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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

AS CRENÇAS RELIGIOSAS EM NOSSOS DIAS


               O ser humano é essencialmente um ser espiritual. Esse sentimento o conduz para o caminho que busca a imortalidade e então se aproxima de alguma crença ou religião. O que é preciso entender é que basicamente toda religião ou crença sempre se submete à lei que domina o universo, e neste planeta todos são parte de um organismo vivo chamado terra. 
              É nas crenças religiosas que o ser humano, motivado pelo medo e a esperança, mostra suas paixões mais primitivas dos instintos naturais. 
                As primeiras idéias de religião nasceram das preocupações com os acontecimentos da vida que buscavam uma solução para problemas pessoais e da tribo nos relacionamentos e na esperança de imortalidade. 
                Os homens incultos são dominados pelas paixões ordinárias da vida, pelo temor de calamidades, medo da morte, fome e outras necessidades básicas e então buscam soluções mágicas em sinais obscuros da divindade. 
            A crença na vida futura, que abre agradáveis perspectivas, é arrebatadora. A superstição aumenta na mesma medida em que o homem vive uma existência governada pelo acaso. Tudo que o enfraquece nas suas disposições interiores, favorece aos interesses supersticiosos. A busca por soluções divinas são mais frequentes naqueles que se sentem impotentes diante dos problemas do dia-a-dia. Assim sendo, o homem passa a frequentar, com mais pontualidade, cultos religiosos nos momentos difíceis e deixa de fazê-lo quando a vida fica mais agradável. O deus criado pela imaginação humana passa a ser visto como um protetor particular, onde as soluções estão à disposição daquele que se prostra de joelhos e pede ajuda. 
                Levados pela fé, o crente imagina que deus ama a lisonja e, com exagerados elogios, tenta todos os meios para obter favores. Esses deuses criados são apresentados como seres semelhantes aos humanos, motivados por amor e ódio, susceptíveis às oferendas, súplicas, pregações e sacrifício. Para facilitar as atenções de deus, criam os semideuses - santos, em algumas religiões - que são mais familiares à natureza humana, e servem para intermediar os pedidos que lhe dirigem. O sacrifício passa a ser visto como uma virtude em si, onde sofrer torna-se o caminho mais curto para o paraíso; sobe escadas de joelhos, se dá açoites, caminha quilômetros sob sol escaldante, pratica o jejum e outras formas de demonstrar submissão e sacrifício para conseguir o favor divino. Assim ele se sente reconfortável, com segurança garantida neste mundo e felicidade eterna no outro. 
               Calcula-se que atualmente, no mundo todo, existe cerca de 10.000  religiões ativas, podem chegar a 60.000 quando são incluídas as seitas e igrejas menos conhecidas. Cada uma delas está convencida de que sua fé e culto são os legítimos e, portanto, os mais agradáveis à divindade. Diante de uma multiplicidade de seitas e religiões, fica impossível o não surgimento de animosidades que se constituem nas mais furiosas e implacáveis de todas as paixões humanas. 
                 O medo é uma poderosa arma no controle das pessoas. A religião surge oferecendo conforto e segurança para o futuro, e quando o crente já está capturado pelas superstições, passa a ser um escravo contribuinte para os desonestos objetivos dos líderes religiosos. Embora a espécie humana seja dotada de inteligência, a razão nem sempre prevalece diante das superstições, e assim ela se torna a maior garantia de prosperidade das religiões e seitas. Elas afundam o espírito humano na submissão e na humilhação mais vil da humanidade. Entretanto, mesmo com todo o caráter dogmático das superstições, a convicção do homem religioso é mais fingida que verdadeira, ostentando uma fé sem reservas, dissimulando entre si mesmo  sua real incredulidade. Pregam o mais absoluto fanatismo que lhes garantem poder e dinheiro. É rotineiro ouvir homens moralmente desqualificados, que se autodenominam bispos,  apóstolos, pastores ou padres, pregando a castidade, condenando métodos anticoncepcionais e outras práticas, enquanto na vida pessoal são os primeiros a ignorar esses absurdos.
               A conduta virtuosa é a prática que devemos à sociedade e a nos mesmos. Considerando que agir com integridade é dever de todo o cidadão, a religião deixaria de ser imperiosa e atraente. Em razão disso, elas acabam criando os mais absurdos dogmas. Muitos descambam para o curandeirismo, falando sempre em nome de Deus e atualmente de Jesus, de quem se dizem representantes na terra.  Aos oportunistas pouco importa se sob a palavra sonora se oculta a hipocrisia e a mentira. Dessa forma, constituem-se as igrejas em verdadeiros parasitas do homem crente, uma verdadeira tarântula, através da qual o clero se constitui em uma minoria de privilegiados que vivem sugando e envenenando a vida daqueles que, iludidos por falsas promessas, mantém os olhos fechados para a realidade. Aos poucos, as religiões e seitas vão se tornando um ótimo e cômodo meio de vida para a maioria dos pregadores que sempre se dizem representantes de deus na terra. Trata-se de um verdadeiro comércio com o qual o povo mais humilde tem sido espoliado através dos tempos. Não é lógico que o homem atual, que já atingiu tão elevado nível de desenvolvimento, que se verifica em todos os setores do conhecimento, permaneça preso a crenças e deuses, mitos e tabus inexistentes.  A realidade objetiva que predomina entre muitos pregadores é a exploração da boa fé dos menos aquinhoados intelectual e economicamente. Quem mais contribui para as campanhas das igrejas são exatamente aqueles que menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas idéias e crenças religiosas. Sua pobreza material alia-se à pobreza intelectual. Nessa condição o mais cômodo, para aqueles deserdados, será esperar pela recompensa das agruras da vida no céu, após a morte. Essas promessas são feitas pelos pastores e sacerdotes, a seu modo, a fim de que os pobres vivam de esperanças e não sintam que os ricos pregadores continuam, impunemente, com as mãos em seus bolsos. Esses parasitas são sempre categóricos diante do fiel crente, mostrando-se contudo, reticente em face do conhecimento científico do homem de saber aprimorado. A este falará tudo, mas evitará abordar assuntos referentes à religião ou teologia. O homem simples do povo raramente compreende a finalidade desse tipo de engodo. É a eterna luta do pobre sendo explorado pelo rico. 
                Platão salientou a felicidade que existe na prática da virtude, ensinou a tolerância à injúria e aos maus tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a castidade e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança e o apego demasiado aos bens materiais. Sua moral baseou-se na exaltação da alma, no desprezo dos sentidos e na vida contemplativa. Quem conhece sua obra pode perceber os traços comuns entre ela e as religiões. Contudo, Platão nunca imaginou que suas palavras fossem utilizadas para a criação de religiões nada divinas. Filon inspirou-se em Platão e, a igreja na obra de Filon, que helenizou o judaísmo. 
                 Mesmo já tendo ultrapassado a época do medo, a raça humana não se libertou do sentimento religioso, porquanto existem os que se valem do nome de deus e das religiões para viverem ociosamente, desfrutando de boa posição e respeito, sem, contudo, dar aos homens qualquer contribuição que lhes aproveite para sua felicidade e bem estar. Apenas a promessa de uma boa vida futura, após a morte. Todavia, até esta lhe será garantida apenas com a condição de suportar, pacientemente, muitos sofrimentos em sua passagem pela terra. 
                Apesar do aprimoramento científico e tecnológico, sempre em expansão, as religiões tão cedo não desaparecerão da face da terra. O poder público apóia a farsa religiosa, e é praticamente controlado por ela. O político que ousar apontar as inverdades, as incoerências e o irracionalismo, nunca mais será reeleito. Diante dessa situação, nada impedirá que continuem angariando mais poder, tanto na mídia quanto no Congresso. A única esperança é a educação. 

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