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Se levássemos em conta que adorar Júpiter, Capitolino ou a Deusa Roma, significa, para os romanos, reconhecer lealdade à autoridade imperial, pode-se facilmente compreender com que hostilidade era combatido o novo movimento religioso, que minava pela base a religião e o prestígio do Estado. Recusando reconhecer o culto oficial pagão, cometia-se crime político por rebelião ás instituições, o que equivalia à acusação de traidor da Pátria. Por esse fato, foram tomadas severas medidas repressivas contra os cristãos, com prisões, condenações e perseguições, que se tornaram mais ásperas ao tempo de Nero, Domiciano, Trajano, Marco Aurélio e Sétimo Severo.
Mas, quanto mais cruenta se tornava a repressão, tanto mais o número dos convertidos aumentava. Isso levou a considerar que o cristianismo era um verdadeiro perigo nacional, que se devia reprimir e, para restaurar a tradição romana, foram tomadas sangrentas e ferozes medidas de caráter geral, antes de Décio (249), depois de Valeriano (257) e, finalmente, por Diocleciano e seus sucessores (302 - 310, mais ou menos).
Este último período, no qual se tentou aniquilar pelas raízes o cristianismo, passou à História como a "era do mártires".
O número de mártires, nos últimos séculos, foi elevadíssimo. Os historiadores acham-se concordes em celebrar a excepcional força espiritual e consciente serenidade demonstrada pelos cristãos, que enfrentavam o martírio. Foi o exemplo desses mártires que contribuiu para a confirmação do sobrenatural, constante da fé cristã, e a suscitar nos corações uma nova esperança e um novo credo.
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