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sábado, 30 de março de 2019

- FILOSOFIA, DEUS E ESPIRITUALIDADE

Escultura de Romeo Zanchett

PALAVRAS FINAIS DO AUTOR

Quem somos? De onde viemos? Para onde iremos? 

              A filosofia nasceu com a intelectualidade do homem no momento em que ele se tornou auto-consciente. A transição do "homo  sentis" para o "homo sapiens" marcou o início da filosofia. 
           A inteligência - Inter (entre) legere (ler - primitivamente apanhar, colher), como a própria palavra diz, é uma faculdade tipicamente humana; embora em grau bem inferior, também existe em outras formas de vida que conhecemos neste planeta. Portanto, podemos defini-la como a faculdade que lê, apanha ou percebe algo entre as coisas individuais, um nexo oculto que os sentidos orgânicos não percebem.  O "Ser" dotado apenas de sentidos orgânicos não percebe coisas individuais, concretas, geralmente chamadas físicas ou materiais. Os sentidos só percebem a multiplicidade das coisas, mas não percebem nenhuma unidade no mundo. O homem, embora perceba também essa mesma pluralidade, objetos dos seus sentidos, concebe através dessa pluralidade periférica a unidade central do cosmos. Em outras palavras: percebe a unidade dentro da multiplicidade. Considerando que a multiplicidade é periférica e aparente e a unidade é central e real, só um ser que percebe a unidade pode perceber a realidade do mundo. Portanto, o homem enxerga a realidade do mundo através das suas aparências. 
               Muito conhecida é a frase atribuída ao sábio Jesus Cristo: " Conheceis a verdade e ela vos libertará". De fato é somente pela verdade que o homem adquire sua liberdade. Quem vive na ignorância, na mentira ou no erro (inverdade, irrealidade) é escravo. Seu castigo será sempre permanecer no atraso espiritual sendo explorado por convicções e superstições religiosas. Acima de tudo, precisamos amar a sabedoria. E na sabedoria estão todos os homens, seres vivos e a matéria (aparentemente inerte), porque são uma parte do "tudo". A renúncia do "eu", com todos os axiomas intelectuais e teorias é um obstáculo no caminho da perfeição. Uma vida egoísta, na esperança de poder enganar a Deus, o "tudo" e crescer espiritualmente, é incompatível com a "realidade". 
               O mundo, que é "algo", não veio do "nada", mas sim do "tudo". É desse pensamento que surgiu a teoria do Big Bang (explosão do "tudo" que estava concentrado num determinado ponto). Todos esses "algos", que chamamos de mundos individuais, emanaram não da infinita vacuidade do "nada", mas sim da infinita plenitude do "tudo" que as religiões chamam de Deus. É desse Deus que emanam constantemente os fenômenos, os mundos, as galáxias, os universos -  e a Ele retornam sem cessar. 
              Não vejo como uma modesta sabedoria humana possa, com precisão, definir o que é Deus. Mas, para melhor entendimento, vamos definir Deus como o Poder Criador do cosmos. Para os hindus (pai Brahma); deus é a sabedoria dirigente da natureza (filho Vishnu); Deus é amor perficiente do Universo (Espírito Santo - Shiva) destruidor e regenerador da energia vital. 
               Todo o universo fenomenal emanou da eterna realidade, Deus, o "tudo" que provocou a Grande Explosão. Embora pareça difícil, é preciso compreender que o universo não emanou de Deus como um líquido emana de um recipiente, mas sim como o pensamento emana da alma. Emanação material implica em separação, afastamento, distanciamento entre aquilo que emana e aquilo do qual emana. Entretanto, não é isso que acontece no mundo da Absoluta realidade. O pensamento, quando emana da alma continua a estar dentro da alma; não há possibilidade de separação entre o pensamento e a alma, pois no mesmo instante em que o pensamento fosse separado da alma deixaria de existir. O pensamento só é real enquanto permanece na alma imanente ao ser. Portanto, é a própria alma enquanto pensa; são inseparavelmente unidos e até certo ponto idênticos. É dessa forma que o universo fenomenal emana de Deus; é, pois, uma permanente manifestação, revelação ou atividade de Deus. 
               Deus não equivale a este ou àquele fenômeno, mas sim à essência eterna de cada um. O íntimo "ser" de cada coisa é Deus, mas não seu "existir" perceptível pelos sentidos ou concebível pelo intelecto. No plano do "ser" nada há e nem pode haver fora de Deus, mas sim no "existir". Uma simples planta que hoje começa a existir como "fenômeno individual", sempre existiu (ou mais corretamente) "é" desde toda a eternidade como "realidade" ou parte inseparável de Deus. Mas é preciso considerar não a matéria, mas sim a sua energia. 
          Uma vez que Deus é a única "realidade", a essência e o íntimo de todas as coisas, podemos concluir que todas essas coisas nunca poderiam "começar" nem "continuar" a sua existência fenomenal sem que a eterna "realidade" lhes desse e conservasse essa existência individual.  Portanto, tudo existe graças à permanente imanência da divindade em todos os seres vivos, materiais e imateriais. Nenhum "ser" vivo pode deixar de "ser", cair no abismo do puro "nada", mas pode deixar de existir como "fenômeno individual" e voltar a fazer parte do "tudo" que é Deus. Em outras palavras, pode deixar de ser "algo individual" e voltar a ser parte da infinita e indestrutível "realidade", Deus, o "tudo". 
        O deísmo do século XVIII considera o mundo como criação de Deus no sentido Transcendente, e não imanente; segundo os deístas, teria Deus, em tempos pretéritos, criado o universo material e depois abandonado a seu destino, retirando-se, em seguida, para seu palácio transcendente e misterioso, para além das fronteiras deste mundo visível. Se fosse  tão simples o mundo teria voltado ao puro "nada", ao caos. 
               A onipresença de Deus não é uma simples coexistência com os fenômenos individuais, como se esses fenômenos existissem e com eles existisse Deus. Nenhum fenômeno existiria individualmente sem a imanente presença de Deus; seriam o puro "nada" no plano fenomenal. Como já disse e volto a enfatizar, Deus é o "tudo". Portanto, quando fazemos mal a qualquer ser individual, seja ele vegetal, animal ou mineral, estamos atingindo o "tudo" do qual fazemos parte como "seres individuais". 
             Nascer e morrer não são princípios nem fins absolutos; são apenas um começar e acabar relativos. Um ser nasce quando emerge do oceano infinito da "realidade absoluta" e universal, e como onda, pequena ou grande, aparece na superfície visível deste imenso abismo invisível que chamamos de universo, a "natureza". Antes de emergir desse abismo o "ser" possui "realidade universal", depois de emergir possui "existência individual", podendo ser objetivo variável por um ou mais dos nossos sentidos. Um ser morre quando abandona a tona perceptível do oceano cósmico e torna a submergir nas imperceptíveis profundezas da "eterna realidade". Portanto, a existência do homem é anterior à sua encarnação, como também será posterior à sua desencarnação.
             Qualquer "ser individual"  que tenha existido na face da terra é algo que sempre existiu no "tudo" universal (a energia). Se não mais voltar à face da terra como ser individual é porque as condições ambientais não lhe são mais favoráveis, no entanto, continua existindo no "tudo" universal. Partindo dessa premissa podemos dizer que os dinossauros continuam existindo no "tudo" universal, embora sejam apenas uma espécie de energia cósmica, mas, pode voltar como "ser individual" em outra forma. Não podem voltar na forma de dinossauros porque as condições ambientais do atual estágio da terra não o permite. A terra está em permanente mudança e, também o homem, algum dia, deixará de existir como "ser individual", mas continuará no "tudo universal" (energia cósmica - Deus). Ligados a essa realidade, exite algo que para nós é um mistério que nossa pequena inteligência ainda não é capaz de entender.
             A "realidade" é, pois, a infinita "atividade criadora", é a "Consciência Universal", da qual todos os seres, materiais ou imateriais, recebem sua parcela de consciência "individual". Não existe nenhum "ser" que não seja de algum modo consciente; mesmo que seja em tão primitivo grau que, visto da altura da nossa autoconsciência humana, nos pareça inconsciente. Do incessante transbordar da infinita plenitude criadora é que vem o "ser humano consciente" para agir com livre arbítrio. É esse livre arbítrio que determina sua história futura. O futuro poderá ser de ascensão ou descensão, dependendo de sua maneira de agir como ser individual. 
            A consciência humana ainda não está suficientemente desenvolvida para captar os fatos emanados da alma (fatos que chamamos de espírito humano), para então tirar suas conclusões. Os nossos sentidos ainda estão muito dirigidos para a matéria rude. Essa matéria é muito atrativa e é nela que muitos sucumbem. Todo o excessivo acumulo de bens materiais é apenas concentração de matéria nas mãos de um único "ser" individual que imagina-se proprietário. Mas qualquer matéria também é parte do "tudo" e não pertence a ninguém. 
           Três grandes lutas têm de sustentar o homem até chegar a uma relativa quitação interior: 1 - a luta entre a matéria e o espírito, que é individual; 2 - a luta entre a liberdade e a autoridade, que é social; 3 - a luta entre o intelecto e a fé, que é metafísica. Esta última atinge às mais profundas raízes do ser humano, lá ocorre a linha divisória entre Deus e o homem, entre o finito e o infinito. 
         Já conhecemos as forças divinas que estão adormecidas no nosso interior e se as aperfeiçoássemos durante o curto período de transição aqui na terra, ao invés de dirigir todas as nossas energias para assuntos terrenos sem importância, evoluiríamos no decorrer do tempo, e nos aproximaríamos mais da perfeição; voltaríamos ao "tudo" como seres espiritualmente amadurecidos. Não procuraríamos essa perfeição pela ignorância que ainda temos sobre as forças secretas da natureza, o "tudo", da qual fazemos parte. A "natureza" é uma força criada, temporal, espiritual, corporal e real; uma imagem do espírito não criado, indestrutível, eterno, tanto visível quanto invisível. Todo o universo consiste em pensamentos do criador, o "tudo"; não "há" nada diferente, não "havia" nada diferente e jamais haverá algo diferente no tempo da eternidade. 
               O homem comum considera a inteligência consciente como o mais perfeito estado do ser humano, o que é, evidentemente, um grande engano, ou então uma filosofia infantil. Há um estado superconsciente mais perfeito do que o estado comumente chamado de consciente. O gênio, nos seus momentos mais fecundos e dinâmicos, não age de um modo plenamente consciente; está "inspirado", isto é, tomado de um espírito criativo que vem do "tudo", de uma força cósmica que não coincide  simplesmente com o "eu" histórico desse indivíduo; é algo que ultrapassa todas as barreiras da sua consciência intelectual. O verdadeiro gênio é antes de tudo "atuado" e não "atuante"; é empolgado e arrebatado por alguma potência superconsciente e, quiçá, ultra personal.  Nesse sentido temos exemplos maravilhosos que comprovam este estado de superconsciência; são muitos os exemplos que poderíamos dar, mas vou citar apenas três casos muito conhecidos: 1 - o pequeno gênio Mozart que começou a compor com apenas cinco anos; 2 - o famoso pintor Van Gogh, que produziu suas mais brilhantes obras em estado de quase loucura; 3 - o gênio Da Vinci que tinha múltiplos talentos e parecia estar vivendo fora do seu tempo. Essa energia extra que esses gênios recebiam do "tudo" (cosmos) já estiveram por aqui dando energia a outras pessoas que evoluíram e quando seu corpo - matéria - já não tinha mais condições de continuar, voltaram para a origem, o "tudo". 
                 Uma das palavras mais felizes e precisas que a língua humana possui é êxtase - (Ec ou Ex) que quer dizer "fora";  "statis" que significa o "ato de estar". De maneira que êxtase diz literalmente o estado de um homem posto fora de si mesmo. Todo o homem em estado superconsciente acha-se "fora de si mesmo", porque seu verdadeiro "eu" ultrapassou o âmbito dos sentidos e do intelecto consciente e entrou numa zona ignota, anônima, vedada a essas faculdades diurnas; entrou numa zona noturna que são o domínio da faculdade do superconsciente. De per si, é essa zona noturna dos sentidos e do intelecto, mas para essas faculdades inferiores ela é noturna - assim como a luminosidade do dia é escuridão para as aves noturnas, ao passo que as trevas lhes parecem luminosas. Isso pode acontecer quando uma pessoa entra numa espécie de transe e escreve, faz ou fala coisas que conscientemente não falaria nem escreveria. Ela está tomada por uma energia que vem do "tudo", mas esta energia não é parte permanente do seu "eu"; ela vem e depois esvanece-se. Quando a pessoa volta ao estado do seu "eu" não consegue lembrar do que falou ou escreveu. 
            A alma ou espírito humano, superando os sentidos e o intelecto, entra no reino da superconsciência. Devido ao caráter misterioso desse estado superconsciente, muitos confundem a superconsciência - como se uma luz excessivamente forte fosse idêntica à treva, pelo simples fato de ultrapassar os limites da penumbra. A nossa atual consciência é comparável à penumbra, ao passo que a superconsciência é luz integral. 
              O ser humano possui vários sentidos em seu estado latente, com os quais pode perceber aparições espirituais que não entende. A intuição, por exemplo, está vagamente presente na maioria dos homens, apesar de dominados pelo intelecto. Ela funciona como que (a exemplo) uma antena ou aparelho receptor dotado de extrema sensibilidade; apanha vibrações que não seria possível com o aparelho rudimentar da consciência puramente intelectiva. Todos os sentidos têm uma inteligência "além da sua inteligência normal", comum. Também a telepatia é um fenômeno que depende do funcionamento da mente. O sistema básico do cérebro para o processamento das informações é o mecanismo empregado na telepatia, na clarividência e na precognição. A informação está constituída na própria estrutura do universo. Nossa mente não passa em uma "pequenina máquina" local, mas existe uma inteligência coerente, de incalculável grandeza, que está por trás de tudo. É difícil saber se esses momentos são conexos com inteligência de algum "ser" que está no "tudo" e consegue, de alguma forma, se manifestar através de um "ser" individual. O que podemos concluir é que existe inteligência por trás de tudo, que os sistemas materiais são influenciados, transformados, e que há forte energia invisível sendo empregada. Poderíamos dizer que somos parte de um sistema de saída e entrada que estabelece comunicação com o sistema universal, o "tudo". Isso nos leva a concluir que nessas "ondas energéticas" existem sistemas de velocidade acima da luz, e que essas inteligências estão em outros espaços e dimensões; são inúmeros universos paralelos, separados pelas suas velocidades e para atravessar de um território para outro é preciso ultrapassar a barreira da velocidade. É a energia e inteligência trabalhando juntas em certo lugar no tempo e no espaço. A alma (espírito humano) existe e é nosso "locus", ela faz parte desse sistema, desta inteligência que permeia o universo. O grande desafio está na alma conhecer a energia que existe nesta galáxia em que estamos vivendo temporariamente e que já foi definida pela física. Quando chegarmos a compreender o sistema físico - a levitação, desmaterialização e rematerialização, além de dominar a energia e a matéria, então teremos terminado o que viemos fazer e seguiremos em frente, rumo a outros mundos mais adiantados, talvez um próximo planeta ou outra galáxia. Dessa forma iremos caminhando e evoluindo, aprendendo a manejar os diferentes aspectos do universo, as diferentes velocidades, espaço e tempo que existem. O mais importante é saber que sempre estamos em transformação, para o bem ou para o mal. 
               Os jovens de nossos dias estão à procura de um "porto seguro" que deveria estar no centro de todos os ensinamentos científicos, filosóficos ou até religiosos. A ciência nos ensina tudo sobre a forma exterior, sua anatomia, sua psicologia, suas relações com o mundo físico. Estes jovens sabem que sua forma exterior morrerá e que o conhecimento sobre a existência limitada do corpo é pequena e sem importância quando comparado ao tesouro do seu ser espiritual "interior". Mas ele procura alguma segurança sobre seu "ser" espiritual, independentemente de sua forma ou aparência exterior. Mas a ciência e a filosofia mantém silêncio sobre esse problema, e isso leva-o a procurar as igrejas que também não sabem o que dizer. São inúmeras as igrejas, seitas e organizações fazendo afirmações contrárias entre si mesmas. Não tem provas desses testemunhos que pregam e muito menos razão para torná-los aceitáveis ou dignos de crença. Mas cada uma dessas comunidades clericais ou seitas, continuam dizendo possuir a verdade e aquele que não acreditar será amaldiçoado eternamente; continuam agindo e pregando como se estivessem na Idade Média. Dessa forma, o jovem continua nas suas dúvidas. Muitos silenciam a voz da razão e da dúvida entregando-se cegamente a convicções e crenças supersticiosas.  Outros, os intelectuais, concluem que nunca terão respostas para suas perguntas e passam a pensar em si próprios, procurando tornar o mais agradável possível, no sentido material, sua estada aqui nesta vida terrena. 
                Pelo fato do homem ter sentimento espiritual, o seu cérebro é facilmente condicionado a aceitar cegamente uma doutrina ou dogma; são levados a crer que determinado sistema (igreja ou seita) é o único que traz a verdade. É isto que vem permitindo a proliferação de falsas igrejas e falsos líderes religiosos, cujos fins são puramente exploratórios e comerciais. 
           Os símbolos dos herméticos da antiguidade foram adotados pelas modernas igrejas cristãs. Muitos desses símbolos já existiam deste tempos antigos, embora os nomes dos princípios que eles representam tivessem sido modificados repetidas vezes. Na igreja católica, a maior do mundo, encontramos símbolos que os egípcios já usavam, como também os antigos brâmanes, e possivelmente até os povos antigos da enigmática Atlântida, cuja história se perde na noite de um passado distante. Sacerdotes e fiéis curvam-se diante desses símbolos porque lhes foi ensinado que são lembranças históricas que estão no sub-consciente de cada um. O mais famoso desses é o de Jesus Cristo que viveu há apenas dois mil anos. Os fiéis das igrejas dos "dissidentes cristãos" continuam falando apenas nos Velhos Testamentos como modelo a ser seguido; falam muito do Templo de Salomão, da Arca da Aliança, da Terra prometida, do Dilúvio, de Moisés e suas Tábuas da Lei, além de outras fábulas ultrapassadas que lhes ajudam no convencimento para manutenção escravagista de seus fiéis. Seus objetivos são sempre os mesmos: poder e dinheiro. 
            As estátuas que representam os deuses gregos e romanos não representavam pessoas, mas sim forças universais da natureza. Encontramos essas mesmas forças no Mahabharata, nos poemas de Homero e em muitos outros livros "inspirados". 
            Quando uma religião entra em decadência, o significado dos símbolos se perde . Isso prova que o "espírito" que deu luz àquela religião desapareceu. Em todas elas o "saber" é substituído pela crença, pelo conceito. A forma exterior de uma religião desse tipo pode sustentar-se por algum tempo, mas no final ela fatalmente desaparecerá. Isso aconteceu com os gregos, com os romanos, com os egípcios, e atualmente parece estar acontecendo com algumas igrejas cristãs. 
           No momento em que nós, dentro de toda a razão, com a nossa inteligência livre de emoções e superstições, estudamos um bom número de sistemas religiosos, comparando seus símbolos e alegorias, seu significado secreto, iremos concluir que todas as religiões, um pouco mais sérias, possuem uma verdade fundamental comum à identidade da "natureza" e o espírito eterno que nela age. Este Deus Universal, o "tudo" é muito mais ilimitado do que qualquer Deus adorado nas igrejas. Ele não precisa de dízimos nem ser chamado, agradecido ou intermediado pelos "santos", sacerdotes, papas ou pastores. Ele é a força energética eterna de todo o universo; é completamente inviolável à lei mais perfeita criada pelos homens. O Deus das religiões é aquele que ora castiga e ameaça, ora perdoa e concede "milagres" e a quem os homens intimamente respeitam porque assim foram ensinados desde sua mais tenra idade. Mas o verdadeiro Deus não é só da humanidade, é do universo. É uma força energética eterna, da qual tudo o que existe participa, querendo ou não, porque cada coisa ou ser vivo é parte de "tudo", (Deus) a sabedoria universal.
            Sendo Deus e as coisas divinas "algo" essencialmente ultra-intelectivo e superconsciente, é natural que essas supremas realidades sejam mais facilmente atingíveis por sua faculdade superconsciente, como é a intuição, do que por uma faculdade consciente como é a inteligência.
               Muitas das leis universais ocultas e forças misteriosas são ignoradas pela humanidade. A consciência humana ainda não se desenvolveu suficientemente para captar esses fatos, mas, por enquanto, basta-nos observar que o nosso pequeno planeta está borbulhando de vida inteligente, cuja beleza ultrapassa nossos sonhos mais ambiciosos. Compreender e respeitar isso é tão importante que disso pode depender a nossa própria existência como seres humanos. 
            Os maus tratos que temos infligido ao sistema natural do planeta, na verdade, não o estão prejudicando em nada, mas apenas transformando-o; ao planeta não interessa qual tipo de ser o habitará. De forma que se o homem transformar profundamente o seu ambiente, certamente não mais poderá viver aqui. Não podemos esquecer que "nada se perde, tudo se transforma". É justamente essa transformação que poderá chegar a tal ponto que inviabilizará certos tipos de vida aqui ainda existentes. A consciência disso é que o próprio homem, que aqui está existindo na forma que conhecemos, será inevitavelmente transformado. Num primeiro momento seu corpo "morrerá" por falta de  ambientação e irá desparecer exatamente como ocorreu com os dinossauros; quanto à sua energia, voltará ao "tudo universal"; num segundo momento sua energia poderá retornar do "tudo universal" e voltar como um determinado "ser" individual, que possa existir nas novas condições de vida deste planeta. 




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