que estava no tesouro público (ouro e prata) que Nabucodonosor saqueara do templo e mandou que as comunidades, em que viviam os exilados, lhes fornecessem fundos para o retorno á pátria. Este é sem dúvida o sinal de que uma nova civilização estava surgindo. 
               Os judeus mais novos não se sentiram entusiasmados para restauração; muitos já estavam radicados ao solo da babilônia e hesitaram em abandonar campos férteis e um comércio florescente pelo trabalho rude da restauração da pátria (Israel). Só depois de dois anos do aparecimento de Ciro é que os primeiros grupos de entusiastas partiram, numa jornada de três meses, para a cidade que seus pais haviam deixado meio século antes. 
             Tal como aconteceu ainda em nossos dias, os judeus em retorno não foram bem recebidos na Palestina. É que outros semitas haviam se estabelecido e ocupado as terras de cultivo. Essas tribos, então locais, passaram a olhar com muito ódio aquele que, "aparentemente" eram invasores. E o retorno dos judeus á sua pátria se teria  revelado impossível, se não fosse o apoio do império que os protegia. O príncipe Zeru Babel obteve permissão do rei Persa, Dario I, para reconstruir o Templo; e embora os imigrantes fossem poucos e de poucos recursos, e as obras com frequência se interrompesse com os ataques de pessoas hostis, foram levadas a cabo no período de 22 anos. 
                  Jerusalém se tornou de novo uma cidade judaica, e o Templo ressoou com os salmos remanescentes dispostos a refazer sua pátria.
          Não resta dúvida de que foi um grande triunfo, que só seria excedido pelos acontecimentos de nossos dias. 

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